neste fim de ano queria aproveitar o dia de hoje para me lembrar e por tabela lembrar aos leitores desta augusta publicaçao digital que a gente na verdade nao precisa de muito para ser feliz na verdade nao o que queria mesmo dizer e que o automovel qualquer um deles e por si so uma ferramenta de ampliaçao de nossa liberdade de ir e vir a mais basica e deliciosa de todas as liberdades e esta a razao basica de gostarmos tanto deles todos eles o automovel e nossas botas aladas nosso argo a nave de todas nossas aventuras nele somos capitaes de nosso proprio destino senhores de nossa viagem pelo menos ate que nossa cara metade reclame que o caminho e/ou a velocidade que escolhemos esta errada todo carro do mais simples ao mais sofisticado no frigir dos ovos existe para cumprir esta funçao e por isso mesmo todos eles podem ser sensacionais por isso mesmo um fusca um chevette um corcel um hb20 ou um tiguan um asia towner e um rolls royce cullinan no fim e tudo jeito para nos movermos e nos movendo fazer nossa vida mais interessante entao nao vamos falar hoje de super esportivos nem de projetos inteligentes e lendarios de carros normais nem muito menos criaçoes passionais de gente passional que gera carros passionais nao vamos falar de um carro absolutamente mundano e comum sem nenhuma caracteristica marcante ou especial realmente mas um que por algum motivo ficou marcado indelevelmente no imaginario popular de uma forma clara um carro simplesmente comum e nem muito bom para falar a verdade o buick riviera conversivel de 1983 qual o motivo de algo tao bobo sem nenhum grande atributo real ser especial engraçado voce perguntar ja ia mesmo explicar isso jose luiz vieira conhece o riviera a pintura do riv era incrivelmente boa e sua cor variava de vermelho sangue a cereja brilhante a quase marrom conforme os raios de sol incidiam sobre os paineis metalicos da carroçaria os cromados pulavam da pintura como se fossem melhores do que os de um rolls a capota abaixada coberta por uma capa de vinil era tambem vermelha como o era todo o interior dos bancos aos paineis de porta do painel de instrumento ao volante de direçao dos carpetes aos pedais aquele interior todo couro reluzente e cheiroso era demais fiquei um tempao girando ao redor do riviera brigando comigo mesmo tentando manter a isençao de animo indispensavel a qualquer critico que se preze mas que nada alguma coisa la de meus tempos de garoto vidrado em automoveis mantinha minha marcha lenta la em em cima vibrando rosnando louco para pular la para dentro e sair com os pneus cantando numa viagem de sonho e liberdade como se nao existisse mais ninguem exceto eu a namoradinha loirinha de enormes olhos azuis brilhantes e ingenuos a estrada vazia e sem guardas e o buicao https //flatout com br/jose luiz vieira 1932 2020 o adeus ao criador da motor 3/ um cara pode ser perdoado em nao entender tanta paixao latente por um carro desses afinal de contas o jlv da motor 3 conheceu este buick em 1983 epoca em que os carros americanos apenas sugeriam que iam sair da malaise era epoca em que suas gigantes barcas lentamente desapareciam da face da terra cada vez menos potentes e confiaveis uma especie em extinçao da qual este buick era um claro exemplo [caption id= attachment_330135 align= aligncenter width= 999 ] o riviera nao conversivel menos agradavel e desejavel[/caption] o riviera e um cupe pessoal um carro de luxo no idioma americano que entao nao causava excitaçao em quase ninguem o buick testado por jlv por exemplo tinha um v6 ohv da buick com 4 1 litros carburador de corpo duplo e apenas 125 cv era basicamente um seis em linha de opala mas em v; mas num carro que pesava meia tonelada a mais aos 1670 kg e mais o cambio era um letargico automatico de tres marchas o 0 100 km/h num dia de sorte era de 16 segundos a novidade em 1983 era a volta do conversivel realizado fora da buick pela asc do infame hans pretcher o conversivel americano esta forma diferente de automovel com inspiraçoes totalmente nauticas em seu desenho e comportamento inclusive com o delay da direçao chegou a morrer completamente em 1976 por medo de legislaçoes de capotamento futuras que nunca aconteceram; volta nesta epoca especial mais caro menos popular o riviera tinha opçao de v8 tambem uma versao 307 cid 5 litros do antigo v8 de origem oldsmobile mas nao fique animado o v8 era 50 kg mais pesado e tinha somente 140 cv mesmo assim o coraçao entusiasta de jlv vibrava o texto sobre o carro e sensacional mas nao pelo carro; pelo que este carro em particular acendeu no coraçao do avaliador e tecnicamente uma avaliaçao de um carro mas na verdade e uma ode a tudo que faz o automovel desejavel sob a otica deste entusiasta em particular e paixao escorrendo por toda linha uma paixao que nao falha em levar o leitor junto para um lugar melhor simplesmente sensacional [caption id= attachment_330127 align= aligncenter width= 908 ] jlv dirigindo o seu riv[/caption] um cara poderia sentir um comentario cinico chegando a ler como ele descrevia o desempenho do carro mas como ser cinico ouvindo isso uma lufada de vento seguida de uma barulheira tremenda me levaram de volta a mesma disposiçao de briga automobilistica que era tao caracteristica de meus quinze/dezesseis anos um camaro preto passara a menos de meio metro do flanco do riviera indo pelo menos a 190 meu pe direito foi para o fundo as duas gargantas do carburador unico inundaram os 4128 cm³ do v 6 com gasolina sem tetraetila a transmissao automatica reduziu para a segunda marcha o nariz do riv levantou a traseira abaixou e demos caça a agulha do velocimetro agarrou se nos ridiculos 85 do fim da escala do velocimetro o riviera continuou acelerando