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Dodge continua com teasers do último V8
Todo mundo sabe que o último dos últimos, a derradeira versão “Last Call” do muscle-car Dodge V8 está para aparecer. Este ano de Nosso Senhor de 2023 será o último ano do Hemi V8 da marca, e depois de várias séries especiais comemorativas, agora a marca deve lançar o que provavelmente será o mais potente de todos, para marcar a data e entrar para história.
De cara, um sujeito pode lamentar o tema e a execução das propagandas teaser deste último Dodge. Por algum motivo, alguém achou que seria legal simbolizar este carro via um Leprechaun demoníaco, que parece um lutador de MMA irlandês. E depois, cria-lo via o mais tosco CGI possível.
Sim, um Leprechaun. Um “diminuto ser sobrenatural no folclore irlandês, classificado por alguns como um tipo de fada solitária. Eles geralmente são retratados como homenzinhos barbudos, vestindo um casaco e chapéu. São também descritos como sapateiros que têm um pote de ouro escondido no final do arco-íris.” Esse Leprechaun, com roupa verde, que é símbolo também, principalmente, do estereótipo irlandês de alcoolismo desenfreado, que atinge o ápice no dia de São Patrício.
E o da Dodge, bem… tentando ser malvadão e bravão como os carros (e não um alegre, brincalhão e pequeno personagem mítico), parece mais o pé preto, o capeta, o coisa-ruim, que por algum motivo resolveu fazer cosplay de irlandês. Vai entender…
Mas enfim, o que interessa aqui é o que ele soltou de informações sobre este novo carro, o teaser itself. Não é muito, mas deixa a gente interessado, o que é o objetivo de todo o exercício no fim. Este último mostrou um monte de números, o que sempre é um balde de diversão. E sim, isso foi sarcasmo.
O vídeo chama para o evento Roadkill Nights, em Las Vegas, onde será mostrado o carro. O título é “Scream @ 215 mph”, o que deve ser alusão à velocidade máxima, 215 mph, o que traduz em 346 km/h. O capeta irlandês bombadão sopra num anemômetro (eu mereço) e um monte e números aparecem nele. O mais claro é 1582: será esta a potência dele?
Talvez. Mas pode ser também fluxo de ar em pés cúbicos por minuto (cfm); o Dodge Challenger Demon de 2018 listava a admissão máxima de ar em 1150 cfm. O anemômetro exibe o seguinte: 105 @ (3,02 x 2,88) = 1.582. O que significa? Ninguém realmente tem ideia, só teoria. Aqui vai uma: com combustível de 105 octanas, o carro pode percorrer o quarto de milha em 8,6976 segundos (3,02 x 2,88) enquanto inala 1.582 cfm. Faz sentido?
Só para gente muito doida. Enfim, resta-nos esperar a divulgação do carro dia 20 de março. Onde também, esperamos, seja a última vez que veremos esse esquisito Leprechaun do mal. (MAO)
Donkervoort F22 amplia produção para atender demanda
Fundada na Holanda, em 1978, por Joop Donkervoort, a empresa homônima começou fazendo réplicas de Seven, mas logo saiu por uma tangente totalmente psicodélica. Hoje, é a mais maluca reinterpretação do clássico Lotus que existe. Claro: a Holanda é certificada como o país com mais gente esquisita por metro quadrado do planeta (e para os chatos: sim, isso foi uma tentativa de fazer piada).
Desta fábrica maluca neste país weird, vem a séria notícia de que mais 25 unidades do novo F22 serão fabricados, além dos inicialmente programados 75 carros, todos já vendidos. Parece que foi um grande sucesso, o que causou este aumento de produção. Os primeiros F22 já foram entregues aos seus felizes proprietários.
De acordo com o fabricante, a maior parte dos pedidos veio da Europa Ocidental. No entanto, também recebeu pedidos e consultas dos EUA, dos Emirados Árabes Unidos, do Reino Unido, do sul da Europa, da Escandinávia e até de Israel. Cinco carros foram alocados para os EUA.
O F22 pesa 750 kg, e com o cinco em linha turbo de 2,5 litros da Audi, tem 492 cv. Isso traduz em 666 cv/tonelada, o que supera um Bugatti Veyron. Essa potência vai apenas para as rodas traseiras por meio de uma transmissão manual de cinco marchas, combinada com um diferencial autoblocante Torsen.
