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Car Culture

A impressionante coleção de carros do baterista do Pink Floyd, Nick Mason

Na semana passada você conheceu o lado gearhead de Brian Johnson, vocalista do AC/DC. Dando sequência ao tema “carros + astros do rock”, hoje você vai conhecer a coleção absurdamente estonteante de Nick Mason, o simpático senhor que cuidou das baquetas do Pink Floyd por 30 anos, uma das maiores bandas de rock do mundo.

Rock progressivo, para ser mais exato — a vertente do rock surgida nos anos 1960, que incorporou elementos de jazz e música clássica a composições longas em uma tentativa de dar “credibilidade ao rock como arte”, até então considerado por muita gente como uma moda passageira. Décadas passaram, e o rock está aí, em parte, graças ao rock progressivo. Para alguns, é chato. Para outros, é a forma mais alta de manifestação musical.

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Da esquerda para a direita: Richard Wright, David Gilmour, Nick Mason e Roger Waters: o Pink Floyd clássico

Qualquer que seja sua opinião, contudo, você não precisa ser um fã de rock progressivo (ou rock) para curtir a coleção de Nick Mason — disso temos certeza pois, se você está lendo este texto, é porque gosta de carros em um certo grau.

O primeiro carro de Nick Mason, ele contou ao Top Gear em 2012, foi um Austin Seven Chummy — um modelo que foi vendido nas décadas de 1920 e 1930 que ensinou a Mason muita coisa sobre mecânica — ou “como não cuidar da mecânica de um carro”, ele diz. Mason é um cara bem modesto — uma piada recorrente entre os fãs do Pink Floyd é que ele foi o único membro da banda que nunca saiu dela, nunca brigou com ninguém e nem foi internado em um sanatório em três décadas de atividade —1965-1995, fora as ocasionais reuniões. A última vez em que Nick tocou com algum dos membros da banda em um show aconteceu em 2011.

Contudo, sua paixão por carros jamais o abandonou, e ele participa de corridas de clássicos com boa parte de sua coleção.

O primeiro carro que Mason comprou com o dinheiro do Pink Floyd foi um Lotus Elan — o modelo original, dos anos 60. Roadster, leve e de tração traseira, é um carro tipicamente britânico. O carro podia ser comprado novo na época, mas o de Mason era usado, afinal, nem sempre o Pink Floyd foi uma das maiores bandas do planeta — em 1967 os caras lançariam seu primeiro álbum, Piper At The Gates of Dawn, depois de começar a chamar a atenção das gravadoras no ano anterior. Toda lenda tem um começo.

A coleção de Mason tem cerca de 40 carros — mais do que você terá a vida inteira, menos do que boa parte dos colecionadores famosos, que têm centenas de carros. É que Mason prioriza qualidade sobre quantidade. Para você ter uma ideia, a coleção conta com McLaren F1 (o maior supercarro de todos os tempos), Bugatti Type 35 (um pequeno bólido que, segundo Mason, faz mais curva do que um 911 GT3 em Silverstone), alguns carros de corrida da Aston Martin, e um Lola T295 de corrida, branco com estampa de tijolos — como na capa de The Wall, um dos maiores clássicos do Pink Floyd.

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Ele usou o Lola na edição de 1980 das 24 Horas de Le Mans, terminando a corrida em 22º.

Nick parece ter uma paixão especial pela Ferrari. Sua coleção conta, entre outras, com uma 512 S, uma F40, uma Enzo (que ele já emprestou a Jeremy Clarkson), uma 599 GTO e, mais recentemente, uma FF (para o dia-a-dia, claro).

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Mas seu carro mais especial é, sem dúvida, sua 250 GTO.

Sim, Nick tem um dos carros mais raros e caros de todo o mundo. A Ferrari 250 GTO, produzida entre 1962 e 1964, com apenas 39 unidades. Mason comprou a dele em 1977 — e contou ao FT.com que todo mundo achou que ele era idiota por pagar £ 37 mil (cerca de R$ 138 mil), dinheiro recebido depois de gravar The Dark Side of the Moon, pelo carro. “Não quero contar vantagem, mas acho que o tempo provou que eu estava certo”. Recentemente uma 250 GTO foi vendida por £ 23 milhões, ou R$ 86 milhões. Mas Nick Mason não pretende vendê-la tão cedo.

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Ao lado de um Maserati Birdcage, a GTO é um dos carros favoritos do baterista. “Gosto porque ela é a perfeita topa-tudo. O manejo é bem complacente, apesar de ela ter sido feita para as pistas e ter um motor V12. Ela é linda mas parte da engenharia é bem crua, e o interior é básico. Muitos carros de alto desempenho são absolutamente indomáveis de guiar, mas acho que a maioria das pessoas conseguiria lidar com esta Ferrari“. Um detalhe bacana: desde que foi comprada por Mason, a 250 GTO jamais foi restaurada — ela exibe, orgulhosa, marcas de suas cinco décadas de uso em corridas. Talvez, assim, seja mais valiosa do que um exemplar mint condition, e não estamos falando de valor monetário, e sim de valor histórico.

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Antes de ficar famoso, em 1964, Mason foi assistir às 24 Horas de Le Mans com seu pai e viu exatamente este carro correr. Dois anos antes, esta mesma GTO venceu a corrida, e o jovem Nick jamais poderia imaginar que, décadas depois, ele seria uma das poucas pessoas no mundo a ter uma 250 GTO — e ainda correr com ela pelo mundo todo, como faz com boa parte de seus carros.

Nada estranho, visto que ele é a única pessoa do mundo que já foi baterista do Pink Floyd.

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