Certamente todo entusiasta desenvolve um laço afetivo com seu carro — há quem os compare a uma mulher ou a um animal de estimação. Sim, amamos nossos carros! Mas esta relação não costuma ser física, a não ser que você seja como, Edward Smith, que é sexualmente atraído por carros, já “fez sexo” com centenas deles e é “casado” com um Fusca.
A condição do americano de 63 anos tem nome: mecanofilia. Há quem goste de curtir momentos íntimos mais… íntimos com a pessoa amada dentro de um carro — por fetiche, fantasia ou simplesmente porque é o único lugar disponível. Bem, quem sofre de mecanofilia gosta de curtir momentos íntimos com carros — acariciar, sentir o contato da carroceria com o corpo e, muitas vezes, praticar o coito (ou tentar fazê-lo) com o automóvel ou, em alguns casos, qualquer outro veículo, como uma moto, avião ou helicóptero.
“Sofrer” também não é exatamente o termo apropriado porque, aparentemente, Edward Smith não sofre por desejar automóveis. Famoso há alguns anos, ele já declarou no passado ter se relacionado com cerca de 1.000 carros — ainda que, em uma entrevista mais recente, o número tenha caído para cerca de 700 carros. De qualquer forma, foram centenas de carros, e hoje ele mantém um relacionamento duradouro e estável com um Fusca. Na verdade, “uma” Fusca que ele chama de Vanilla.
Ele conta que sua primeira experiência sexual com um carro aconteceu por volta dos 15 anos e, desde então, ele não parou mais, tendo tido contato sexual com automóveis por mais de 30 anos até encontrar Vanilla. Ele até tentou alguns relacionamentos com mulheres, mas eles nunca davam certo pois sentia falta dos carros. Ele também diz que teve “experiências” com aeronaves de combate em uma base aérea próxima à sua casa.
Mas ele garante que o “sexo” não envolve penetração. Em uma entrevista recente para um programa matinal dos EUA, ele contou um pouco mais sobre como se sente quando está com um carro:
Tem mais a ver com a carroceria em si. Eu não sou atraído por, digamos, penetração, mas gosto de abraçar, segurar, sentir as formas do carro perto de mim, conversar com um pouco com ele. O resto é satisfação física — masturbação.”
Sim, ele disse isso em um programa matinal como aqueles que passam na TV aberta brasileira. Imagine a Fátima Bernardes ouvindo uma história dessas. Mas Edward garante que faz tudo sempre com muito respeito. Ele conta que “conheceu” Vanilla, seu Fusca 1974 branco, no fim da década de 1980. Edward viu o carro rodando pelas ruas de Washington, onde vive, e algo no carro o lembrou de um antigo relacionamento que teve com outro Fusca branco, um exemplar de 1969 que ele chamava de Vitoria. Ele acabou comprando o carro em 1989, e diz que jamais tentou nada com ele antes disso.
Apesar de seu relacionamento estável, porém, Edward confessa que sabe que o carro é um objeto inanimado, mas isto não impede-o de amar Vanilla, mesmo que não seja amado de volta. E, na verdade, ele diz sentir uma “energia” diferente quando está com um carro. Aliás não deixou de ver outros carros — Smith tem uma Ford Ranger vermelha da década de 1990 com a qual “se diverte” às vezes, mas não se preocupa porque Vanilla não sente ciúmes. “Ela é bem compreensiva”, diz. Não sabemos se ele está brincando ou falando sério.
Edward Smith já foi até tema de um documentário — My Car is My Lover, de 2008, que você pode assistir na íntegra abaixo. Não precisamos dizer que há algumas cenas meio desconfortáveis (porém nada muito explícito), não é?
A prática da mecanofilia é considerada crime em alguns países, como o Reino Unido — onde no ano passado um cara foi preso depois de ser pego penetrando seu Land Rover. Ele não foi preso, mas seu nome foi incluso no registro de agressores sexuais. Ainda bem que Edward vive em um país livre, não é?
Uma coisa é certa: nós não compraríamos um carro desse cara.