o honda civic tinha apenas dois anos quando ganhou uma versao perua pela primeira vez o ano era 1974 o universo automobilistico estava afetado pela crise do petroleo e os compactos japoneses começaram a invadir os eua trazendo como principal argumento de venda a economia de combustivel foi natural portanto que o civic ganhasse uma versao station wagon o preço da gasolina subiu mas as necessidades familiares continuaram as mesmas [gt40 content search= suv widget= 1 ] entre indas e vindas a perua do civic atravessou os anos 1980 voltou nos anos 2000 e desapareceu nos eua a perua do civic acabou nos anos 1990 quando um novo modelo mais versatil e adequado ao gosto do publico americano deu as caras o crossover cr v que assumiu a funçao de ser a perua do civic — ainda que seja substancialmente mais caro que o seda ele tambem parece bem maior que o civic mas nao acredite nos seus olhos esta quinta geraçao do cr v e 4 cm mais curta que o civic 10 tem entre eixos 4 cm menor e 5 4 cm mais larga e 28 cm mais alta a dianteira elevada com as bordas do capo ascendentes a linha de cintura alta e a base preta nas laterais dao a impressao de ele ser um carro muito maior do que realmente e se soa estranho compara lo ao civic tenha em mente que o cr v nasceu baseado no seda usando a mesma plataforma a mesma arquitetura basica do interior suspensao elevada e uma carroceria de suv a receita permanece a mesma ate hoje 21 anos depois da estreia do comfortable runabout vehicle foi por isso que ao abrir a porta e escalar o banco do motorista do honda cr v awd tive um deja vu volante quadro de instrumentos e sistema multimidia sao identicos aos do civic touring que avaliamos em dezembro passado e o painel embora tenha um visual diferente tem a mesma arquitetura e disposiçao de comandos botoes saidas de ar e porta luvas e como um civic so que mais alto e mais espaçoso — e isso tem seus pros e contras vida a bordo um dos pontos positivos e o espaço interno mesmo com entre eixos 4 cm mais curto que o do civic o espaço para as pernas e generoso como o de um seda full size o merito e da verticalizaçao dos bancos tipicas dos suv/crossovers que tem o ponto h elevado a altura em que o quadril dos ocupantes fica em relaçao ao assoalho justamente para obter este efeito ergonomico com o banco do motorista ajustado ao meu gosto tenho 1 85 m o espaço no banco traseiro era suficiente para movimentar as pernas sem tocar o banco da frente com os joelhos os bancos mais elevados tambem reduzem a altura do console central ao mesmo tempo que isso tira um pouco da sensaçao de envolvimento algo desejavel para curtir uma tocada mais divertida tambem aumenta a impressao de amplitude da cabine fazendo a parecer muito maior que a do seda ainda que o cr v seja apenas 4 cm mais largo que o civic os bancos elevados tambem se mostraram confortaveis e na viagem de 350 km que fiz com o carro o encosto do banco do passageiro contudo por nao ter ajuste lombar acabou um pouco incomodo nesta parte das costas o banco traseiro tem um sistema de rebatimento semelhante ao do hr v que articula nao apenas o encosto mas tambem o assento para se nivelar com o assoalho do porta malas alem de aproveitar melhor o espaço de carga esse sistema acomoda melhor objetos longos e rigidos como uma prancha de madeira e mais o rebatimento pode ser feito por duas alavancas posicionadas nas laterais do porta malas o que significa que voce nao precisa dar a volta no carro para rebater cada metade do banco basta abrir o porta malas manualmente ou pelo sistema hands free ativado com um movimento do pe sob o para choques traseiro e puxar as alavancas para que os bancos se recolham puxados por um conjunto de molas e ampliem o volume de 522 para 1 084 litros o cr v volta a se assemelhar ao irmao baixinho nos materiais do acabamento uma tendencia que a honda ajudou a criar