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A genealogia da F1: a origem e as mudanças das equipes ao longo dos anos

O automobilismo sempre foi um esporte tão atraente quanto complexo e caro. Criar uma equipe exige um esforço hercúleo, mas mantê-la em operação de forma rentável é uma tarefa que pouquíssimas pessoas conseguiram realizar. Às vezes nem mesmo grandes fabricantes deram conta do recado. É por isso que hoje o grid da F1 tem apenas dez equipes e mais da metade delas tem origem em outras equipes que fracassaram em sua missão no esporte motorizado ou mudaram de mãos (e nome) durante sua trajetória — somente McLaren, Williams, Haas e Ferrari são as mesmas desde sua fundação.

Diante dessa situação no mínimo curiosa, decidimos dar uma olhada na genealogia das outras equipes que disputam a Fórmula 1 atual, e de algumas equipes famosas do passado que acabaram incorporadas ou compradas por outras equipes.

 

Force India

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Em 2018 a Force India irá disputar sua 11ª temporada de Fórmula 1. A estreia dos indianos aconteceu no GP da Austrália de 2008, a primeira etapa daquela temporada, mas não era exatamente a primeira corrida da história daquela equipe.

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Isso porque a Force India foi criada a partir da antiga Spyker F1, a equipe que foi formada pela Spyker Cars no retorno da marca holandesa, disputou apenas a temporada de 2007 e acabou vendida a Vijay Mallya no final de 2007.

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Só que a Spyker F1 também não era exatamente novata: ela surgiu da compra da Midland F1 Racing, que disputou a temporada de F1 de 2006 com os pilotos Tiago Monteiro e Christijan Albers. E ela também não foi criada do zero: a Midland F1 é simplesmente a antiga equipe de Eddie Jordan, rebatizada com o nome da holding canadense Midland Group, que comprou a Jordan Grand Prix em meados de 2005.

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A Jordan sim foi uma equipe nova. Fundada no início dos anos 1980 como Eddie Jordan Racing, ela disputava as categorias menores de monopostos na Inglaterra e na Europa continental — primeiro na Fórmula 3, depois a Fórmula 3000. Em 1991 Eddie Jordan decidiu apostar na Fórmula 1 e lá ficou até 2005.

 

Red Bull Racing

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A Red Bull Racing também já está completando mais de uma década na Fórmula 1, mas se considerarmos sua origem, ela tem quase 20 anos de história nos Grandes Prêmios. A equipe austríaca surgiu a partir da compra da antiga equipe Jaguar Racing, que disputou a F1 entre 2000 e 2004.

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Apesar do nome, não havia um único parafuso fornecido pela Jaguar Cars nos carros. O uso da marca Jaguar foi apenas parte da estratégia de branding da Ford, então proprietária da marca inglesa, que arrematou a antiga equipe Stewart Grand Prix.

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Formada por Jackie Stewart e seu filho Paul Stewart como parte de um acordo com a Ford para se tornar a equipe oficial da fabricante em cinco anos, a Stewart Grand Prix estreou em 1997 e já no final de 1999 foi arrematada pela fabricante.

 

Toro Rosso

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Toro Rosso, caso você nunca tenha percebido ou perguntado ao Google, é a tradução de “red bull” para o italiano. Não é só um disfarce para fingir que são duas equipes com o mesmo proprietário, mas uma certa homenagem à sua origem italiana. Sim, a Toro Rosso pertence à Red Bull, mas nasceu na Itália em 1985 quando foi fundada por um cara chamado Giancarlo Minardi.

Entre 1985 e 2001, o próprio Giancarlo Minardi comandou a equipe que levava seu nome, Minardi F1 Team, e revelou vários nomes famosos da F1, como Christian Fittipaldi, Alessandro Nannini, Alex Zanardi, Giancarlo Fisichella, Jarno Trulli, Mark Webber, Michele Alboreto e Fernando Alonso.

