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Car Culture

Acredite: esta Ferrari California é na verdade um Mercedes-Benz SL500

Qualquer um que conheça um pouco a Ferrari sabe que a companhia de Maranello valoriza muito a integridade de seus carros. Assim, eles são bastante rigorosos quanto a modificações feitas pelos proprietários (basta lembrar do caso do DJ Deadmau5 e sua “Purrari” decorada com o Nyan Cat) e também não são muito tolerantes com empresas que fabricam réplicas de seus modelos.

Isto não impediu, porém, que uma empresa chamada DNA Automotive, baseada em Birmingham, no Reino Unido, desenvolvesse algumas das réplicas mais convincentes que já vimos dos esportivos do cavallino rampante. Em um primeiro olhar, é bem difícil distingui-las dos modelos autênticos, a ponto de não entendermos como a Ferrari ainda não moveu seus pauzinhos para que a DNA fechasse as portas.

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O modelo mais recente (e, para nós, o mais convincente) é esta Ferrari California, ou melhor, esta DNA West Coast branca — a Califórnia fica na Costa Oeste dos EUA, então o nome escolhido faz sentido. E o visual do carro, que é baseado em um Mercedes SL500, é realmente impressionante.

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Sem um exemplar autêntico da California para comparação lado a lado, o carro pode facilmente se passar por uma Ferrari de verdade: as proporções estão aparentemente corretas, o acabamento nos parece muito bem feito e alguns componentes, como faróis, lanternas e entradas de ar, podem muito bem se passar por originais.

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Contudo, alguns detalhes entregam o fato de que este não é um autêntico esportivo italiano, mas que já foi um autêntico esportivo alemão — no caso, um SL500 de quinta geração (R230), fabricado entre 2003 e 2006 e equipado com um V8 de cinco litros, 306 cv e 46,9 mkgf de torque. Ainda que os painéis da plástico reforçado com fibra de vidro da carroceria reproduzam com muita fidelidade as linhas da California, o entre-eixos é claramente mais curto, assim como as bitolas são mais estreitas e os pneus e discos de freio, menores do que os de uma Ferrari de verdade.

A construção é até razoável, mas com atenção dá para notar os vãos desiguais entre os painéis e, especialmente no vídeo acima, fica claro que se trata de um kit car. O que escancara a origem alemã desta “Ferrari”, porém, é o interior: ainda que o couro vermelho e os emblemas Ferrari estejam ali, o painel e o volante deixam claro que o carro nasceu como um Mercedes-Benz SL500 R230 — que, de acordo com o anúncio do carro no eBay, tinha apenas 78 mil milhas, um único dono e todo o histórico de compra e manutenção.

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Com um V8 na dianteira, tração traseira e a capacidade de chegar aos 100 km/h em seis segundos, com máxima limitada a 250 km/h (ao menos é o que a ficha técnica do SL500 diz), o desempenho deste carro é, sem dúvida, interessante — mesmo que uma California original seja ainda mais rápida, levando menos de quatro segundos para chegar aos 100 km/h e seja capaz de acelerar até os 310 km/h.

Agora, a não ser que o carro tenha sofrido danos cosméticos irreparáveis na carroceria, é uma pena que um Mercedes tão pouco usado tenha se transformado em uma Ferrari fake. E esta nem é a única réplica oferecida pela DNA Automotive que, segundo seu site, teve suas “Ferrari” usadas até pelo Top Gear Live, show itinerante realizado pelo Top Gear que inclui exibições de manobras com superesportivos.

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Os outros modelos, réplicas da Ferrari 458 Italia, da 360 Scuderia e da F430, por exemplo, usam carros de motor central-traseiro, como o Toyota MR2, como doador, e podem receber motores mais potentes — como o V6 de 2,5 litros e 170 cv do Ford Cougar, que é bastante comum no Reino Unido.

Todos os carros recebem o mesmo tratamento usado na West Coast — emblemas, faróis, rodas, e até réplicas em plástico dos motores V8 e V12. Eles também são batizados com outros nomes — “DN8” no caso da 450 Italia, “5Cudo” no caso da 360 Scuderia e “4Thirthy” para a F430.

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Agora, um detalhe importante: ainda que o anúncio no eBay deixe bem claro que a West Coast é uma réplica da Ferrari California e que os outros modelos sejam, também, bastante fiéis aos originais (com exceção da “458”, que ficou com proporções meio estranhas); a própria DNA não faz menção alguma à Ferrari e a seus modelos em seu site. Também não há qualquer cavalinho rampante à vista — todas as fotos são editadas e têm os emblemas removidos. Talvez isto ajude a manter a Ferrari (e seus advogados) a alguma distância jurídica da empresa.

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Contudo, cá para nós: uma Ferrari falsa, por mais fiel que seja, ainda não é uma Ferrari. Não estamos em posição para julgar quem tenha achado as réplicas bacanas e tenha até ficado com vontade de comprar uma (até porque as réplicas são mesmo boas), mas ficamos pensando: se você tem tecnologia e os meios para fabricar carrocerias com tanto capricho, por que não usá-los para fazer carros com design inédito? Na nossa opinião, ficaria ainda mais interessante! Você não concorda?