jlv realmente se entusiasmou nessa ele nao acelerou o riviera ele inundou as duas gargantas do carburador duplo e os exatos 4128 cm³ do v6 nao apenas com gasolina mas gasolina pura sem chumbo tetraetila realmente o carro lhe chamou a atençao e inumeros colegas sempre me dizem que acreditam que este texto e o melhor dele por mais que ele quisesse diminuir isso mesmo em 1983 o carro era um dinossauro ultrapassado ruim de curva estilo antigo beberrao lento num teste normal seria esta a leitura mas nao algo no carro e especial do teto conversivel ao comportamento nautico e o festival de cores vibrantes e um convite a liberdade a americana com uma longa reta a frente e sem destino final definido acionou os exatos botoes que determinam o amor pelo automovel de todo mundo por isso este carro tecnicamente ruim tecnologicamente atrasado e visualmente cafona para as sensibilidades esteticas de sua propria epoca ainda assim ficou marcado nao so na cabeça de jose luiz vieira mas de uma geraçao inteira de entusiastas que leu aquilo carro nao e so algo mensuravel; ha algo a mais em operaçao aqui e a mensagem que queria passar seb and the riv lembrei desta passagem ao rever o classico filme musical de 2016 lala land tudo bem que musical e meio um gosto adquirido ou ama se ou odeia se; minha opiniao pessoal e que quando e bom e sensacional e quando e ruim e pessimo e por isso mesmo e uma das formas mais completas de arte coloca em evidencia emoçoes fortes quaisquer sejam mas este e quase um filme perfeito da cinematografia as musicas do enredo a originalidade da historia da forma que em um plot twist genial no fim mostra como a vida pode mudar por causa de detalhes e açoes aparentemente bobas e o numero musical de abertura e provavelmente a mais perfeita introduçao em um filme ja realizada em toda a historia eu sou um fa [caption id= attachment_330125 align= aligncenter width= 999 ] whiplash 2014 sensacional [/caption] na verdade considero damien chazelle o criador e diretor um genio moderno um outro filme dele que prova isso de forma clara e whiplash de 2014 uma obra prima que mostra sem tentar ensinar certo e errado definitivo a importancia da dedicaçao completa em detrimento de todo o resto na criaçao de obras primas humanas de qualquer tipo de quebra mostra o motivo de formas de arte como o jazz americano nao tem mais lugar na sociedade moderna jazz por sinal e uma obcessao do autor se voce como eu nunca entendeu direito o que e que faz esse tal de jazz algo bom este filme e lala land vao te ajudar a entender eu com certeza entendi agora depois de lala land o diretor nao fez mais nada que preste mas nem precisa e um genio mas divago; o que interessa aqui e o carro de um dos protagonistas de lala land o ex dono de clube de jazz e autodenominado musico serio o pianista sebastian seb wilder interpretado por ryan gosling seb e uma alma de uma epoca diferente perdida num mundo onde nada que importa para ele no caso jazz e importante para o resto do mundo afora uma pequena trupe de entusiastas no assunto acho que voce ja pode ver o paralelo conosco os entusiastas do automovel aqui uma cena sensacional que me tocou fundo por me lembrar minha epoca na industria do automovel e emblematica disso seb toca num restaurante na vespera de natal e o dono pede que so toque marchinhas natalinas algo terrivel para o nosso musico serio louco para se expressar derramando sua alma no piano mas ele vai la tocando as marchinhas; precisa do dinheiro em certo momento toca por engano notas dissonantes para olha para o teclado tudo desaparece na cena so ficando ele e o piano ele toca uma musica linda tema geral do musical aparentemente a fazendo enquanto toca com crescente vontade e beleza e sensacional ai no fim entusiasmado se levanta finalizando a obra prima esperando aplauso encontra um restaurante indiferente agora iluminado e o chefe o demite na hora uma alegoria sensacional o carro de seb ora claro um agora velho e judiado mas ainda tao belo quanto o de jlv buick riviera conversivel dos anos 1980 o carro e perfeito para ele mia emma stone seu par romantico dirige um prius o carro mais alinhado com o mundo moderno de los angeles que existe ao buscar a chave dele depois de uma festa cada pessoa poe uma fita colorida em sua chave ou o manobrista nao saberia de qual prius se esta falando numa cena do filme ja seb esta ligado a uma outra era e realidade; o velho conversivel e tao parte de sua imagem e personalidade que parecem os dois uma coisa so gosto de pensar que apesar de tao diferentes e distantes fisicamente e cronologicamente jlv e chazelle sao almas gemeas; sabem o que um carro pode significar e seu proposito principal nao sao ferramentas eficientes e modernas e que exalam conformidade com o mundo real como o prius sao ferramentas de liberdade pessoal tanto de escolha como de vida com um carro tudo e possivel; por que contentarmo nos com algo que nao nos representa como pessoa mesmo que voce como pessoa seja algo tao cafona e comum mas ao mesmo tempo tao chique e individual na situaçao correta quanto um buick riviera 1983
SEJA UM MEMBRO DA
FAMÍLIA FLATOUT!
Ao ser um assinante, você ganha acesso irrestrito a um conteúdo verdadeiro e aprofundado. Nada de jornalismo genérico e sensacionalista. Vale a pena? Clique aqui e confira os testemunhos dos assinantes, amostras livres e os benefícios extras que você poderá desfrutar ao ser um FlatOuter!
PARA LER MAIS, CADASTRE-SE OU ASSINE O FLATOUT E TENHA ACESSO LIVRE A TODO CONTEÚDO DO SITE!
JÁ POSSUI CADASTRO OU É ASSINANTE DO FLATOUT?
Este é um conteúdo restrito: pode ser uma matéria só para assinantes, pode ser porque você já atingiu o limite de matérias gratuitas neste mês.