certos carros entram na vida da gente pela porta da frente se instalam nela permanentemente e nao nos dao chance de evita los tudo que se considera logicamente ao se comprar um bem de consumo duravel de preço de compra a depreciaçao de desempenho a manutençao de conforto a espaço interno nada importa aqui certos carros transcendem a sua condiçao de maquinas sao tao parte de nossa vida como um membro da familia [caption id= attachment_285547 align= aligncenter width= 999 ] em 2003 recem restaurado a menina hoje tem 21 anos [/caption] tem gente que despreza isso que acha um absurdo colocar tanta importancia numa maquina numa coisa logicamente tem razao mas amor paixao nao tem explicaçao logica como disse belzebu himself em um filme famoso amor e superestimado bioquimicamente nao e diferente de comer grandes quantidades de chocolate claro que ele pensa assim; na fria logica calculista habita o pe preto nos humanos precisamos de amor como precisamos de agua o que e a vida sem ele e nos amamos automoveis sim como cachorrinhos ou cavalos podem nao ter alma imortal mas falam para a gente a lingua universal do amor incondicional como um bom cachorro certos carros vivem exclusivamente para nos quando estamos longe deles o mundo para numa triste imobilizaçao quando juntos fazemos um ao outro feliz falo aqui de carros nao como coisas como companheiros tao intrinsicamente ligados a nossa historia nossa vida nossa infancia nossos pais e avos que toda consideraçao mundana de valor e utilidade sao completamente irrelevantes todo mundo sabe que um corcel 1970 cupe igualzinho ao do vovo hoje nao se justifica logicamente na garagem de ninguem mas logica nao explica como voce se sente melhor so de ver um passando na rua costumo dizer que nao gosto objetivamente de opalas mas toda vez que entro em um algo simplesmente inexplicavel acontece dentro de mim algo que vem do ambiente do cheiro do barulho do desenho que me tira de qualquer estado de espirito que esteja naquele momento para outro muito melhor e reconfortante opalas para mim nao sao um carro sao minha casa o colo de minha mae um lugar onde o mundo e viver finalmente fazem sentido meu avo albert um alemao que adorava chevrolet e teve um seda 1938 ate 1960 comprou um dos primeiros opala que apareceram ao final de 1968 como ano/modelo 1969 azul calcinha basico como seu espirito espartano alemao exigia mas com o motor de seis cilindros e 3800cm3 opcional em setembro do mesmo ano percorreria os 700km de caieiras sp onde morava e itabira mg onde morava sua filha para conhecer seu primeiro neto eu nao tenho como escapar dos opalas entao desde muito cedo e ate a idade adulta andei exclusivamente neles meu avo sempre vendendo seu opala velho de 3 anos de idade para meu pai ao pegar um novo aprendi a dirigir num cupe 4100 bege 1972 especial tres marchas na coluna meu primeiro carro foi um cupe comodoro 250 s 1980 bem judiado comprado por quase nada em 1988 quando carro beberrao era tabu por isso falar objetivamente sobre opalas para mim e dificil e meio como colocar defeito em membro da familia no cachorro no seu avo ou sua mae e possivel claro mas parece errado mas hoje este e o objetivo aqui tudo por causa de um amigo que recentemente me pediu detalhes sobre minha experiencia com meu ultimo opala um cupe 1974 4100 com tres marchas na coluna que restaurei em 2002 e usei quase que diariamente ate 2007 ao ajuda lo conversando sobre o que e bom e ruim no opala e lembrando as conversas que tive com o juliano a respeito do seu carro ha um ano descobri que sim e possivel para mim conversar objetivamente sobre o carro mais que isso lembrar desse opala preto que os amigos chamavam carinhosamente de morcego negro me fez lembrar o tanto que aprendi com ele alem de restaura lo completamente foi meu companheiro por mais de cinco anos quando efetivamente usava diariamente um carro que entao tinha 30 anos de idade e numa epoca um pouco antes da internet ser essa força onipresente que e hoje quando o comprei nao tive ajuda de ninguem alem de amigos proximos o que me lembrei na verdade foi o tanto que aprendi com ele sao aprendizados que hoje faceis de se conseguir mas que estranhamente pouca gente segue por isso acho oportuno conta los a voces queridos flatouters a importancia da