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Autoclassica 2023 aconteceu durante o feriado
Aconteceu no último fim de semana a mais importante mostra de carro antigo da América do Sul, a Autoclassica argentina. O evento foi do dia 12 de outubro até dia 16 de outubro, no Hipodromo de San Isidro, e como sempre, mostrou coisas só possíveis naquele país.
Como por exemplo o estande da PurSang, a empresa da cidade de Paraná que recria Bugatti de Ettore tão perfeitamente que até os métodos de produção são os mesmos. Mas não faz só Bugatti: Alfa Romeo 8c2300, e ganhou um prêmio com sua reprodução perfeita de um Mercedes-Benz SSK. A Pursang sozinha vale a visita já.
Mas é claro que tem mais: o Museu Fangio, que fica na sua cidade natal de Balcarce, enviou também vários veículos para exposição. Um exemplo é o Renault RE30C Turbo 1983, que Alain Prost correu na Fórmula 1, um Alfa Romeo 308 de1938 e o Volpi Chevrolet de 1947, que foram conduzidos por Fangio nos seus primeiros anos como piloto monoposto. Também vieram de Balcarce o lendário Torino 380W “Número 3” de Nürburgring.
O evento deste ano também teve várias comemorações: 100 anos das motos BMW, 75 anos do Corvette, 75 anos da Porsche e os 60 anos da Lamborghini; estes últimos estiveram representados por dois 350 GT, um Miura e um Countach.
O ganhador do Best of Show é uma incrível raridade: um Ford Model K 1906. O carro foi uma tentativa de se fazer um Ford de luxo, antes do seminal modelo T, com um enorme seis em linha de 6,6 litros e 40 cv. Como curiosidade, a transmissão é planetária de 2 velocidades, como o T. Ao contrário da crença popular, não foi um fracasso: vendeu bem, 1000 unidades em dois anos, mas Henry Ford queria traçar outro caminho, como sabemos.
O fato é que pouquíssimos sobreviveram, fazendo deste exemplar algo raríssimo mesmo nos EUA. Pertence ao maior colecionador de automóveis da Argentina, o empresário Gregorio Pérez Companc, que é também um múltiplo ganhador do Best of Show.
Na categoria de veículos comerciais ganhaou um belíssimo jipe italiano vermelho, o Alfa Romeo Matta. Este jipe, incrivelmente, usa o quatro em linha Twin-Cam da Alfa, incrível para um utilitário de sua época. Houve uma mostra especial este ano para clássicos japoneses, e o ganhador do troféu foi um dos primeiro Supra, de 1981. E nem vou começar com a exposição de carros de rali, que homenageou a Lancia com Delta Integrale, e 037 de grupo B, entre outros.
Há coisa demais acontecendo na Autoclassica para resumir aqui, mas acho que vocês entenderam o espírito da coisa. Se você tiver condições, altamente recomendado. (MAO)
Delage D12 começa a ser fabricado
Espanta alguém escolher o nome Delage para um novo e moderno carro esporte; a empresa está morta efetivamente desde 1953, exatos 70 anos no passado. E seu ápice e sua fama aconteceram realmente aproximadamente 100 anos atrás. Ainda vale algo o nome Delage?
Aparentemente sim; desde 2019 uma empresa está se preparando para trazer novamente os franceses Delage para as ruas mundo afora. E agora, a produção do seu radical hipercarro D12 começou oficialmente. A empresa já construiu quatro exemplares do D12, afirma seu CEO, Laurent Tapie em entrevista à Autocar inglesa. A tiragem total do D12 será de apenas 30 exemplares e a produção ocorrerá em uma instalação dedicada da Delage em Magny-Cours, França. Planeja-se fazer-se os 30 carros nos próximos 5 anos.
O totalmente psicodélico carro do Speed Racer para as ruas vem com um V12 de 7,6 litros acoplado a um motor auxiliar elétrico, e tem, segundo a empresa, 1100 cv. O torque é igualmente impressionante: 110 mkgf.
O chassi é monocoque de fibra de carbono com motorista central e uma suspensão “contrativa” exclusiva derivada da F1 que elimina totalmente as barras estabilizadoras. Esta é a mesma configuração utilizada pelas equipes McLaren e Ferrari F1 nos anos 90. O volante é um manche: uma coisa difícil de se fazer funcionar direito.
O Delage D12 custará cerca de 2,3 milhões de dólares nos EUA quando for colocado à venda, o que o tornaria um dos carros mais caros do mundo. Não está claro se todos os 30 exemplos já foram encomendados. Ninguém fora da empresa já andou num para avaliar; mas isso não parece ser mais, hoje em dia, um problema. A facilidade com que esse povo compra carros milionários sem sabem nem se é any good, é de cair o queixo. (MAO)
Fidelidade baixa: um problema dos elétricos, diz estudo
Agora que os elétricos estão comuns em todo lugar, as pessoas vão se acostumando, e conhecendo melhor, como é a vida com eles, fora de redutos de milionários com garagens de várias opções, habitat dos Tesla.
