Um acidente ocorrido na China pode ter sido o segundo acidente fatal envolvendo o modo semi-autônomo Autopilot da Tesla. Um jovem de 23 anos chamado Gao Yaning “conduzia” seu Tesla Model S com o modo Autopilot acionado quando atingiu a traseira de um caminhão de serviço parado na faixa da esquerda de uma rodovia.
Em comunicado à agência Reuters, a Tesla disse que ainda não conseguiu determinar se o sistema semi-autônomo estava ou não ativado durante o acidente devido à extensão dos danos ao carro: “Devido aos danos causados pela colisão, o carro está impossibilitado de transmitir dados armazenados aos nossos servidores”, disse a fabricante. Por outro lado, a família do jovem chinês afirma que o sistema estava ativado no momento da colisão.
Diferentemente do acidente fatal ocorrido nos EUA em maio, o acidente de Gao Yaning foi registrado por sua câmera de painel (dashcam). O vídeo foi publicado pela rede SINA, e mostra que o carro nem o motorista desviaram ou desaceleraram diante do risco iminente de colisão:
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Em agosto um outro Tesla que rodava no modo Autopilot se envolveu em um pequeno acidente nas mesmas condições em outra rodovia chinesa, porém sem um resultado trágico ou grandes danos materiais. O motorista do Tesla, um programador de 33 anos chamado Luo Zhen, circulava pela rodovia no modo semi-autônomo quando seu carro esbarrou em outro parado à esquerda da rodovia.
O problema é que Zhen acreditava que o seu Tesla fosse 100% autônomo por ter sido assim orientado pelo revendedor local da marca. O incidente ajudou a descobrir que a marca usava o termo chinês para “direção autônoma” (zidong jiashi) no material de divulgação do carro. O Autopilot é, na verdade, apenas uma tecnologia auxiliar que deve ser utilizada sob a vigilância do motoristas segundo recomendações da própria Tesla.
Apesar disso, a Tesla foi criticada publicamente por um de seus fornecedores devido à sua postura em relação ao Autopilot. A fornecedora em questão é a empresa israelense Mobileye, empresa especializada em detecção de colisões e em sistemas de assistência ao motorista, que encerrou sua parceria com a Tesla em julho, depois que o acidente fatal de Joshua Brown foi divulgado publicamente. Segundo seu CEO, Amnon Shashua, em entrevista à Reuters, a Tesla está superestimando a capacidade do Autopilot em substituir o motorista: “O sistema não é projetado para cobrir todas as situações de risco de modo seguro. Não há o que discutir: ele não foi projetado para isso. É um sistema de assistência ao motorista, e não um sistema autônomo”.
A Tesla, por sua vez, declarou que vem educando seus clientes de forma contínua desde o lançamento do Autopilot, lembrando-os de manter as mãos no volante e permanecer alertas e presentes durante o uso do Autopilot. “Os motoristas devem estar preparados para assumir o controle a qualquer momento”, diz a empresa.