massa nao suspensa quando comprei meu opala ele veio equipado com rodas muito comuns neles naquela epoca de diplomata 1992 com pneus michelin na medida 195/60 r15 achava que ficavam lindas nele entao mesmo depois de reformar a carroceria e motor nao as troquei meus amigos cariocas o alexandre cruvi cruvinel e o alexandre ag garcia sim meus amigos tem apostos achavam que nao combinavam visualmente com o carro preferindo coisas de epoca hoje nao poderia concordar mais; na epoca nao achava verdade um parentese aqui ao mesmo tempo um amigo de faculdade me conta uma historia de seu trabalho na vw contava que para fazer o novo gol 1 0 turbo a vw desejava um carro bem mais barato que um gti; desempenho alto e preço baixo eram o objetivo sendo assim todo componente era apenas o necessario e nada mais nao se queria por exemplo colocar as rodas aro 15 com pneus serie 50 do gti ainda que o desempenho do novo modelo chegasse perto do esportivo a empresa decide testar as opçoes existentes para o gol entao aro 13 14 e 15 para surpresa de todos em testes os pneus 175/70 r13 nao mostravam reduçao de desempenho mensuravel literalmente poderia montar o menor pneu sem perda de desempenho se numeros fossem so o importante para o peso e desempenho daquele carro eram suficientes o aro 15 era na verdade pior nao avisava que os limites estavam chegando antes da aderencia acabar e era um conjunto muito pesado piorando o conforto e controlabilidade em piso irregular o melhor comportamento era realmente com o aro 13 a escolha final acaba com o aro 14 por dois motivos marketing nao ficava bem roda pobre no carro semi esportivo e por melhor resposta de direçao pelo perfil mais baixo parece obvio dito assim em voz alta mas num mundo que ate hoje teima em colocar rodas de aro 17 em gol e chevette nao custa repetir na epoca essa historia interessantissima me deixou encafifado com o pneu/roda de meu opala sera que usar aro 14 nao mostraria beneficios semelhantes alem da aparencia que os meus amigos reclamavam resolvi tentar ja que os pneus do opala estavam duros e velhos demais de qualquer forma o cruvi me vendeu cinco rodas palito argentino de magnesio dos anos 1970 reformei as cinco centro cinza escuro e borda polida e montei cinco goodyear gps3 novinhos nelas na medida 195/70 r14 as rodas provavelmente eram temerarias a respeito de segurança que norma seguia uma roda de maionese dos anos 1970 hoje nao sei se seria tao corajoso mas uma coisa eu sei eram levissimas nao as pesei mas a impressao e de metade do peso das rodas aro 15 originais gm que provavelmente por norma interna sobreviviam a um encontro a um meio fio em compressao total de suspensao a sei la 200 km/h o resultado foi incrivel o opala ficou mais leve aos comandos mais agil mais confortavel e muito mais agradavel de dirigir no limite era muito melhor tambem mas aqui boto a culpa nos pneus velhos que estavam antes nele o mais incrivel e que se percebia claramente que a suspensao podia trabalhar muito melhor do que antes livre de toda aquela massa o carro era nitidamente melhor com pneus menores uma liçao importante que nunca mais esqueci e e claro a dupla ag/cruvi tinha razao o carro ficou bem mais bonito com as rodas de epoca eixo rigido e eixo mole muito se fala da estabilidade do opala por ai que nao faz curva que precisa de saco de areia na traseira que o eixo rigido na traseira e ruim realmente e muito diferente que carros modernos mesmo o moderno em 2002 mas ruim vamos falar um pouco de eixo traseiro rigido o tal live axle traseiro uma grande parcela da imprensa sempre bateu forte nele dizendo o quao ruim e antigo ele e claro que antigo ele e; mas ruim ou bom depende mais da execuçao que do esquema basico existem tres movimentos basicos que uma roda traseira tem que manter controlada com traçao longitudinalmente no carro tras/frente transversalmente no carro e a rotaçao do eixo um carro americano como o maverick ou um dodge normalmente tem so dois feixes de mola segurando todos os movimentos ajudados um pouco pelo carda a mola nao e ligaçao rigida e se mexe segura pouco as movimentaçoes laterais e longitudinais de rigido nao tem nada parece mole pacas andando se mexendo para todo lado a gente acostuma nao e o fim do mundo mas tem capacidade menor dai vem sua