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Bem vindo a Elgin Park, uma cidade da década de 1950… feita em escala 1:24!

Nada como alguns carros clássicos em perfeito estado de conservação e uma bela paisagem para fazer uma boa foto, não é? Acontece que estes carros não são de verdade — são miniaturas. Seja bem vindo a Elgin Park, uma pacata cidadezinha que não está em nenhum mapa, mas já foi visitada por milhões de pessoas. Elgin Park só existe no Flickr do artista Michael Paul Smith, e parece congelada na década de 50.

Smith já foi um publicitário de sucesso em Worcester, Pensilvânia, dono de uma companhia de papéis de parede e pintura e arquiteto. Ele já foi carteiro e foi mordido no primeiro dia, depois foi balconista de um bar e foi demitido. Ele diz que todos os acontecimentos da sua vida o levaram ao momento em que, em 2008, abriu uma conta no Flickr por sugestão de um amigo e começou a publicar lá as fotos dos modelos que fazia nas horas vagas. Hoje é só o que ele faz da vida.

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Quase instantaneamente seu trabalho foi um sucesso. Em questão de dias, um milhão de pessoas acessaram a página. Passados dois anos, 22 milhões de pessoas haviam visitado Elgin Park, uma cidade imaginária baseada em Sewickley, Pensilvânia, a cidade natal de Smith.

Conseguimos entender perfeitamente a razão para o sucesso: Elgin Park é registrada em cada detalhe, em fotos que transmitem uma atmosfera verdadeiramente nostálgica, com carros estacionados em frente a pontos de comércio que só vemos em filmes de época, árvores, ruas e casas em miniatura que enganam ao primeiro, segundo e terceiro olhares, fazendo com que acreditemos que aquilo tudo é de verdade.

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O segredo de Smith é a paciência. Antes de conceber um novo cenário, ele tenta, como ele mesmo diz, “pensar pequeno”. E entrevista ao Telegram.com, ele conta que se imagina em Elgin Park e, na hora de posicionar um objeto como um latão de lixo, tenta pensar “onde isto ficaria?”, ou “onde aquele carro estacionaria?” A neve nas ruas e nos pneus dos carros? Bicarbonato de sódio.

Seu conhecimento em perspectiva permite que ele utilize partes do “mundo real”, como casas e árvores, para compor os cenários de seus dioramas. É realmente um trabalho impressionante.

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O que também chama a atenção são os equipamentos que ele usa. Nada de tripé ou iluminação especial: apenas uma câmera compacta de 6 megapixels. Cada cenário leva cerca de 30 minutos para ficar pronto e é fotografado de cada ângulo possível. Smith seleciona sempre as mais realistas para adicionar à sua coleção.

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Agora, o que nem todo mundo sabe é que Elgin Park tem uma origem obscura. Não se trata da história da cidade em si, mas da vida do próprio Michael. Como mostra o vídeo acima, Smith não teve uma vida fácil e, por trás da voz serena e da tranquilidade no olhar, há um passado de provocações e bullying na infância e adolescência. Por quê? Porque Michael é gay, e cresceu em uma época quando isto era um tabu ainda maior.

“Acho que ainda estou lidando com isso, de alguma forma”, ele diz. Smith conta que seus professores o deixavam sair mais cedo da escola para que ele não apanhasse na saída e que, por isso, acabou se tornando um cara recluso — não do tipo antissocial, que não quer ver nem falar com ninguém. “Consigo sair de casa e falar com as pessoas, mas ser reconhecido é meio difícil para mim”.

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Com o passar dos anos ele foi ficando mais bem resolvido, mas continua usando seu trabalho com os dioramas como uma forma de lidar melhor com tudo isto, sendo que certas experiências de sua juventude e as histórias que ouvia escondido quando era criança — “minha família já se envolveu com algumas coisas questionáveis”, conta — acabaram servindo de inspiração para criar Elgin Park. Ele diz que a cidade em escala 1:24 é praticamente sua realidade particular, onde ele junta suas lembranças boas e ruins.

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Só que o saldo é positivo. Além de servir como terapia para si mesmo, Elgin Park já mudou a vida de outras pessoas — algo que Smith sempre quis fazer, retribuindo com gentileza as coisas ruins que o mundo já lhe fez. Ele lembra, particularmente, de um rapaz que decidiu fazer seus próprios dioramas depois de “visitar” Elgin Park mas não tinha uma câmera e nem jeito para fotografia. Contudo, ele acabou descobrindo que tinha talento para escrever e até já publicou algumas coisas.

 tem mais de 600 fotos e, acreditem, foi difícil escolher apenas algumas para ilustrar este post. Faça uma visita a Elgin Park e fique tão impressionado quanto ficamos!

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