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Endividado em 2001, o signore Minardi vendeu a equipe ao australiano Paul Stoddart, que a comandou até 2005, quando decidiu vendê-la à Red Bull GmbH. Apesar da insistência dos fãs, os austríacos energéticos mudaram o nome da equipe para Toro Rosso.

 

Renault Sport F1

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A Renault Sport F1 é uma das grandes confusões dos últimos anos na Fórmula 1. A fabricante francesa entrou oficialmente na Fórmula 1 em 1977, estrando os motores turbo na categoria, mas aquela investida não foi o embrião da atual equipe. A Renault Sport original, ou melhor, Équipe Renault, encerrou sua participação na F1 ao final da temporada de 1985. Coincidentemente na mesma época em que a Benetton comprou a Toleman e a rebatizou com o nome da grife italiana.

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Toleman com o patrocínio da Benetton

Por que misturei a Benetton na história? Porque os fashionistas italianos disputaram a Fórmula 1 até 2001, e mudaram de nome quando a própria Renault arrematou a equipe para transformá-la na Renault F1. Sim: a Renault F1 onde Fernando Alonso conquistou seus dois títulos é a terceira “geração” da Toleman que deu um carro a Ayrton Senna em 1984. Aliás, Flavio Briatore não entrou na Renault porque gostava dos franceses: ele era executivo da Benetton.

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Mas não é esta a confusão. O negócio começou a se perder quando a Renault decidiu deixar a F1 e, no final de 2010, vendeu a equipe ao grupo Genii Capital, uma holding de investimentos sediada em Luxemburgo. Os investidores fizeram um acordo com o atual detentor da marca Lotus, David Hunt, que comprou os direitos quando a equipe faliu, e a batizaram de Lotus Renault.

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Quando Bruno Senna foi contratado para disputar a F1 pela Lotus Renault, o sobrenome famoso, o capacete amarelo e a pintura preta e dourada forçaram uma associação ao nome Senna novamente em um Lotus preto. Mas não era bem assim. Apesar do nome Lotus, a equipe não tinha nada a ver com a antiga Team Lotus F1 de Colin Chapman (que existiu entre 1958 e 1994), somente um acordo comercial para não batizar o time de ex-Renault ou de Genii Renault. Na verdade o que vimos foi a linhagem familiar de Senna nas pistas em um carro da mesma linhagem daquela equipe que revelou seu tio em 1984.

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Em 2015 a Renault decidiu retornar à F1 e arrematou a Lotus Renault, transformando-a novamente em sua equipe oficial.

 

Mercedes AMG

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A Mercedes AMG/Mercedes GP se tornou uma equipe tão bem-sucedida e dominante, que é fácil esquecer que ela não surgiu de uma iniciativa da fabricante alemã. Quem acompanha a F1 lembra que a Mercedes AMG surgiu em 2010 como Mercedes GP, após comprar 75% da Brawn GP, a primeira e até agora única equipe da história que venceu o título de pilotos e construtores em seu primeiro ano de competição.

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E quem começar a vasculhar seu HD encefálico irá lembrar que a Brawn GP nasceu quando Ross Brawn arrematou a equipe de fábrica da Honda (oficialmente Honda Racing F1) quando os japoneses abandonaram a F1 devido à crise mundial daquele ano.

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E assim como a Mercedes, a Honda também não montou a equipe do zero como fizera nos anos 1960. Ela voltou à categoria no final de 2005 através da aquisição da British American Racing, mais conhecida como BAR, que disputou a Fórmula 1 entre 1999 e 2005 com os motores da fabricante japonesa.

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Mas a origem da Mercedes AMG também não está na BAR. A BAR foi criada após a aquisição da tradicionalíssima Tyrrell, que foi fundada em 1973 quando a Matra rompeu o contrato com Ken Tyrrell, que construiu um carro novo e fez uma nova equipe com seu nome. Esta sim, uma equipe estreante criada do zero.