ma reputaçao ja um chevette por exemplo tem dois braços inferiores para segurar o movimento longitudinal uma barra transversal para segurar o movimento transversal e o tubo de torque para a rotaçao efetivamente funciona totalmente controlado o opala com apenas dois braços inferiores e um meio termo entre os dois exemplos nao e ideal mas esta muito longe de ser ruim o carro e muito equilibrado em massa como aprendemos no video de pesagem do juliano recentemente proximo de 50% em cada eixo esta longe de ser a tragedia que tanto se fala por ai um eixo rigido de 5 links braços inferiores e superiores este ultimo impedindo rotaçao e um transversal sao na verdade sensacionais em curvas nao devendo nada em geometria para independentes onde a independente e melhor e em massa nao suspensa vide liçao anterior [embed]https //www youtube com/watch v=cwwahx8sst0[/embed] modificaçao uma de cada vez toda vez que quis mudar radicalmente um carro ate ali dei com os burros n’agua ou nao consegui terminar o carro ou ficou muito ruim e nao conseguia descobrir como consertar no opala resolvi seguir os conselhos de um velho engenheiro que trabalhava comigo uma modificaçao de cada vez pneu e roda diferente mas sem trocar amortecedor ou mola ande com o carro; o que precisa agora e assim por diante meu opala ganhou apenas amortecedores de mais carga depois; para seu desempenho ficou sensacional seguro a velocidades impublicaveis na estrada e razoavel em curvas mais modificaçoes nao eram necessarias pretendia apenas colocar os discos ventilados do 1975 em diante mas nunca cheguei a faze lo antes de vender o carro assim uma coisa de cada vez tem se controle sobre as modificaçoes nao deu certo volta ela e tenta outra coisa e assim que o fabricante de automoveis faz nele e tudo muito rapido varios times fazem mudanças em paralelo em prototipos dedicados com recursos aparentemente infinitos a gente leva meses anos decadas mas a gente pode usar o mesmo metodo fazendo uma coisa de cada vez e a maneira de nao se perder e entender o que esta acontecendo os profissionais da modificaçao com o tempo conseguem fazer um monte de coisa ao mesmo tempo aprenderam com a experiencia mas e exceçao nao regra um adendo este mesmo engenheiro me contou do carro de sonho dele que na epoca confesso nao ter entendido e ate desprezado mas hoje entendo perfeitamente um opala quatro cilindros com o motor de blazer/s10 2 4 flex e carroceria reforçada com mais solda segundo ele carroceria rigida como de um chevette melhor comportamento potencia de seis cilindros com menos peso que o de quatro original um carro de aproximadamente 1150kg e 150cv territorio de sandero r s nao entendi na epoca porque o motor era indivisivel do carro para mim o barulho e indole do seis em linha eram inesqueciveis o meu tinha apenas um cabeçote preparado na paula faria em sao paulo com valvulas originais um comando para tucho hidraulico iskanderian que achei numa loja de preparaçao antes de ter o carro fabricado em 1982 vintage part e que permitia o motor girar ate 5500rpm com uma saude danada nada de injeçao multipla de weber ou coisas assim isso era raro feito ferrari para mim na epoca coletor e carburador dfv 446 do 250 s foram suficientes sim cogitei uma tripla de dfv ou de solex 40; tinha um fornecedor de carburador usado recondicionado baratissimo que me fazia sonhar com eles hoje sou um sem opala objetivamente e um carro que nao me faz falta e legal mas conheci coisas muito melhores para dirigir desde entao mas subjetivamente a lembrança do berro saudavel daquele seizao la na frente junto com as troca rapidas na alavanca da coluna de direçao e o braço na janela aberta segurando o volante com a ponta dos dedos manda arrepios pela minha espinha começando la debaixo para desaparecer na nuca o grande e saudoso jose resende mahar um chevroleteiro de carteirinha e conhecido fa de opala omega e outros dizia que a vida e muito curta para andar so de chevrolet ele tinha razao se voce entender o obvio o chevrolet aqui pode ser substituido por qualquer marca mas mesmo assim o sentimento de faltar um pedaço da gente permanece sera o opala o carro definitivo para mim uma coisa e certa amor antigo pode dormir mas nao morre nunca
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