Estamos atravessando a terceira Copa do Mundo com o FlatOut — pra quem não lembra, começamos seis meses antes da Copa do Brasil, em 2014 — e, apesar de não termos nenhuma intimidade com a redonda, não dá para ignorar um acontecimento do tamanho da Copa do Mundo. Até mesmo por que ela coloca no centro das atenções alguns países que seriam ignorados em outros momentos.
Quem, por exemplo, se interessaria pela indústria automobilística da Sérvia — ou da Iugoslávia, o antigo país da qual a Sérvia nasceu — em algum momento que não fosse próximo ao jogo do Brasil na Copa do Mundo? A mesma coisa se aplica ao Catar: o que tem de interessante para o entusiasta por lá?
Bem, tirando o circuito de Lusall, onde foi disputado o GP do Catar de Fórmula 1 no ano passado — e aonde ele voltará a ser disputado a partir de 2023 e pelos nove anos seguintes — há o modesto Qatar Auto Museum, que ainda não está pronto, mas já tem expostos três carros interessantes, caso você esteja de passagem por Doha: uma das 11 Ferrari 250 GTO produzidas em 1963…
… o Pontiac Plexiglass Deluxe Six de 1939, um conceito com carroceria de plástico “plexiglass” para divulgar a nova tecnologia de polímeros desenvolvida pela General Motors….
… e um artístico e decorativo Delahaye 175 S Roadster com sua carroceria Art Déco da Saoutchik, de 1949. Não é assim um acervo para passar o dia, mas é uma chance de ver três carros muito especiais de uma só vez.
Além dele, socê quiser ver mesmo um acervo de cair o queixo, será preciso visitar o museu do xeque Faisal bin Qassim Al Thani, também conhecido como “Museu do Carro do Catar” — é ele quem irá preencher o Qatar Auto Museum quando a obra estiver concluída.
E você sabe como são estes museus do Oriente Médio… o acervo tem mais de 600 carros dos anos 1900 aos anos 2000, vindos de todos os países. É difícil pensar em um carro que não esteja representado na coleção em ao menos uma versão.
O Catar também não tem uma indústria própria. Não há marcas locais, apenas linhas de montagem de fabricantes estrangeiras como a Mitsubishi e a Tata — além de representantes de carros de luxo e supercarros, claro.
Pesquisando mais a respeito da cultura automobilística do Catar, o país tem se destacado por algo um tanto incomum: uma avenida azul, em vez de cinza e preto como se espera de uma pista feita de asfalto ou concreto armado.
Desde 2019 o governo do Catar vem fazendo experimentos para reduzir a temperatura ambiente da região central de Doha e eles envolvem o revestimento do asfalto com uma camada de 1 mm de um pigmento formado por microesferas ocas de cerâmica, com alta capacidade de refletir calor.
Com sensores de temperatura monitorando os trechos, o projeto identificou uma diferença de temperatura ambiente e de superfície de até 20 graus Celsius. Por exemplo: numa situação em que a superfície do asfalto escuro estava a 65º C, a superfície clara, com as microesferas estava a cerca de 35º C, enquanto a temperatura ambiente foi mantida na casa dos 40º C em vez de cerca de 50º C como esperado próximo ao asfalto.
Além da estrada azul de Doha, o Catar ainda tem outras duas estradas coloridas: a Red Road e a Purple Road. A primeira, é uma avenida central em Doha, onde são realizados desfiles e eventos cívicos nacionais.
O asfalto tem uma tonalidade avermelhada semelhante à usada na bandeira do Qatar e usa um pigmento agregado ao asfalto em si, em vez de ser uma mera cobertura como no caso da estrada azul.
A outra não é exatamente uma estrada, mas um caminho para passeio no parque Katara Hills, que é formado por plantas e árvores de diversos países, como se fosse uma celebração multicultural. A ideia de fazer o caminho roxo, é proporcionar uma experiência onírica baseada justamente nesta mescla botânica.
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