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A história do Toyota Celica que Zico ganhou depois do Mundial Interclubes de 1981

Caso você ainda não tenha sacado, o FlatOut é um site sobre carros e a gente não costuma falar de futebol aqui. Claro, existem os mais radicais que acham que quem curte graxa e gasolina não pode gostar do esporte bretão, mas isto não é verdade. Para provar, vamos falar um pouquinho de futebol por aqui.

Arthur Antunes Coimbra, o Zico, é considerado um dos maiores craques da história do futebol Brasileiro — especialmente por causa do Mundial Interclubes de 1981, conquistado pelo time do Flamengo. Depois de ser Campeão Brasileiro em 1980 e Campeão Carioca em 1981, o Flamengo ganhou o direito de disputar o torneio mundial ao vencer, também, a Libertadores da América, cuja final foi em novembro daquele ano.

Na época o Mundial Interclubes era disputado em uma única partida realizada em Tóquio, no Japão. E foi lá que, no dia 13 de dezembro de 1981, o Flamengo goleou os britânicos do Liverpool por 3×0, com dois gols do centroavante Nunes e um do volante Adílio. Zico, que jogava como meia, foi essencial nas três jogadas e, merecidamente, ficou com o título de melhor em campo.

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A edição de 1981 da Copa Europeia/Sul-Americana, também conhecida como Copa Intercontinental e, informalmente, como Mundial Interclubes, foi patrocinada pela Toyota (que também patrocinou a Libertadores entre 1998 e 2007). Entre as ações do patrocinador, estava a premiação de melhor jogador em campo, que recebia uma quantia em dinheiro e um carro da marca — geralmente um esportivo. E foi exatamente o que aconteceu com o Galinho de Quintino: Zico foi eleito o melhor em campo e faturou as chaves do Toyota Celica.

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Em muitos casos o vencedor do prêmio vende o carro e divide a grana com o restante do time, mas Zico ficou com o carro e fez questão de manter o possante guardado em sua garagem até hoje, como mostra esta reportagem feita pelo Globo Esporte em 2011, ocasião dos 30 anos do título mundial do Flamengo.

Em nenhum momento o nome do carro é mencionado, mas trata-se de um Toyota Celica liftback de terceira geração, que foi fabricado entre 1981 e 1985. Não é a geração mais famosa do Celica, mas trata-se de um modelo bem comum no Japão. Os motores eram sempre de quatro cilindros, com deslocamento variando entre 1,6 e 2,4 litros.

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Zico recebeu o carro simbolicamente ainda em campo, logo após a conquista do mundial. No entanto, o Celica só foi parar no Rio de Janeiro em 1983, devido à burocracia (ainda maior) que era importar um carro há três décadas. Tanto que, em uma das fotos da cerimônia, vê-se que o carro levado pela Toyota ao estádio de Tóquio era um Celica ST, equipado com motor de 1,8 litro e 100 cv.

O carro que foi entregue a Zico é outro e foi fabricado depois, em 1982 — um Celica 2.0 GT, mais potente, com motor de dois litros e 145 cv. É bem provavel que o carro nem tenha vindo do Japão, mas dos EUA, afinal o volante está do lado certo do carro. Com tração traseira, devia até ser divertido. Ao menos isto, não é?

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Initial Z?

O jogador conta que o carro desembarcou em abril de 1983 e que, por isso, não teve muito tempo para curti-lo logo de cara: em junho, contratado pelo clube italiano Udinese. Em 1985, de volta ao Brasil, Zico finalmente pode colocar o hodômetro para girar, algo que faz com frequência desde então.

Dito isso, Zico não foi o único jogador a ganhar um carro depois da final do Mundial Interclubes de 1981: Nunes, o artilheiro da partida, também levou um troféu sobre rodas para casa: um Toyota Carina, sedã que usava a mesma plataforma do Celica, porém com uma proposta bem mais sóbria.

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Zico contou que Nunes ficou com o carro por muitos anos antes de decidir vendê-lo. Quem comprou foi o colecionador (e flamenguista) Mauro Amenta, que guardou o Carina em um galpão e fez questão de mantê-lo como estava, incluindo a documentação em nome de João Batista Nunes de Oliveira. Na época da reportagem, o carro não andava mais, e Amenta disse que seu objetivo era que fosse exposto no Museu do Flamengo, que estava em construção na época.

Zico, por outro lado, pretende seguir como dono de seu Celica pelo resto da vida. E fica a pergunta: será que ele usa o Toyota de tração traseira para dar uma de Takumi Fujiwara de vez em quando?