O carro assim faz o 0-100 km/h em apenas 2,5 segundos (o mesmo do Aston Martin Valkyrie de 1150 cv) e chega a 290 km/h. Donkervoort planejou encerrar a produção do F22 no final de 2024, mas as unidades adicionais adiarão a produção até meados de 2025. (MAO)
BMW diz que não vai fazer um Z4 M
Mesmo após o BMW Z4 receber um facelift ano passado, não parece haver sinais de que a aparecerá um Z4 M. Parece algo fácil de se fazer, e que sem dúvida aumentaria o cachê do roadster entre os entusiastas. Mesmo dos carros mais simples: quem nunca comprou um Gol 1.0 básico, cansado de sonhar com GTI?
Mas a BMW parece não mais acreditar nisso. Na era dos crossovers e SUVs, poucas pessoas estão realmente querendo comprar um novo roadster, e o Z4 sofre no mercado. A BMW diz que não vai fazer pois ninguém vai comprar um Z4 M.
Falando ao BMW Blog, Michael Wimbeck, chefe do projeto Z4, admitiu que o fabricante alemão pesquisou muito bem o mercado e estava considerando cuidadosamente e um Z4 M, mas, eventualmente, o departamento financeiro não deu luz verde.
Muitos diriam que é um erro de visão: nenhum dos clássicos M foi criado visando grande lucro, e muitos foram um fracasso de vendas. Mas existem, viraram clássicos disputados, e estão no cerne do que é a BMW para o entusiasta do automóvel. São obras que elevam a marca e a tornam importante. A BMW foi mega importante por causa deles, e ainda anda com o tanque cheio desta fama até hoje. Mas esse combustível vai acabar, se não for reabastecido, se me perdoam a metáfora ecologicamente incorreta.
Por mais triste que seja saber que não haverá Z4 M, por causa da mais entusiasta parceira Toyota, que já lançou o Supra 3.0 manual, a BMW ainda está pensando em lançar uma versão M40i de três pedais do Z4. Um passo na direção correta, mas não é manchete de primeira página como um Z4 M. A BMW que conhecíamos e amávamos parece realmente mortinha da Silva. Com farofa. (MAO)
Assista o mini-documentário da Fiat sobre a ilha com mais Fiat Panda do que gente
O automóvel é uma máquina incrível, de variadas formas. Nós, os entusiastas, tendemos a olhar somente para alto desempenho, seja na forma de arrancada e mega-potência como os Dodge V8, seja em agilidade e desempenho via baixo peso como um Donkervoort F22.
Mas o automóvel é muito mais que apenas um brinquedo. É o supremo provedor de liberdade individual, algo que nos permite ir para onde quisermos, na hora que quisermos, da forma que quisermos, com quem quisermos, e carregando o que desejamos junto. São nossos companheiros infalíveis, uma extensão de nós, e uma que amplia o alcance, a velocidade e a capacidade de carga de nossos corpos. Lidar com eles, mantê-los andando ou melhorando-os, exercita o cérebro, a habilidade manual, e nos introduz à almas parecidas com as nossas.
Se você tem meia hora para gastar hoje, este exemplo aqui é ótimo. Um documentário da Fiat sobre uma ilha siciliana que parece ter “mais Fiat Panda do que gente”. Um sensacional programa que, além de mostrar um pequeno paraíso isolado mesmo na superpopulosa Europa, nos ensina o universo humano que um pequeno e útil Fiat bem simples e sem status pode nos apresentar. Divirta-se. (MAO)
Yaris recebe facelift na Tailândia
A Toyota anunciou na Tailândia uma reestilização para o Yaris Hatchback, que pode depois chegar ao Brasil. O Hatch assim fica um pouco diferente do sedã, separando os dois mercadologicamente.
Espera-se que este facelift chege brevemente, também, aos outros mercados da região asiática. A frente do novo Yaris é bem diferente da anterior, e segue o tema de outros carros atuais da marca. Grade e para-choque são totalmente novos.
Há também novidades em equipamentos. Uma nova central multimídia de 9 polegadas é a principal delas, embora reservada somente as versões topo de linha; as outras usam telas de 7 e 8 polegadas, coitadinhas. Tradicionais novas cores e padrões nos bancos e portas, e entradas USB-C, inclusive na segunda fileira, completam as novidades.
As versões mais caras recebem também freio de emergência autônomo, monitor de ponto cego e alerta de saída de faixa. Controle de estabilidade, controle de tração, assistência de partida em rampas, freios ABS e EBD, claro, são de série em toda linha. O motor 1.2 aspirado de 92 cv de potência e câmbio automático de tipo CVT continuam como a versão anterior tailandesa. (MAO)