e o foco na percepçao de qualidade as superficies que os ocupantes tocam sao macias e tem um certo refinamento a parte superior do painel e toda emborrachada enquanto os revestimentos de porta que utilizam couro sintetico e tecido tem um toque macio e bastante agradavel por outro lado as superficies feitas apenas para os olhos usam texturas falsas — como os apliques de madeira que sao lisos apesar de exibir veios — e plasticos leves e rigidos pensando no posicionamento do cr v no mercado americano onde ele se posiciona como o hr v por aqui isso e aceitavel mas qualquer pessoa que assina um cheque de quase r$ 200 000 por um carro espera um pouco mais de refinamento uma imitaçao de metal ou algo menos organico talvez ajudasse a eliminar parte dessa impressao alem disso notei que as marcaçoes prnds do cambio automatico estavam um pouco desalinhadas em relaçao a posiçao correspondente da alavanca levei alguns dias para acostumar a isso do civic tambem vem o quadro de instrumentos com tela central configuravel no topo voce tem o conta giros em arco sobre o velocimetro digital — um layout reproduzido tambem no hud que pode ser ativado ao toque de um botao na parte de baixo voce pode escolher entre as funçoes do computador de bordo autonomia velocidade media pressao do turbo bussola consumo instantaneo informaçoes de navegaçao informaçoes do audio ou nada pelas configuraçoes no sistema multimidia tambem da para desativar o conta giros mas por que voce faria isso falando no sistema multimidia ele se divide entre as funçoes de navegaçao audio e climatizaçao os controles sao redundantes voce pode operar pelos botoes virtuais na tela ou por comandos fisicos espalhados no console central ou no volante o sistema e compativel com apple carplay e android auto mas a primeira configuraçao e manual ha duas portas usb no console central uma porta hdmi e outras duas portas usb para os ocupantes do banco de tras o controle do brilho da tela e um pouco confuso ha um seletor de modos de brilho no proprio sistema multimidia mas ele tambem reage ao dimmer do painel controlado por uma haste espetada no quadro de instrumentos como o cr v tem sensor de luminosidade para acender os farois e lanternas ambos de led automaticamente seria conveniente se o brilho do painel e da tela tivesse ajuste automatico de acordo com a luz ambiente da mesma forma que nossos smartphones hit the road leo com cada um dos 1 084 litros do porta malas bem ocupado e o tanque de 57 litros cheio de gasolina parti em direçao ao ecpa atravessando algumas cidades rodovias de pista simples e rodovias de pista dupla e alternando asfalto perfeito e algum tipo de pavimentaçao remendada e esburacada neste trajeto pude conhecer melhor as caracteristicas do motor 1 5 turbo e do cambio cvt com simulaçao de sete marchas nominalmente trata se do mesmo conjunto do civic touring porem no cr v o motor tem 190 cv e 24 7 kgfm em vez de 173 cv e 22 5 kgfm sem pensar muito voce pode achar que a diferença entre os dois motores e apenas o mapeamento da ecu que abre a valvula wastegate com um nivel mais elevado de pressao no sistema esta e apenas uma das diferenças o civic trabalha com 1 15 bar de pressao maxima enquanto o cr v atinge 1 26 bar mas o motor do cr v tambem tem pistoes concavos para reduzir a taxa de compressao de 10 6 1 para 10 3 1 e manter a combustao estavel na camara os dois motores resfriam os pistoes com jatos de oleo mas no bloco do cr v ha canais adicionais de arrefecimento o cambio cvt tambem e o mesmo do civic com relaçoes variando entre 2 645 e 0 405 porem a relaçao final do diferencial e mais curta no cr v — 5 64 do suv vs 4 81 do seda — aparentemente para otimizar a traçao do sistema 4wd em situaçoes de baixa aderencia nao precisei da traçao nas quatro rodas nesta viagem mas a suspensao de curso longo as buchas hidraulicas e os pneus 