A Cadillac divulgou nesta manhã (22) as primeiras imagens e detalhes do novo CTS-V 2016. A mais nova atualização do super-sedã americano é a resposta da Cadillac à dupla alemã BMW M5 e Mercedes-AMG E63, equipada com o motor V8 LT4 de 6,2 litros sobrealimentado por compressor mecânico.
Como bons americanos, a Cadillac não teve o menor pudor em exagerar na potência (o que é sempre bom, diga-se de passagem) e deu ao CTS-V 2016 nada menos que 648 cv e 86,9 mkgf. Com isso, o CTS-V se torna o Cadillac mais potente da história, e também supera de longe seus rivais europeus, mais comedidos — o M5 tem 560 cv, e o E63 AMG S 585 cv. Na verdade ele supera até mesmo o S65 AMG, que usa um V12 biturbo de 630 cv.
O responsável pela moderação dessa brutalidade toda é o câmbio automático de oito marchas com trocas no volante e uma programação chamada Performance Algorithm Shifter, a solução que a Cadillac encontrou para fazer seu automático com conversor de torque ser tão rápido quanto os câmbios de embreagem dupla dos rivais alemães.
Além disso, para evitar que seus pneus evaporem em cinco minutos o CTS-V também usa um sistema de controle de largada, que catapulta a barca americana do zero aos 100 km/h em 3,7 segundos. Tempo de supercarro, não? Então segure essa: a velocidade máxima é de 322 km/h. Trezentos e vinte e dois quilômetros por hora em um Cadillac! Cara, que futuro é esse em que um Cadillac chega a 322 km/h?
A essa altura você já deve estar chamando esse cara de Corvette Sedan — e talvez essa seja realmente uma boa definição. Apesar de ser mais pesado e ter 10 cv a menos que o Vette, ele tem vários outros sistemas herdados do esportivo, caso do Magnetic Ride Control, que usa amortecedores magnetorreológicos e também equipa o Camaro ZL1, e do Performance Traction Management com quatro modos de condução — Tour, Sport, Snow e Track.
Outro mimo emprestado da prateleira do Corvette foi o Performance Data Recorder, o datalogger que grava vídeos HD com sobreposição de dados fornecidos pela ECO para análise do desempenho do piloto (e do carro) em pista.
Para contrariar toda essa capacidade de aceleração o CTS-V usa freios Brembo, com discos de 390 mm e pinças de seis pistões na dianteira e discos de 365 mm com pinças de quatro pistões atrás.
Quem espera que o CTS-V seja o típico carro americano, com menos refinamento que os europeus, pode ter uma surpresa. Segundo a Cadillac o CTS-V é 25% mais rígido à torção que o modelo base, e além da suspensão adaptativa, ele conta com rodas de 19 polegadas (com 9,5 polegadas de largura na frente e 10 polegadas atrás) calçadas por pneus Michelin Pilot Super Sport 265/35 na frente e 295/30 atrás para chegar a 1g de aceleração lateral — o Corvette chega a 1,2 g, com entre-eixos mais curto e menos peso.
Por dentro o CTS-V é uma mistura da esportividade do visual e do seu V8 com o luxo que se espera da marca: couro e metal por todos os lados em três tipos de acabamento diferente — Jet Black, Jet Black com detalhes em Platina clara e Saffron (um certo amarelo, quase ocre) com detalhes em Jet Black. Os bancos são da Recaro e o painel digital de 12,3 polegadas é exclusivo da versão.
Por último, mas não menos importante, é a prova de que a Cadillac deixou definitivamente de ser aquela marca meio careta americana: o CTS-V usa capô de fibra de carbono com um respiro do mesmo material, além de splitter frontal, difusor traseiro e duas saídas duplas de escape. Ousado? Quase nada: ele ainda pode ser equipado com um pacote opcional chamado Carbon Fiber, que inclui splitter, respiro no capô, para-choques e spoiler traseiro mais agressivos que os de série.
O modelo será apresentado no começo de janeiro no Salão de Detroit, o primeiro evento que o FlatOut cobrirá em 2015.