Fala, galera! Chegou o mais longo dia do ano: as 24 Horas de Le Mans. E mantendo nossa tradição, aqui está mais uma uma edição do nosso guia para acompanhar cada segundo das 24 Horas de Le Mans. Há muita coisa bacana sobre a corrida deste fim de semana espalhada por aí, mas não se preocupe: juntamos aqui tudo o que você precisa para acompanhar cada minuto das 24 Horas de Le Mans ao vivo!
A primeira coisa que você vai precisar é um monte de café ou energéticos que te ajudarão a se manter acordado pelas 24 horas de prova. Depois, sempre é legal ter com quem comentar a corrida e isso nós vamos oferecer aqui, na nossa caixa de comentários, como fazemos todos os anos — e quebramos recordes de comentários no site.
Mas números são apenas números, e o que importa de verdade pra gente é que vocês estejam por aqui, acompanhando com os FlatOuters. Por isso, vamos logo ao que interessa!
As categorias – a estreia dos Hypercars
Como você já deve saber, a categoria principal de Le Mans agora não é mais a LMP1. Ela foi substituída pela nova Hypercars, que estreia na 24 Horas de Le Mans neste ano, em um regulamento unificado com a IMSA. Os carros continuam muito parecidos visualmente, mas um olhar mais atento irá notar a aerodinâmica mais simplificada que nos antigos LMP1. Além disso, os carro também estão menos potentes, uma vez que eles agora são limitados a 670 cv, enquanto os LMP1 eram limitados a 1.000 hp.
Os novos carros também serão mais pesados. Enquanto os LMP1 tinham peso mínimo de 980 kg, os novos deverão pesar 1.040 kg sem piloto e combustível. O layout de suspensão também é limitado, mas de acordo com a maioria dos supercarros e carros de corrida atuais. São permitidos somente o arranjo double wishbone (braços triangulares sobrepostos) ou pushrod. Os amortecedores não podem ser ligados hidraulicamente — o que impossibilita um sistema de estabilização como o da McLaren, que desloca uma carga fluida para o lado interno da curva para conter a rolagem, eliminando a barra estabilizadora. Os amortecedores também não podem ter ajuste de altura, nem controle eletrônico ou elétrico, e sua utilização é limitada a três unidades por eixo — um sistema de amortecedores duplos, por exemplo, é proibido.
O conjunto de roda e pneu também é considerado parte da suspensão. As rodas devem ser feitas em peça única, devem pesar ao menos 9 kg e não podem medir mais de 18 polegadas de diâmetro e 13 polegadas de largura. Com pneus, o diâmetro total não deve exceder 28 polegadas e a largura deve ser igual ou inferior a 14 polegadas.
A categoria é identificada pelos números brancos sobre o fundo vermelho. São os protótipos mais rápidos e mais avançados, com regulamento relativamente permissivo para motores, uma subcategoria para híbridos e restrições para pilotos: das classificações Platinum, Gold, Silver e Bronze usadas pela FIA, os pilotos do nível Bronze não podem disputar a corrida na Hypercars, ficando limitados à LMP2 ou GTE.
A LMP2 é uma categoria de protótipos com custos mais controlados, o que equilibra mais a disputa — e por este motivo é mais disputada que a Hypercars. Todos eles usam motores V8 de 4,2 litros — atualmente fornecidos somente pela Gibson — e são identificados pelos números brancos sobre o fundo azul. Os pilotos precisam ter o nível Silver ou Bronze, no mínimo.
Abaixo da LMP2 estão os GTE, baseados em carros produzidos em série. A categoria é dividida em duas subcategorias: Pro e Am. A LM GTE Pro é voltada aos pilotos profissionais, que precisam ter o nível Silver ou Bronze, enquanto a Am é voltada aos “gentlemen drivers”, que precisam apenas de um membro do trio de pilotos com nível Silver ou Bronze. Os carros da GTE Am também precisam ter ao menos um ano de competição ou usar as configurações da GTE Pro do ano anterior.
Os destaques
Como vem acontecendo desde que a Porsche deixou o campeonato, a Toyota é grande nome da prova. Apesar da mudança no regulamento, os carros japoneses continuaram com o ritmo mais forte do grid, conquistando a pole e o segundo lugar no grid.
Uma novidade deste ano é que a Alpine irá disputar a categoria Hypercar e não mais a LMP2. A organização da prova aprovou o chassi dos franceses de acordo com o regulamento da categoria principal, de forma semelhante ao que ocorreu com a Rebellion, que disputou a LMP1 na edição passada. A potência do carro não foi declarada, mas o regulamento permite que se atinja o teto de potência usando apenas um motor a combustão, sem auxílio elétrico, que é o caso do A480 dos franceses.
O carro, aliás, teve um bom desempenho ao longo da temporada, apresentando o segundo melhor desempenho do grid — e chegando a superar a Toyota nas classificações, como aconteceu nas 8 Horas de Portimão, quando o carro #36, de André Negrão, Nicolas Lapierre e Matthieu Vaxivière superou o Toyota por 0,094 segundo nos treinos para conquistar a pole position.
