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A volta do BMW M Coupé… elétrico?
Ontem mesmo falamos sobre a BMW M não desistir de um modelo próprio da divisão, hoje eles divulgam os teasers do protótipo. Trata-se de um i4 M50 com a cara do M3, portas traseiras bem discretas, porém com quatro motores elétricos em vez de um seis-em-linha biturbo na dianteira.
Segundo a BMW, a intenção aqui é desenvolver um esportivo elétrico mantendo as características de condução de um BMW M, por isso eles escolheram a configuração de quatro motores integrados sob o sistema de controle dinâmico. Na prática, isso significa que, em vez de controlar atuadores no motor, rodas e transmissão, como no sistema M xDrive, o sistema de controle dinâmico irá controlar diretamente os motores instalados em cada roda.
Com isso, o que se tem, na prática, é a mesma atuação dos modos de condução, porém com a força gerada por motores elétricos em vez de um seis-em-linha biturbo com um ronco delicioso de se ouvir em uma estrada estreita de serra. Mas isso é mero detalhe.
Isso, porque o carro deverá ter bem mais que os 544 cv do i4 M50, que tem apenas dois motores elétricos (um em cada eixo). Infelizmente, não sabemos se o M Coupé será mesmo um M Coupé — o protótipo é baseado no i4 M50, que teve sua porta traseira escondida e ganhou a dianteira do M3 — ou se ele será produzido em série um dia, ou se a BMW está só mostrando coisas interessantes para aliviar a má-impressão deixada pelas atrocidades estéticas que ela vem cometendo ultimamente.
Será um esportivo elétrico? Sim. Mas eu não acharia ruim ver um M Coupé com esse “stance” e essa cara de M3. Especialmente se ele rodar como um BMW e tiver 700 cv. (Leo Contesini)
FIA aprova novo regulamento de motores da F1 – e abre o caminho para Porsche e Audi
Não é novidade que a confirmação da Porsche e Audi na F1 está apenas aguardando a decisão da FIA sobre o novo regulamento de motores, que está previsto para entrar em vigor em 2026. Pois o caminho para as duas fabricantes acaba de ser aberto: a FIA aprovou o novo regulamento nesta última terça-feira (16).
As mudanças vão desde a origem do combustível usado pelos carros até a modificação dos componentes do trem-de-força híbrido usado atualmente pelos carros. O regulamento se apoiou em quatro pontos-chave da estratégia da F1: manutenção do espetáculo, sustentabilidade ambiental, sustentabilidade financeira, e atratividade para novos fornecedores de motores.
O primeiro ponto, a manutenção do espetáculo, prevê a permanência dos motores V6 de alta potência específica e prevenção de grande disparidade de potência em nome da competição na pista. Depois, a sustentabilidade ambiental, prevê que os carros sejam abastecidos com combustíveis 100% sustentáveis e também prevê um aumento no papel do componente elétrico do powertrain híbrido, que terá um aumento de 50% na entrega de potência.
A sustentabilidade financeira pretende ser atingida pela redução dos custos para as equipes, sem perder o caráter de pesquisa e desenvolvimento que é o foco da engenharia de motores e chassis da Fórmula 1. Por último, tudo isso deve atrair novos fabricantes de motores, que terão um segmento “sustentável” nas duas frentes que mais interessam aos negócios atualmente (meio-ambiente e dinheiro).
Agora que você já conhece a motivação, vamos ao papo reto sobre o que muda, na prática: os carros não poderão mais usar combustíveis fósseis (o que abre uma janela para o combustível sintético da Porsche e Audi, mas também para o etanol, como já ocorre na Indy) e o fluxo de combustível passará a ser limitado por energia, e não mais por massa ou volume. Além disso, o desenvolvimento do conjunto reciprocante e das bombas será limitado.
Por outro lado, a FIA dará mais liberdade às fabricantes para desenvolver a parte superior do motor, não somente cabeçotes e válvulas, mas principalmente os sistemas de injeção e ignição, uma vez que as equipes usarão novos combustíveis.
Quanto aos componentes eliminados, a FIA confirmou o que já se esperava sobre a MGU-H: ela realmente deixará de ser usada visando a redução de custos. Ao que tudo indica, a MGU-H era complexa e dispendiosa em termos de tempo e dinheiro.
A MGU-H, caso você não lembre, é a unidade que transforma a energia cinética dos gases de escape em energia elétrica — o eixo da turbina é ligado à MGU-H e, sob aceleração total, quando o fluxo dos gases eleva a rotação da turbina, a MGU-H transformava esse movimento em energia elétrica. Nas entradas de curva, quando o piloto alivia o acelerador e o fluxo dos gases cessa ou diminui, esta energia elétrica era usada para manter a rotação da turbina para que, quando a aceleração for retomada, a resposta do turbo seja mais imediata.