 

Matra

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Já que falamos na Matra, vamos aproveitar para contar o que aconteceu a ela depois que Ken Tyrrell caiu fora para criar sua equipe campeã. Os franceses continuaram competindo até 1972 e ao final daquela temporada se retiraram da Fórmula 1, mas mantiveram suas operações no Mundial de Carros Esporte (WSC) por mais dois anos.

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Em 1974, quando eles finalmente se retiraram do automobilismo, um outro francês chamado Guy Ligier arrematou toda a estrutura da Matra, incluindo os motores e a integrou à sua equipe, que havia sido fundada em 1968 como construtora de carros esporte para o WSC. Assim a Ligier entrou na F1 em 1976 e ali ficou até 1996, quando foi vendida ao recém-aposentado Alain Prost.

Assim nasceu a Prost Grand Prix, que estreou na F1 em 1997 com dois pódios de Olivier Panis, mas enfrentou problemas durante toda a sua curta história — apesar de um segundo lugar de Jarno Trulli no GP da Áustria de 1999. Em 2001, sem condições de continuar, Prost encerrou a equipe e a vendeu para um consórcio chamado Phoenix Finance.

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O Phoenix Finance pretendia criar uma equipe com a estrutura da Prost GP e da Arrows, com Tom Walkinshaw no comando. Contudo, a FIA encarou a junção das duas equipes como uma nova equipe, exigiu um novo processo de inscrição e o projeto acabou engavetado.

 

Walter Wolf Racing

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A Walter Wolf Racing chegou à Fórmula 1 através de uma parceria com a primeira equipe de Frank Williams, a Frank Williams (Racing Cars), na qual adquiriu uma participação de 60%.

Com a parceria, a Frank Williams muda seu nome para Wolf-Williams Racing em 1976. A temporada não é das melhores e, ao final daquele ano, Walter Wolf decide reestruturar sua equipe, afastando Frank Williams do comando. Enfurecido, Williams desiste da parceria e vende seus 40% a Wolf, que muda o nome da equipe para Walter Wolf Racing.

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No ano seguinte Frank Williams funda a Williams Grand Prix Engineering ao lado de seu amigo Patrick Head, a equipe que conhecemos até hoje, atualmente batizada Williams Martini Racing por razões comerciais.

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Já a Walter Wolf Racing venceu sua primeira corrida sem Williams e terminou o campeonato de construtores de 1977 em 4º lugar. Em 1978, Jody Scheckter pontuou em seis das 16 corridas e levou a equipe ao 5º lugar geral. Em 1979 James Hunt começou a temporada como o único piloto e foi substituído por Keke Rosberg na metade do campeonato. Sem nenhum ponto e cansado da Fórmula 1, Walter Wolf vendeu a equipe aos irmãos Fittipaldi no início de 1980.

 

Sauber

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A Sauber que conhecemos hoje foi fundada no início dos anos 1970 pelo suíço Peter Sauber para participar de subidas de montanha (a única modalidade permitida na Suíça). Nos anos 1980 Sauber migrou para os protótipos-esporte do Mundial de Carros Esporte (WSC) até chegar à Fórmula 1 em 1993.

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Em 2005 Peter Sauber vendeu sua equipe à BMW, que a transformou em sua equipe oficial de fábrica, porém mantendo o nome BMW Sauber. Na temporada de estreia, 2006, a equipe conseguiu dois pódios com um terceiro lugar de Nick Heidfeld e um terceiro do estreante Robert Kubica. Na temporada seguinte, mesmo sem uma vitória e com apenas dois pódios — ambos de Nick Heidfeld — a equipe terminou o campeonato de construtores em terceiro lugar, mas devido à desclassificação da McLaren, a BMW acabou com o vice-campeonato daquele ano.

Na temporada seguinte veio a primeira e única vitória da equipe: Robert Kubica no GP do Canadá. Com a maioria das corridas terminadas na zona dos pontos e outros nove pódios de sua dupla de pilotos, a BMW terminou o campeonato em terceiro lugar.

