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A volta dos carros PCD
Desde o dia 1º de janeiro deste ano está vigorando o novo teto de R$ 200.000 para que um modelo seja beneficiado pela isenção de impostos para clientes com deficiência (PCD). A mudança foi necessária para acompanhar o aumento dos preços dos veículos desde a última regulamentação para as isenções. Com isso, as fabricantes também redesenharam sua estratégia para atender esta demanda — que há alguns anos era responsável por quase 50% das vendas de alguns modelos.
Na Fiat, por exemplo, o Fastback agora tem uma versão de R$ 117.990 que, com todos os impostos descontados, pode chegar aos R$ 101.620. Na Volkswagen, voltamos a ver as versões Sense PCD do T-Cross e do Nivus. Os dois podem chegar aos R$ 100.700 se todos os descontos forem concedidos — como o ICMS é estadual, há regras específicas para a isenção deste imposto, que também habilita à isenção do IPI. O Jeep Renegade, um dos modelos que melhor surfaram a onda do PCD na década passada, agora parte de R$ 118.920 para chegar aos R$ 102.900 com o desconto total.
Vai um dino Ferrari aí?
Não um V6, nem um esportivo setentista, mas um dinamômetro. Um legítimo dinamômetro de bancada adquirido pelo concessionário/equipe Garage Francorchamps em 1953 diretamente da Ferrari, para calibrar os motores V12 da marca. O aparelho vai a leilão pela RM Sotheby’s no próximo dia 1º de março e deve ser arrematado por entre US$ 125.000 e US$ 175.000.
É um valor elevado até mesmo para um dinamômetro antigo da Ferrari, mas… ele tem algo especial: um V12 Colombo de 4 litros, retirado de uma Ferrari 330 GT 2+2 com carburação Weber. Isso significa que o comprador terá o motor de alguma Ferrari “non-matching numbers”, que ele terá um V12 Ferrari para usar onde quiser, e também que ele poderá acertar qualquer motor clássico da Ferrari.
O dinamômetro está plenamente funcional, e ficou com a concessionária de 1953 até 2008, quando foi comprado por um colecionador do Texas. Segundo a Sotheby’s, este dinamômetro é “uma das peças mais significativas da memorabilia ferrarista a ser oferecida nos últimos anos”.
Mercedes voltará a priorizar modelos de combustão interna
Nós já dissemos algumas vezes, desde que a Europa começou a discutir a insana proibição da venda de veículos de combustão interna, que haveria resistência a esta medida vinda de todos os lados — consumidores, fabricantes e, claro, opositores políticos daqueles que a idealizaram e a aprovaram. A própria realidade será uma forte opositora, porque não dá pra ditar o ritmo da ciência; ela acontece como pode acontecer.
A mais recente oposição aos elétricos veio da Mercedes-Benz. A fabricante alemã, que já havia dito que a universalização dos elétricos não será possível com a química que conhecemos atualmente, agora está mudando sua estratégia de produtos para voltar a se concentrar em carros mais baratos e movidos pela velha combustão interna. Ao menos no mercado norte-americano.
Talvez você lembre que, durante a pandemia e em um primeiro instante após o ponto mais crítico da crise, as fabricantes pareciam ter encontrado o mapa do tesouro industrial ao oferecer menos produtos com maior valor agregado — algo que Porsche e Ferrari fazem muito bem. E isso incluía os elétricos, que são vitrine tecnológica e até mesmo acessórios de luxo para alguns segmentos do mercado.
A mudança da estratégia da Mercedes é uma reação à baixa da demanda por carros mais caros — e, supostamente à normalização da cadeia de suprimentos e das taxas de juros para financiamentos.
Segundo o site Autonews, a estratégia foi comunicada aos concessionários da marca em janeiro. Os próprios concessionários receberam positivamente a mudança de estratégia. Em depoimento ao site americano, um deles disse que estava “sufocado pelos custos” e que “é preferível ter modelos de entrada vendidos em menos de 30 dias com margens menores, do que manter carros elétricos de US$ 100.000 por meio ano e perder dinheiro com eles”. Outro concessionário disse também ao site que “a maioria dos clientes que procura carros de alto desempenho está atrás de carros a gasolina, e não elétricos”.
Que tal um radar de emissões?
Enquanto isso, na Europa, a perseguição aos carros segue em alta. Além de pedágios urbanos, custo elevado de estacionamento público e impostos mais altos para veículos mais “poluentes”, agora também há um “radar” de emissões para automóveis. Ele está sendo usado em Madri, a capital espanhola, e, apesar de ser chamado de “radar”, é um medidor de emissões de monóxido e dióxido de carbono, hexano e oxigênio.
A fiscalização é feita pela abordagem de agentes de trânsito, que executam o teste rapidamente no local e notificam os carros que tiverem emissões acima do permitido. Segundo o site Autobild, 10% dos carros testados são reprovados. O aparelho imprime o resultado dos testes, mas o condutor não é multado. Ele precisa regularizar o carro e submetê-lo a uma nova inspeção do governo para que a notificação seja anulada e ele possa voltar a circular. Caso contrário, estará sujeito a uma multa que varia entre 300 e 7.500 euros.
Há ainda um “super radar” em testes, que não irá medir os níveis de emissões dos carros, mas a qualidade do ar nas áreas consideradas críticas. Nesse caso, se constatados níveis acima dos desejados, o governo irá reduzir o limite de velocidade das vias da região afetada.
Fiat Panda pode substituir Argo no Brasil
Fiateiros do Brasil que sempre lamentaram não termos o Panda por estas bandas, aqui vai uma boa notícia: o modelo poderá ser o sucessor do Fiat Argo no Brasil. A nova geração, que já foi revelada por imagens de registro de propriedade industrial, será a oferta de modelo elétrico de entrada na Europa, produzida na Sérvia enquanto a atual geração segue em produção até 2026 na Itália.
Contudo, no ano passado, o CEO da Fiat, Olivier François, disse que “não há como [a Fiat] manter uma lucratividade regular sem a fusão das linhas de produção da Europa e da América do Sul”. Ou seja: produzir as mesmas plataformas lá e aqui. Com isso, a terceira geração do Panda pode acabar oferecida no Brasil.
Embora algumas publicações apontem que o novo Panda (ou Nuova Panda, como é chamado na Itália) seja um carro apenas elétrico, o site italiano Al Volante diz que “é muito provável” que ele também tenha uma versão a gasolina, com o motor 1.2 EB2DT PureTech, que conhecemos no Brasil no Peugeot 208 e Citroën C3. Parece pouco provável que este motor seja utilizado no Brasil, visto que temos a anacrônica legislação do IPI baseado no deslocamento, mas o motor 1.0 FireFly está aí pra isso, não é mesmo?
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