235/60 foram providenciais para absorver as pancadas do asfalto maltratado dos primeiros quilometros com o asfalto melhorando o trecho sinuoso revelou as qualidades do sistema de direçao do cr v que mesmo com pneus de perfil alto se mostrou direto e preciso na hora de apontar para as curvas foi a suspensao quem nao colaborou muito nessas situaçoes com curso longo e carga macia o cr v empina nas aceleraçoes mergulha nas frenagens e navega em alta velocidade o que nao chega a ser uma surpresa ja que estamos falando de um suv produzido nos eua para os eua a rolagem lateral e razoavelmente contida mas suficiente para induzir um comportamento mais moderado nas curvas e tornar as transiçoes mais lentas os movimentos da carroceria alias passam a impressao de que ele pesa mais que os 1 607 kg divulgados pela honda ao mesmo tempo o comportamento suave do cr v o torna bastante confortavel na estrada especialmente em viagens pelas principais rodovias de sao paulo como a anhanguera ou a rodovia dos bandeirantes pistas largas com longas retas e abertas neste cenario o honda cr v se sente em casa e nao cansa o motorista o motor e o cambio por outro lado compensam essa falta de desenvoltura da suspensao como no civic a cvt tem dois modos de operaçao no modo drive d ele atua como um cvt convencional ajustando a relaçao para manter o motor em sua faixa ideal de torque e potencia de acordo com a demanda do acelerador nesse modo um clique na borboleta esquerda reduz a relaçao para encher o motor algo bem vindo para ultrapassagens porque o kickdown e um pouco lento ja no modo s ele adota sete relaçoes fixas que podem ser selecionadas manualmente pelas borboletas no volante ou automaticamente quando o motor chega ao seu limite de rotaçoes na casa das 6 300 rpm se preferir deixar o cambio trabalhar sozinho o kickdown e bem mais rapido que no modo drive o carro ganha um comportamento bem mais esperto mas cobra seu preço em consumo por essa razao na hora de pegar o tedioso trecho de 80 km/h com a rodovia livre ativei o modo eco que retarda sutilmente a reaçao do acelerador e mantem as rotaçoes um pouco mais baixas em velocidade de cruzeiro para economizar combustivel o consumo tambem e beneficiado pelo sistema de persiana da grade dianteira que usa um motor de passo eletronico para abrir e fechar as grades frontais de acordo com a demanda por arrefecimento ou baixo arrasto a melhor media que consegui na estrada foi 10 5 km/l — nao espere conseguir muito mais que isso o deslocamento baixo o que mantem o turbo trabalhando com pressao maxima na maior parte do tempo os 1 600 kg a traçao nas quatro rodas e a aerodinamica desfavoravel impedem medias mais proximas dos 15 km/l do civic touring falando em aerodinamica tenho uma critica ao teto solar como estamos na primavera tentei dirigir um pouco com o teto solar aberto mas o ruido do vento acima de 50 km/h era realmente incomodo o problema parece estar no formato do defletor pois ao baixa lo com a mao mesmo com o vento invadindo a cabine o ruido era significativamente menor talvez uma peça com borda plana e/ou um angulo de ataque mais suave resolva dias depois da viagem para verificar as qualidades do sistema awd levei o cr v a uma estrada de terra e cascalho e naquele dia um pouco de lama um dos modos do quadro de instrumentos exibe a distribuiçao de torque entre os eixos que e feita automaticamente por uma das ecu do carro e antes mesmo de eu forçar um destracionamento acelerando o carro mais do que o razoavel o eixo traseiro ja estava acoplado para ajudar a subida — o que indica que ele usa a leitura dos sensores de inclinaçao antes da leitura da rotaçao das rodas tive a sensaçao de que a mera inclinaçao do carro ja ativa uma transferencia minima de torque para a traseira e um eventual destracionamento aumenta a proporçao distribuida ate 40% a honda nao divulga os