Nas provas, este mesmo Alpine chegou em segundo lugar nas 6 Horas de Spa, 1:07,196 atrás do Toyota Gazoo Racing; em terceiro lugar nas 8 Horas de Portimão, com 1:08,597 a mais que o Toyota vencedor, e novamente em segundo nas 6 Horas de Monza, com 1:00,908 a mais que o Toyota vencedor.
Em Le Mans o trio do brasileiro André Negrão se classificou na terceira posição, mas considerando que a prova tem 24 Horas, que será a primeira vez que os Hypercars correm ao longo desse período, e que a diferença do Alpine nas provas de seis e oito horas jamais é superior a 1 min 10 s, os imprevistos de Le Mans e a estratégia das equipes poderá diminuir a diferença de desempenho em relação ao Toyota. É bom ficar de olho não apenas pela torcida pelo nosso compatriota, mas também porque a hegemonia da Toyota pode ser quebrada.
A outra equipe da Hypercar será a Scuderia Cameron Glickenhaus, que está correndo com seu novo SCG 007, um dos primeiros confirmados. Apesar de ter conseguido o melhor tempo no test day durante o final de semana passado, a SCG não conseguiu um ritmo competitivo e teve problemas nas duas corridas que disputou, embora tenha terminado as 6 Horas de Monza em quarto lugar, com quatro voltas a menos que o vencedor. Nas 24 Horas de Le Mans, o melhor carro foi o SCG 007 #708, classificado na quarta posição, atrás dos Toyota e do Alpine (que será o único carro da equipe) com o trio Pipo Derani, Oliver Pla e Franck Mailleux.
Na LMP2 teremos outro brasileiro: Felipe Nasr está correndo no carro #82 da Risi Competizione, que classificou-se na 25ª posição na categoria, 30ª geral. O carro que larga na frente de todos os LMP2 é o Oreca-Gibson #1 da Richard Mille, com um trio feminino, formado pela colombiana Tatiana Calderón, pela alemã Sophie Flörsch e pela holandesa Beitske Visser.
Apesar de ter conseguido o tempo mais rápido dos treinos, a equipe não é o favorita à vitória, pois teve um desempenho apenas mediano ao longo das três corridas realizadas até agora. A disputa deverá acontecer entre a United Autosports e a JOTA, as duas equipes que lideram o campeonato e que dividiram as vitórias nas três etapas da temporada.
Na GTE Pro a disputa é mais acirrada. Porsche GT e AF Corse (Ferrari) disputam o título, mas agora em Le Mans a Corvette Racing entra no jogo, finalmente estreando o C8.R em La Sarthe. A Corvette Racing sempre vem muito forte e, agora, com um carro de motor central-traseiro, mais avançado, tem boas chances na disputa. Daniel Serra continua com a Ferrari 488 GTE Evo #52, dividindo o posto com o espanhol Miguel Molina e Sam Bird.
Fechando o grid, a GTE Pro terá na pole um Porsche 911 RSR da Absolute Racing, porém os favoritos são as Ferrari #46 da Cetilar Racing e #54 e #83 da AF Corse, além dos Aston Martin da Aston Martin Racing — na qual corre o brasileiro Marcos Gomes (#98). Felipe Fraga também corre de Aston, mas pela TF Sport (#33).
Quem é quem?
Andy Blackmore, autor dos tradicionais guias do Spottersguides.com, anunciou que deixou de produzir seus guias por falta de patrocinadores e apoio da organização da prova. Contudo, o próprio Automobile Club de l’Ouest divulgou um guia muito semelhante aos produzidos por Blackmore, desta vez, liberado para publicação nos veículos de comunicação.
O guia segue o padrão de sempre: carros divididos por categoria, na ordem de classificação, com o perfil e detalhes identificadores dos carros, número e trio de pilotos. Baixe a versão em alta resolução.
Como assistir
A prova começará às 11:00 da manhã de amanhã, horário de Brasília (14h30 no horário local), mas você já pode ir se preparando para acompanhar. Como em todos os anos, serão feitas transmissões em tempo real por rádio, Facebook, TV paga, streaming ao vivo, Twitter e aplicativos para dispositivos móveis. E é claro que a gente vai te dar uma mãozinha para encontrar as melhores formas de acompanhar!
O site oficial do evento fará a transmissão ao vivo, mas de um jeito diferente que ainda não está muito claro aparentemente haverá câmeras estáticas de 360 graus em diversos pontos para assistir gratuitamente (abaixo), além da transmissão oficial pelo app para Android que oferece a corrida por R$ 34,90 com opção de seleção de onboards, além da transmissão geral.
Se você não quiser desembolsar essa grana, a Toyota irá manter seu streaming onboard novamente, Se você manja um pouco de inglês, vale ficar ligado enquanto assiste à corrida. No .
Na TV paga, você precisa ter Fox Sports. O canal irá transmitir apenas duas janelas da prova que somarão cinco horas e meia ao vivo; a primeira se estenderá das 11:00 às 13:30; a segunda das 8:00 às 11:00, mostrando as três horas finais da prova, e a terceira transmitindo as hora final de corrida a partir das 8h de domingo. A transmissão terá narração de Hamilton Rodrigues e comentários de Thiago Alves e Edgard Mello Filho.
E como sempre, os comentários estão abertos (assim como esta página) para acompanharmos todos juntos a partir das 11:00 deste sábado. Fiquem ligados!