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Car Culture

456 Venice: a história da perua Ferrari feita exclusivamente para o Sultão de Brunei

“Ferrari” e “perua” não são duas palavras que costumam andar juntas. Quando se pensa em Ferrari, logo vêm à mente carros de Fórmula 1 e superesportivos de motor central-traseiro, como Testarossa, F40, F355 ou 458 Italia. Só que você deve saber que a Ferrari também tem uma longa linhagem de grand tourers, atualmente representados pela shooting brake FF.

E, se os mais puristas criticam a Ferrari até hoje pela configuração da FF — motor dianteiro, tampa traseira de hatchback e tração integral, só para começar —, é porque não conhecem ou não lembram da 456 Venice, a verdadeira perua da Ferrari.

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A Ferrari 456 foi lançada em 1992, dando sequência a uma linhagem de grand tourers que pode ser traçada de volta à 250 GT/E, de 1959 , e que é atualmente representada pela FF. Com um V12 de 5,5 litros na dianteira, tração traseira e transmissão manual de seis marchas (chamada de GT) ou automática de quatro marchas (GTA) no meio, 456 durou 11 anos em produção — uma das Ferrari mais longevas da história.

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Na 456 pré-reestilização, o V12 rendia 442 cv a 6.250 rpm e 56 mkgf de torque a 4.500 rpm, o suficiente para acelerar até os 100 km/h em 5,1 segundos com máxima de 300 km/h. A partir de 1998, a versão Modificata passou a usar o sistema Bosch Motronic M5.2 que, embora não tenha alterado potência e torque, modificou a ordem de ignição dos cilindros para um funcionamento mais suave e um desempenho ligeiramente superior.

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Sendo um GT 2+2, a 456 oferecia espaço de sobra para quatro adultos. Só que um certo aristocrata árabe julgava que o espaço para bagagem era muito pequeno — ou ao menos é o que imaginamos que tenha motivado o Sultão Jefri Bolkiah, de Brunei (sim, ele mesmo…) a procurar a Ferrari pra encomendar uma 456 em forma de perua.

A história é um tanto obscura, mas o que se sabe é que o sultão procurou a Ferrari em 1996, e a fabricante encarregou a Pininfarina de projetar e modificar as 456 GT. O estúdio topou, mas exigiu que sete unidades fossem compradas a um custo de US$ 1,5 milhão para viabilizar a produção. O Sultão só queria seis, mas ele pagou pelas sete deixou uma delas com a Pininfarina. Isso significa que ele desembolsou US$ 10,5 milhões para ter seis peruas Ferrari, ou US$ 1,75 milhão por cada uma. Em valores atuais isso corresponde a US$ 2,65 milhões (R$ 6,75 em valores de hoje) por unidade ou, US$ 16 milhões (R$ 40,5 milhões) no total.

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Mas o mais surpreendente é que a perua não é a versão mais rara da 456. Este título fica com a versão sedã, da qual se tem conhecimento de quatro exemplares em existência, encomendados pelo belga Nafsas Al Khaddaja.

Contudo, sabendo da suposta condição de, no mínimo, seis exemplares sob encomenda, fãs da marca acreditam que existam outras quatro 456 sedã — o pedido teria sido completado pelo próprio Sultão de Brunei.

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Há quem repudie a ideia de uma perua Ferrari de quatro portas mas, na nossa opinião, a 456 Venice tem um perfil para lá de harmonioso. Ficamos até curiosos em saber como ficaria uma perua feita pela Ferrari em 2014… você não?