Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!
Daihatsu falsificava resultados de teste; Toyota para vendas da marca
Deixa contar uma coisa para vocês. Toda essa legislação crescente em cima do automóvel tem um fundo moralmente válido de salvar vidas e o meio ambiente, sim. É o motivo dela existir. Mas uma coisa pouco falada é que esta legislação é mantida e perpetuada por burocracia. Quem pode garantir que novas legislações não são criadas pela burocracia instalada, para se perpetuar?
Sim, burocracia: gente redigindo leis, lendo e arquivando relatórios, do lado do governo. Gente lendo leis, interpretando, planejando o necessário para atende-las e redigindo relatórios, arquivando-os, apresentando-os, do lado dos fabricantes. Parece pouco, mas com chefes, organização e checagem, é um batalhão de pessoas gigantesco que tem que ser mantido e pago sempre. Gente preocupada com a manutenção de seus empregos, e que, portanto, também é empenhada em criar mais legislação. Lógico né?
E nem estamos falando dos NCAP, burocracias independentes também empenhadas em autopreservação; por isso sempre pioram os seus testes; quem está interessado em testes que dão sempre 5 estrelas? Não, a notícia está no zero.
E pior: a notícia de hoje prova que, uma vez criada a legislação, a verificação externa dela deveria ser praxe. Sim, o custo, burocracia e redundância deveria ser ainda maior. Não tem outro jeito! Isso pelo fato de que onde há burocracia, há sempre fraude, e a fraude fica mais fácil e comum conforme se aumentam exigências e papéis. Tem que checar tudo, gente, sob pena de tudo ser inútil. A burocracia sempre pede mais burocracia para impedir os erros criados por ela mesmo.
Veja bem: hoje a burocracia estatal mundo afora pega relatórios dos fabricantes de automóveis dizendo que seus carros passam em todos os requisitos legais, verifica se a papelada está correta como toda boa burocracia, arquiva eles, e só. Não testa de novo. É como deixar a raposa cuidando das galinhas; a única diferença é que a raposa assina papéis prometendo não matar galinhas.
A maioria da indústria, feita por homens honestos, não assina um papel oficial se não for verdade, claro. Mas como o mundo é feito de gente de todo tipo, não é sempre que isso acontece. Veja o caso do Dieselgate VW. A notícia de hoje é outro caso grave desses.
Parece que a Daihatsu japonesa falsifica resultados de crash tests, desde os anos 1980. Quando o escândalo estourou, a dona da empresa, a Toyota, encomendou investigação independente. Agora, nas conclusões de uma investigação independente sobre a situação, foi anunciado agora que todas as remessas de veículos Daihatsu seriam suspensas. A produção também deverá ser interrompida.
A medida abrangerá os veículos Daihatsu produzidos no Japão e no exterior e também poderá se estender a outros fabricantes que compartilham tecnologia e plataformas, incluindo Mazda, Perodua e Subaru. Em 2022, a empresa vendeu 1,1 milhão de veículos, 40% deles nos mercados de exportação. A Toyota anunciou que quase todos os modelos da linha Daihatsu podem ter sido afetados, com irregularidades nos testes de segurança da empresa datando desde 1989. Barrabás.
Além disso, um comunicado de imprensa emitido pela Toyota confirmou que o painel de investigação também suspeita que a Daihatsu possa ter falsificado dados de desempenho ambiental.
Um problema que não vai desaparecer. E ninguém parece disposto a REDUZIR um pouco a burocracia, seu custo e problemas desse tipo. Ninguém quer enfrentar este batalhão burocrático entrincheirado, moralmente escondido atrás de vidas e meio ambiente salvos.
O resultado será testes estatais de confirmação, e muito, mas muito mais burocracia, e, em última instância, carros e impostos mais caros. Afinal de contas, “À medida que acumulam poder, as burocracias se tornam imunes aos próprios erros. Em vez de mudar sua história para se adequar à realidade, elas são capazes de mudar a realidade para adequá-la a suas histórias.” (MAO)
Metade dos concessionários americanos abandona a nova Buick 100% elétrica
O site Carscoops reporta que quase 1.000 concessionárias Buick nos Estados Unidos aceitaram aquisições da General Motors nos últimos 12 meses, em vez de fazer os investimentos necessários para vender os próximos veículos elétricos a bateria da marca.
A Buick tinha cerca de 1.958 franquias em todo o país no início do ano, mas recentemente confirmou que terminará 2023 com aproximadamente 1.000 concessionárias, representando uma redução de 47% em relação a 12 meses atrás. Os concessionários que não aceitaram as aquisições precisarão, cada um, investir centenas de milhares de dólares em formação, equipamento e ferramentas para a venda e manutenção dos carros 100% elétricos. A General Motors fará a transição do Buick para uma marca totalmente elétrica até 2030.