Com a mudança, a MGU-K irá cumprir esta função. E é por isso que o regulamento prevê o aumento da potência do conjunto elétrico para cerca de 475 cv. Segundo a FIA, além da redução de custos, isso irá impedir o uso de brechas no regulamento como fez a Mercedes há alguns anos, quando separou a caixa quente da caixa fria de seus turbos.
Por último, os pilotos terão apenas três motores de combustão interna (e seus escapes) e somente duas MGU-K e seus pacotes de baterias por temporada a partir de 2027. Em 2026, excepcionalmente, eles poderão usar quatro motores e três unidades elétricas. Além disso, os testes em dinamômetro serão limitados para reduzir o orçamento de desenvolvimento, que ainda privilegia as equipes com mais recursos. Agora resta apenas esperar Porsche e Audi fazerem o anúncio oficial. (Leo Contesini)
Lamborghini entra no desenvolvimento de gasolina sintética
Além da Porsche e da Audi, agora a outra fabricante de esportivos do Grupo Volkswagen, a Lamborghini, também começou a investir no desenvolvimento combustíveis sintéticos. O motivo é evidente: o que será da Lamborghini sem a combustão interna?
Em entrevista ao site Drive, o diretor da Lamborghini para a região do Pacífico, Francesco Scardaoni, disse que a marca está “deixando a porta aberta para veículos de combustão interna com combustíveis sintéticos” e que o cenário ideal seria ter os carros elétricos e os supercarros com motores de combustão interna movidos por combustível sintético”, porque isso manteria o DNA dos supercarros da Lamborghini e a emoção de um carro super-esportivo”.
Scardaoni toca num ponto que já discutimos anteriormente no podcast #81 do FlatOut (ouça aqui) e que o MAO já levantou nas primeiras edições do Podcast FlatOut: a tecnologia de motores é algo que ainda diferencia as fabricantes. Com motores elétricos padronizados, a essência de cada marca tende a ser diluída. Há exceções como a Porsche com o Taycan, para citar o exemplo mais comum, mas qual a diferença entre o NIO EP9 e o mais recente carro elétrico de startups desconhecidas em termos de experiência sensorial?
A Lamborghini sabe que a eletrificação dos supercarros pode matá-los e, certamente, é por essa razão que está entrando com tudo no desenvolvimento dos combustíveis sintéticos. Se eles conseguirem a neutralidade de emissões, será possível pressionar a revisão das leis que, na prática, banem os carros de combustão interna e, além disso, será possível influenciar futuras normas que venham a ser aprovadas em outras regiões do mundo. (Leo Contesini)
Preços da gasolina nas bombas está quase 10% menor – etanol só vale a pena em dois estados
Com as seguidas reduções nos preços da gasolina nas refinarias e a redução do imposto estadual (ICMS) sobre o combustível, o preço médio da gasolina nas bombas já acumula uma redução de 9,5% somente na primeira quinzena de agosto.
O preço médio da gasolina em todo o Brasil é de R$ 5,88, e já custa menos de R$ 5,00 em algumas regiões do país, como o interior do estado de SP. Nestes mesmos 15 dias o etanol ficou 7,8% mais barato — resultado da safra da cana-de-açúcar e também da redução do preço da gasolina, que acaba influenciando o valor de mercado do etanol. Em relação a junho, o etanol perdeu sua competitividade, tornando-se vantajoso em apenas dois estados, e não mais quatro.
Atualmente o combustível vegetal vale a pena somente em São Paulo e Mato Grosso — em Goiás e Minas Gerais a gasolina passou a ser mais vantajosa com a redução dos preços. A apuração foi feita pela empresa de pagamentos Ticket Log em parceria com o portal UOL, que divulgou as informações. Segundo o estudo da empresa, a gasolina já custa menos de R$ 7,00 em todo o Brasil e a tendência dos preços é que eles caiam ainda mais com a redução anunciada pela Petrobras no início da semana. (Leo Contesini)
Singer apresenta 911 Turbo conversível
Há algumas semanas, depois de encerrar o desenvolvimento de modelos baseados no 911 Clássico e G-Series, a Singer apresentou um estudo inspirado no lendário 930 “Widowmaker”, porém baseado no 964. Agora, é a vez da versão cabriolet do estudo, que segue revisando e atualizando a abordagem estética da Singer.
Como você deve ter percebido, aquele conceito estético usado pela Singer em seus primeiros restomods acabou saturado e precisou ser abandonado em nome da atratividade para os compradores. Apesar de ter insistido um pouco mais do que deveria, em nossa opinião, a Singer parece ter encontrado um caminho para os próximos anos, e estes recentes conceitos inspirados pelo 930 deixam isso evidente.