Um estudo intrigante descobriu que é difícil manter os proprietários de elétricos exclusivamente comprometidos com eles. Na verdade, com exceção dos proprietários de Tesla, quase metade das famílias proprietárias de elétricos, segundo o estudo americano, comprarão a seguir um veículo de combustão interna.
O estudo é da S&P Global Mobility, e revela que a taxa de fidelidade do tipo de combustível para veículos elétricos de marcas convencionais estava em 52,1% até julho deste ano. O estudo descobriu que 63,2% dos que possuem um Nissan elétrico comprarão outro elétrico como próximo veículo. Na Chevrolet, esta taxa de fidelidade é de 60,6%. Por outro lado, 37,3% das famílias com Ford Mustang Mach-E compraram um elétrico como seu próximo veículo, enquanto 45,8% optaram por algo que tivesse motor a gasolina.
Com todo este investimento em elétricos, a última coisa que a indústria deseja neste momento é gente voltando aos carros à combustão interna, mas acontece, aparentemente.
Este estudo aparece ao mesmo tempo que um elétrico muito bem avaliado parece ter problemas. A Ford pode cortar turno na fábrica responsável pela construção da picape elétrica F-150 Lightning devido a uma suposta queda na demanda.
Uma carta enviada pelo representante do UAW que representa os trabalhadores da fábrica de Michigan responsável pela construção da picape, afirma que a empresa cancelará um turno e deseja aumentar a produção de suas picapes movidas a combustão interna. Já se passaram 18 meses desde o início da produção do F-150 Lightning e as vendas já parecem ter caído significativamente.
A Ford declinou comentar sobre o corte de turno, mas diz que mudanças e ajustes podem ser feitas a qualquer momento nos calendários de trabalho dos funcionários. Logo após o lançamento do F-150 Lightning, a Ford aumentou seus planos de produção duas vezes com a intenção de construir 150.000 exemplares anualmente.
No entanto, relatou uma queda de 45,8% nas vendas da picape elétrica nos EUA durante o terceiro trimestre. Isto ocorreu apesar da Ford ter cortado os preços de certos modelos F-150 Lightning em até US$ 10.000 em julho, revertendo os aumentos de preços feitos no início do ano devido ao aumento do custo das matérias-primas. O plano da empresa, de produzir 600.000 elétricos anualmente até o final de 2024, parece em risco agora. (MAO)
Alfa Romeo pode estar fazendo Van de luxo para China
No ocidente ninguém mais quer ser visto em van de passageiro: a moda é o SUV, já há bastante tempo. Mas minivan de luxo parece que é um sucesso no maior mercado do mundo, a China. A Buick vende o GL8, enquanto a Lexus tem o LM. Em breve, até um Volvo, o EM90 também se juntará ao segmento de MPV de luxo.
O Volvo inclusive foi revelado via fotos do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China, que revelaram efetivamente o modelo antes de sua estreia oficial, marcada para 12 de novembro: é elétrico, na verdade um chinês Zeekr 009 transformado em Volvo.
Agora, em conversa com a revista Autocar, o chefe de design da Alfa Romeo, Alejandro Mesonero-Romanos, falou sobre o as antigas vans comerciais/passageiros de cabine avançada do passado da marca: disse que eram bonitas, e que “você não fique surpreso se isso voltasse um dia”.
Sim, não são uma novidade na linha da Alfa: o primeiro foi o Alfa Romeo T10 “Autotutto” de 1954, que tinha versões van e microônibus. Mais tarde, mais versões foram disponibilizadas à medida que a Alfa Romeo introduziu várias versões de carroceria: van com teto alto, “Promiscuo” (van com janelas laterais adicionais e assentos traseiros), microônibus, ônibus escolar, ambulância, picape, caminhão rebatível e duplo -caminhão. Era efetivamente um caminhãozinho monobloco com cabine avançada, e o motor Alfa Romeo Twin Cam de quatro cilindros e 1,3 litro, aqui com apenas 35 cv. O motor diesel supercharged de dois cilindros e 30 cv era opcional. O carro durou, evoluindo para os F12 e A12, até 1983.
Estaria a marca planejando uma volta da Van para o mercado de luxo chinês? Uma nova van da Alfa Romeo provavelmente não está no topo da lista de prioridades. Lançará um pequeno crossover SUV em 2024, que será seguido no final desta década por substitutos elétricos para o Giulia e o Stelvio. A van, se acontecer, neste ponto, deve também ser elétrica. (MAO)