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Zero a 300

A Silverado de volta ao Brasil | Um uruguaio vence em Pebble Beach | A volta do Meyers Manx e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

A Chevrolet Silverado no Brasil

A prometida terceira picape full-size (inglês americano para “grande pacas”) americana finalmente começa a chegar ao Brasil: depois da RAM e da Ford F-150, é a hora e a vez da Silverado.

A outra Silverado “brasileira”

Não é a primeira vez que temos uma picape com este nome; os mais velhos vão lembrar do carro que vinha da argentina e que sucedeu a A/C/D-20 em 1997. Com o seis em linha da C20 com injeção, e um turbodiesel também seis em linha de 4,2 litros, foi um sucesso por algum tempo; até teve a versão perua baseada na Tahoe americana, aqui chamada “Grand Blazer”.

Mas o ano é 2023 e a picape que chega aqui, como todas as concorrentes, é um carro de luxo ao estilo americano, com uso ampliado. Um “Texas Cadillac”(ou, pejorativamente, Redneck Cadillac), como chamam por lá. Como antigamente, esses carros de luxo tem chassi separado e um V8 enorme e tranquilo; apenas agora tem caçamba e tração 4×4, ampliando suas possibilidades de uso.

A Chevrolet anunciou que a Silverado será disponibilizada para os interessados no dia 26 de agosto próximo, com preço único de R$ 519.990, apenas na versão High Country. O lote inicial será composto por 500 unidades. As entregas estão previstas para começar na virada do ano, e os interessados poderão fazer as reservas na rede de concessionárias de todo o país. É importada do México.

Vem com o V8 “pequeno” de 5,3 V8 litros a gasolina com 360 cv a 5.600 rpm e 52,9 mkgf a 4.100 rpm; é a primeira vez que o V8 LS vem para cá nesta cilindrada; desde os anos 2010 temos ele aqui no Camaro SS, mas com 6,2 litros. É uma unidade extremamente compacta e leve, com comando único no vale do V e duas válvulas por cilindro acionadas por varetas e balancins; a mais nova iteração do famoso Chevrolet V8 de bloco pequeno.

O câmbio é sempre o automático de 10 marchas, e o carro faz 6 km/litro na cidade e 7,2 km/litro na estrada, no ciclo do Inmetro. A tração é nas quatro rodas com reduzida, controle eletrônico de aclive e declive, bem como três diferentes modos de condução.

A Silverado mede 5.913 mm de comprimento em um entre-eixos de 3.745 mm, entre eixos maior que o da F-150 e da RAM 1500, e a maior caçamba da categoria. São 1.781 litros de capacidade, contra 1.370 litros e 1.200 litros dos concorrentes. O peso em ordem de marcha, sem gente dentro, é de nada menos que 2.505 kg.

A picape será oferecida em quatro opções de cores metálicas (Branco Abalone, Cinza Rush, Preto Global e Vermelho Radiant), terá garantia de 3 anos. A marca tem mais de 550 concessionárias no país, um suporte invejável. (MAO)

 

Novo Citroën Jumper Cargo para motoristas com carteira B

Se você quer realmente carregar tralha, e não liga para a imagem de funcionário de serviços de infraestrutura que inevitavelmente projetará ao exterior, existe uma opção muito melhor que essas picapes enormes e caríssimas modernas. Uma que permite inclusive que a carga fique protegida do tempo e dos amigos do alheio: uma van.

Veja o exemplo deste lançamento de hoje: o Citroën Jumper Cargo Furgão. Como seu gêmeo Peugeot Boxer Cargo, tem capacidade de carga e volume reduzidos, para ficarem abaixo de 3,5 ton de PBT, e assim poderem ser dirigidos por motoristas de automóveis com carteira B.

Com área de carga reduzida para 11,5 m³ frente ao Jumpy normal de 13 m³, este modelo menor é também mais barato: parte de R$ 245.990. O Citroën Jumper Cargo vem com portas traseiras que abrem até 270º e porta lateral corrediça com 1.250 mm de largura e 1.755 mm de altura. Carrega até 1367 kg.