Tanto a versão fechada quanto esta com teto conversível são muito próximas do modelo original, com modificações muito mais sutis do que aquelas feitas nos primeiros Singer, lançados há cerca de dez anos. O para-choques dianteiro é mais aerodinâmico, e tem um spoiler/splitter integrado, as rodas são maiores e taludas (e cobrem os freios de carbono-cerâmica) e os faróis são mais integrados aos para-lamas, mas fora isso, ele se parece muito com um 964 Turbo original.
A maior atualização, contudo, está escondida dos olhos: a carroceria é feita de fibra de carbono, e coberta pela tonalidade clássica vermelho “Cadiz Red”, com elementos de apliques e detalhes em preto, nada de cromos.
O destaque, claro, fica no interior do carro. Ilhoses, matelassê, materiais de contraste moderno foram abandonados em favor de um estilo retrô meramente reimaginado, em vez de modernizado. O formato dos bancos é mais ousado, há pequenas concessões à conectividade — uma conveniência que nem mesmo entusiastas abrem mão ultimamente —, mas em termos gerais o estilo é muito fiel ao original, especialmente pelo uso do tecido xadrez clássico da Porsche.
O motor, claro, foi modernizado para tornar o air-cooled mais confiável e potente, e com 3,8 litros de deslocamento, ele agora produz 510 cv graças à ajuda de dois turbos (afinal, é um 911 Turbo, não?).
Agora… esta notícia termina com uma nota melancólica: toda a produção prevista inicialmente para este 911 Turbo já está vendida. A Singer não está aceitando novas encomendas por tempo indeterminado, pois está com sua capacidade esgotada. Então, se você quiser um destes… boa sorte no mercado especulativo. (Leo Contesini)
A volta do Dodge “Goes Like Hell”
Você conhece a história, afinal, lê o FlatOut: nos anos 1980, quando Carroll Shelby foi arrastado de volta para a indústria automobilística por seu camarada Lee Iacocca, ele desenvolveu uma série de modelos esportivos para a Chrysler, e entre eles estavam os hatches Omni GLH e GLH-S e o Charger GLH-S. A sigla, embora nunca tenha sido divulgado oficialmente, significava uma descrição muito usada por Carroll Shelby: “goes like hell”, ou “anda pra diabo”, no bom português da época.
O bordão foi usado também como título do livro que inspirou o filme “Ford vs. Ferrari” e foi até mesmo colocado em uma cena do filme, quando Matt Damon/Carroll Shelby levanta a placa de comunicação com Christian Bale/Ken Miles para dizer que ele poderia dar força total no motor: “GO LIKE HELL +7.000 RPM” (Spoiler? Se você não viu o filme até hoje, você merece spoilers. Beleza?)
O caso é que, sem poder usar o nome Shelby, a Dodge decidiu fazer uma homenagem a essa fase de sua história com o seu mais novo crossover, o Hornet. O carro foi lançado nesta terça-feira (16) nos EUA e é, basicamente, a versão Dodge do Alfa Romeo Tonale, o crossover compacto da marca italiana e, agora, de sua contraparte americana (deu pra perceber que a Dodge tem nos EUA o papel que a Alfa tem na Europa, não?).
O modelo vem com um motor 1.3 turbo de quatro cilindros em conjunto com um motor elétrico de 122 cv no eixo traseira, o que dá ao Dodge Hornet R/T mais de 285 cv e 52,9 kgfm. Com o câmbio automático de seis marchas e tração nas quatro rodas, o crossover justifica o nome R/T com uma aceleração de zero a 100 km/h em 6,1 segundos, com o modo “PowerShot”, que fornece 25 cv extras por 15 segundos.
Um crossover meio hatchback com motor turbo de quatro cilindros é algo muito semelhante ao que a Dodge fez há quase 40 anos com o Omni GLH, e talvez seja por isso que eles optaram por ressuscitar a sigla no conceito Hornet GLH, uma vitrine de peças e acessórios de desempenho e personalização para o crossover.
Entre os componentes estão o conjunto de suspensão esportiva, que reduz a altura de rodagem em 25 mm, sistema de escape esportivo, menos restritivo, com saídas de cromo preto, rodas GLH de 20 polegadas diamantadas e pintadas de preto, faixas e logotipos GLH e acabamento com pintura preta brilhante na carroceria. Com essa referência ao lendário Shelby e visual bem-resolvido a gente até esquece que é um crossover híbrido e começa a pensar que deve ser legal ter um GLH para ir ao trabalho, fazer compras, levar as crianças para a escola… (Leo Contesini)
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