angulos de ataque transposiçao e saida; apenas o vao livre de 38 cm afinal este e um crossover urbanizado mas mesmo as rampas mais acentuadas que encontrei nao ofereceram risco de raspagem dos para choques resumo da opera ate pouco tempo atras o cr v era um dos principais produtos da honda no brasil chegando a vender quase 1 500 unidades por mes voce provavelmente lembra de como ele era frequente no transito das cidades e estacionamentos de condominios shoppings e supermercados a demanda por crossovers/suv urbanos contudo trouxe um irmao menor para o cr v e novos concorrentes para ambos some isso a crise economica desse periodo e o resultado foi a substituiçao do cr v pelo hr v como o queridinho do mercado o modelo medio compacto baseado no fit/city chegou a ser o crossover mais vendido no brasil enquanto o cr v aos poucos se tornou um modelo de nicho onde se encontra atualmente nesta quinta geraçao a situaçao atual do cr v e um pouco complicada — especialmente se voce acostumou a ve lo como o crossover popular da honda aqui no sentido de volume de vendas nao de preço oferecido unicamente na versao 1 5 turbo awd ele custa r$ 189 950 — ou r$ 190 000 como se fala no mundo real claro ele ja nao e mais aquele suv com motor 2 0 flex de traçao dianteira mas ele tambem nao precisa superar apenas o toyota rav4 e o hyundai tucson/ix35 a concorrencia cresceu ficou mais qualificada e diversificada o volkswagen tiguan concorre diretamente em preço e porte na versao de topo r line com motor 2 0 tsi de 220 cv traçao nas quatro rodas cambio dsg de sete marchas ele custa r$ 179 990 e traz dois itens de serie indisponiveis no cr v cruise control adaptativo sistema de frenagem automatica de emergencia por mais r$ 4 000 voce equipa o tiguan com teto solar panoramico e por ate r$ 2 550 escolhe pintura metalica ou perolizada completo ele sai por r$ 186 540 mais equipado mais potente e ainda r$ 3 410 mais barato se voce nao fizer questao do porte do cr v o volvo xc40 e 10 cm menor porem tem praticamente a mesma largura e o entre eixos 4 cm mais longo na versao t4 equipada com o motor drive e 2 0 de 193 cavalos e 30 5 kgfm ele custa r$ 169 950 e tambem oferece um pacote de assistencias indisponivel no cr v — frenagem automatica de emergencia leitor de faixas com correçao controle de cruzeiro adaptativo alerta de colisao e trafego lateral aviso de movimentaçao traseira e sistema de conduçao semiautonoma — alem de audio harman kardon os r$ 190 000 do cr v tambem podem comprar um jeep compass 2 0 turbodiesel de 170 cv e 35 7 kgfm com airbags laterais de cortina e de joelho para o motorista bancos com ajustes eletricos pacote de assistencias de conduçao com cruise control adaptativo e sistema de frenagem automatica de emergencia teto solar panoramico e sistema de audio beats alem do sistema de traçao 4x4 selecionavel manualmente com quatro modos de terreno ele nao tera ajuste eletrico do banco do passageiro mas pode ser uma opçao interessante no fim das contas apesar da situaçao complicada a honda sabe que seu cr v se tornou um modelo de nicho que sera procurado por um publico muito especifico provavelmente formado apenas por clientes fieis que trocam seu cr v por outro mais novo diante disso parece que a importaçao de 500 unidades tem mais a ver com a demanda no brasil do que com as limitaçoes da produçao nos eua onde o carro vende mais rapido do que a honda consegue fabricar a honda conhece sua clientela sabe exatamente para quem esta vendendo o cr v e tem uma reputaçao a zelar a marca vem sendo reconhecida pelo bom atendimento pos venda e pelo capricho no relacionamento com os clientes que nao abrem mao da marca nesse sentido a nova geraçao do cr v no brasil soa mais como uma açao de relacionamento com o cliente do que uma verdadeira opçao aos concorrentes
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