E é um veículo que num passado recente seria considerado de luxo: ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos, limitador e controlador de velocidade, sensores e alerta de marcha a ré, luzes de condução diurna (DRL), controle de estabilidade e tração com assistente de partida em rampa, airbags para os três ocupantes dianteiros, etc.  Opcionalmente pode vir até com sistema multimídia de 7” com Android Auto, Apple Car Play e câmera de ré!

Mecanicamente, é inalterado em relação ás versões de maior PBT: um 2.2 turbo diesel com 140 cv e 34,7 mkgf desde os 1.750 rpm. O câmbio é manual de seis marchas e a tração é dianteira. Um carro de ótima estabilidade e conforto de rodagem, extremamente útil, e pela metade do preço de algumas picapes por aí. Altamente recomendado! (MAO)

 

Uruguaio vence categoria em Pebble Beach com um raríssimo Pegaso

Na premiação do Concurso de Elegância de Pebble Beach deste ano, um hermano uruguaio foi premiado: o empresário farmacêutico e colecionador nascido na Argentina, Daniel Sielecki. Seu raríssimo Pegaso Z-102 Tibidabo Touring Spyder 1952 conquistou o primeiro lugar na categoria N, que celebrou a história do fabricante espanhol.

O Pegaso, como sabemos, é uma lenda sussurrada à miúda há décadas; o único real supercarro espanhol, que apareceu no pós-guerra pelas mãos do arqui-inimigo de Enzo Ferrari na Alfa Romeo: Don Wifredo Peleyo de Ricart y Medina. Aqui, basta dizer que o carro tinha um V8 DOHC dianteiro e transeixo traseiro, e suspensões independentes nas quatro rodas, já em 1950.

Pegaso: o cavalo alado da Espanha

Sielecki é argentino, mas hoje é cidadão uruguaio; os argentinos, claro, ignoram isso e clamam o prêmio de Pebble Beach “para sua nação”. Claro.

No total, 216 carros de 18 países estiveram em exposição em Pebble Beach 2023. A nata da nata do colecionismo mundial, e o evento mais importante. E penas um sulamericano ganhou algo: faz todo sentido. (MAO)

 

O novo Meyers Manx começa a ser vendido nos EUA

Meyers Manx. O sensacional buggy de praia original, a base de onde surgiram incontáveis réplicas mundo afora, inclusive no Brasil. Mas nenhuma delas chegou na pureza de linhas do carro original, criado por um sujeito sensacional chamado Bruce Meyers.

Bruce Meyers, 1926-2021: nosso adeus ao inventor do Buggy

Agora, depois da morte de Bruce, e a venda da empresa, aparece o Manx revivido. É elétrico, claro: uma forma de facilitar sua homologação para venda. Finalmente, parece, um elétrico que dá vontade de ter. Mas só se, por algum motivo, me proibirem de tascar um fusca debaixo dele.

É o Manx 2.0, cujo design segue de perto os passos do original, apenas um pouco mais refinada e ligeiramente modernizada.  Permanece fiel ao legado do original em sua construção leve e monobloco, pesando apenas 750 kg. A suspensão é independente , a tração é traseira, e há  frenagem regenerativa.

Duas opções de bateria existem: uma de 20,0 kWh com autonomia de 240 km ou uma bateria de 40,0 kWh com 480 km de autonomia. A opção maior envia 202 cv e 33 mkgf de torque para as rodas traseiras por meio de dois motores. O 0-96 km/h é em apenas 4,5 segundos.

O Resorter NEV

O CEO da Meyers Manx, desde 2020, é Freeman Thomas, o designer do New Beetle e do Audi TT. Promete que depois do primeiro lote de 50 buggies em 2023, o carro vai evoluir: tela no meio do painel,  A/C e aquecimento, para atingir um público mais amplo. Ou seja, compre já; ele vai estraga-lo em breve. Ar condicionado em Buggy é que nem um corte de cabelo na Mona Lisa.

A empresa anunciou os preços preliminares nos EUA: o Manx 2.0 EV começará em US$ 74.000 (R$ 365.560). O recentemente revelado Resorter NEV, que segue as normas de carrinhos de golfe sem placa, com velocidade máxima limitada a 40 km/h, tem um preço base de US$ 49.000 (R$ 242.060). A empresa está aceitando depósitos de US$ 500 para ambos os modelos no seu site. (MAO)