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Mas em 2009 as coisas mudaram: com apenas 2 pódios e 36 pontos, a BMW terminou o campeonato em sexto. Somando a insatisfação com os resultados à crise mundial da época, a BMW revendeu a equipe a Peter Sauber e se retirou do automobilismo. Na temporada seguinte, contudo, algo curioso aconteceu: a FIA não permitiu a mudança do nome BMW Sauber para Sauber. Mesmo com os motores Ferrari na traseira do C29, a equipe correu como BMW Sauber Ferrari.

 

Ferrari

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Como Frank Williams, Enzo Ferrari também perdeu sua primeira equipe. A Scuderia Ferrari fundada em 1929 era uma equipe independente que corria com modelos Alfa Romeo. Quatro anos mais tarde, enfrentando dificuldades financeiras, a Alfa Romeo encerrou seu programa de automobilismo, e transformou a Ferrari em sua equipe oficial de fábrica até 1937. Recuperada, a Alfa Romeo comprou a Scuderia Ferrari de Enzo e a incorporou à sua divisão de corridas, a Alfa Corse, fazendo de Enzo o chefe da equipe.

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A parceria durou apenas dois anos: em 1939 a Alfa encerrou suas atividades no automobilismo e Enzo deixou a empresa para criar uma nova equipe. Proibido de usar seu nome por quatro anos a partir da compra da Scuderia Ferrari pela Alfa Romeo, Enzo fundou a SEFAC, sigla para Scuderia Enzo Ferrari Automobili Corsa.

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O nome Ferrari seria liberado em 1942, mas como você aprendeu na escola, aquele foi o auge da Segunda Guerra Mundial, que durou até 1945. Quando as coisas voltaram a se acertar, em 1947 Enzo chamou seus ex-colegas da Alfa Romeo e fundou a nova Scuderia Ferrari, que é a que disputou todas as temporadas da F1 e existe até hoje.

 

McLaren

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A McLaren, assim como a Haas e a Williams, é uma das raras equipes que começaram do zero e foram mantidas até hoje. Fundada em 1963 por Bruce McLaren com Teddy Mayer e Tyler Alexander, ela passou a ser comandada pelos sócios do piloto após sua morte em 1970.

No início dos anos 1980 Ron Dennis, que já estava na equipe desde a década anterior, comprou a participação de Mayer e Alexander e assumiu o controle da equipe junto de Mansour Ojjeh — o mesmo empresário árabe que ajudou a colocar a Williams no topo da categoria anos antes.

Dennis se manteve na McLaren até 2016, quando foi afastado da presidência do Grupo e vendeu seus 25% para os demais acionistas.

 

Lotus

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Nestes 67 anos de Fórmula 1 a categoria viu três equipes Lotus diferentes. A primeira — e a única Lotus de verdade — foi o Team Lotus fundado por Colin Chapman nos anos 1950, e que esteve na  Fórmula 1 entre 1958 e 1994.

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Irreconhecível em 1994

Em 2010 uma nova Lotus apareceu bancada pelos malaios da Proton, então proprietários do Group Lotus, do qual faz parte a Lotus Cars, que colocaram o nome Lotus Racing na equipe.

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Um ano depois, a Renault vendeu sua equipe para o Genii Capital, um grupo de investimentos de Luxemburgo, que fez um acordo com David Hunt, irmão de James Hunt e detentor da marca Lotus desde que a equipe de F1 quebrou em 1994. Esta foi a terceira Lotus.

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Ná pratica, ficaram conhecidas como Lotus preta e Lotus verde

Como resultado, em 2011 as duas equipes correram com o nome Lotus. Uma como Team Lotus, outra como Lotus Renault. A versão malaia da Lotus logo mudou o nome para Caterham e deixou a F1 ao final da temporada de 2014. A outra foi vendida de volta para a Renault, como expicamos mais acima.