Apesar disso, o ano tem sido bom para a marca. Na verdade, suas vendas nos EUA aumentaram 58% ano após ano até novembro, graças principalmente ao aumento da demanda pelo Encore GX e pelo crossover Envision. O novo Envista também está vendendo bem, com mais de 10.500 unidades vendidas desde que chegou às concessionárias em agosto como “a última nova oferta movida a combustão da marca”.
Junto com os EUA, outro grande mercado da marca Buick é a China, que por algum motivo tem a marca em alta conta; foi por isso que Oldsmobile e Pontiac foram terminadas, mas a Buick sobreviveu. Gostaria de dizer que é por ser a primeira marca da GM, e o seu berço, mas estaria mentindo. (MAO)
TVR Griffith não será produzido; fábrica colocada à venda
O a nova TVR revivida prometia: seu Griffith é desenhado sob contrato por ninguém menos que Gordon Murray, que projetou a linha de produção também: um sensacional carro esporte, bem mais barato que as outras criações de Murray. Foi mostrado em 2017 e previsto para 2019, mas até hoje, nada de produção. Meio como um Tesla, né?
Mas não: a má notícia é que, parece, não vai acontecer. Parece cada vez mais improvável que o TVR Griffith algum dia veja a luz do dia com a notícia de que a sua capacidade de alugar a sua fábrica no País de Gales expirou. O que significa que a instalação poderá ser adquirida por outra pessoa.
A antiga fábrica da Techboard foi comprada pelo governo galês em 2017 e estava programada para ser reformada antes de ser alugada à TVR, proporcionando-lhe uma casa para construir o Griffith. No entanto, durante uma recente reunião do condado de Blaenau Gwent, onde fica a instalação, foi revelado que o governo galês colocou a instalação no mercado, para ser vendida.
Com um Ford V8 de 500 cv aspirado na frente, e mais leve, baixo e dedicado ao uso esportivo que um Mustang, o novo Griffith parecia um carro realmente sensacional. Mas, ao que tudo indica, é uma segunda morte para a pequena TVR. Que descanse em paz. (MAO)
Alpina comemora 50 anos de BMW na África do Sul
Quer um BMW M3, mas não a imagem que vem dos paralamas alargados de da controversa grade dianteira exagerada? A própria BMW, por meio de sua subsidiária Alpina tem a solução: o Alpina B3.
Assim como o M3, o B3 gerou vária edições especiais. O mais recente vem da África do Sul e marca os 50 anos desde que a BMW se instalou no país. Pintado na cor Alpina Green II, sedã vem com as famosas rodas de raios múltiplos de 20 polegadas da Alpina. Faixas externas que remontam os Alpina dos anos 1980 também fazem parte do pacote.
Exclusiva para a África do Sul, a edição especial é baseada no B3 mais potente introduzido em 2022. O motor seis em linha biturbo de 3,0 litros produz 488 cv e 74 mkgf de torque direcionados para ambos os eixos através de uma transmissão automática de oito velocidades. Ele precisa de 3,6 segundos para atingir 100 km/h e chega a 305 km/h. Os Alpina são menos extremos que os M, hoje: quase tão potentes quanto eles, mas mais voltados ao conforto e uso “GT”.
Esta edição especial, com o longo nome completo de “BMW Alpina B3 50 years of BMW South Africa Edition”, já está esgotada. Isso apesar do preço equivalente a R$ 794.136 na África do Sul; um M3 CS custa lá R$ 580.443. (MAO)
Ford F-150 Raptor R 2024 é mais potente que a RAM TRX
Mais cedo este ano a Ford mostrou o face-lift para o ano/modelo 2024 de sua popular picape full-size F-150. Agora está mostrando o modelo que faltava na linha renovada: a nova Raptor R.
A grande novidade é mais potência. Sim, ainda mais. Se você se lembra bem, o Raptor R já vinha com o V8 de 5 litros do Mustang, mas supercharged para 700 cv; agora o mesmo motor foi recalibrado para dar 720 cv. O motivo parece claro: superar em 18 cv a potência de seu rival, a RAM TRX. Lembre-se que os V8s da antiga Chrysler estão sendo descontinuados este ano; a RAM TRX com eles. A Ford está tranquila no topo, então.
No mais, é a mesma picape para alta velocidade em estradas acidentadas: automática de 10 velocidades, tração nas quatro rodas, suspensão de longo curso com amortecedores especiais da Fox, chassi reforçado, rodas e pneus enormes. É também um carro caro: custa em torno de US$ 110.000 no seu país de origem, o equivalente a R$ 537.900. (MAO)