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FlatOut!
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Pergunta do dia Zero a 300

Carros conceito que nunca chegaram as ruas, mas deveriam: qual é o seu favorito?

Todos os anos as fabricantes de automóveis nos mostram dezenas de carros conceito nos Salões do Automóvel que acontecem pelo mundo. Alguns são prévias do que será colocado nas ruas dali a algum tempo, enquanto outros são viagens estilísticas sem compromisso com a realidade prática. Mas também há aqueles que nos deixam boquiabertos, de olhos arregalados, pensando “cara, que carro legal!”, e imediatamente despertam desejo… e nunca passam de conceitos. Qual é o seu favorito?

Quem gosta de carros vive pensando nisso, e lamentando. Todos os dias. Há décadas as fabricantes fazem este jogo de dá e tira ao nos presentear com possibilidades incríveis que jamais se concretizam. E foi pensando nisso que chegamos a duas sugestões para dar início à brincadeira.

A primeira delas é prata da casa: o conceito do Gol GT, que a Volkswagen apresentou no Salão do Automóvel de 2016. Esse tipo de coisa não se faz.

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Como você deve saber (especialmente se acompanha nossa série em vídeo FlatOut 56, na qual abordamos o assunto recentemente), o Gol GT original de 1984 foi a primeira versão do hatch a usar motor arrefecido a água e, por isto mesmo, salvou o carro de ser um fracasso. Mas isto também aconteceu porque o Gol GT era um excelente carro, com motor 1.8 de 99 cv declarados (estima-se que ele tinha cerca de 105 cv na realidade), comando de válvulas alemão e estilo acertadíssimo, com a cara dos esportivos da época e detalhes de muito bom gosto. O Gol GT é meio que um carro sagrado para os fãs brasileiros da Volkswagen, porque foi ele que despertou o potencial esportivo do Gol.

Dito isto, acreditamos que a Volkswagen teve a melhor das intenções ao mostrar para os fãs como seria um Gol GT do século XXI. Não era nenhuma ocasião especial: a Volks do Brasil simplesmente quis celebrar a subcultura VAG brasileira ao criar um conceito com inspiração em um ícone.

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O carro usado como base foi um Gol 2016 com carroceria de duas portas (opção que só foi disponibilizada em 2012). O carro recebeu pintura cinza-chumbo metálico, que estava presente no catálogo do Gol GT original e é relativamente rara, as rodas do Golf GTE europeu e novos para-choques dianteiro e traseiro, sendo que os da frente têm luzes de LED em formato de bumerangue. A grade ganhou um filete vermelho que invade os faróis, como no Gol GTI, e o detalhe se repete nas saias laterais e nos difusores dos para-choques.

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O interior também recebeu atenção. O painel ganhou acabamento preto brilhante e um friso vermelho percorrendo toda a sua largura – uma reinterpretação do original que caiu muito bem ao desenho mais moderno. Os bancos do tipo concha que vieram direto do Scirocco R europeu ganharam novo acabamento e revestimento de tecido que também é uma referência ao padrão dos Recaro usados em 1984. Só faltou a manopla do câmbio em forma de bola de golfe.

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A Volks não disse se fez modificações no motor e foi categórica ao afirmar que se tratava apenas de um exercício de design. Alimentar esperanças seria em vão. Só pudemos especular, desde então, a respeito de que motor o Gol GT 2016 usaria em um universo paralelo no qual ele tivesse se tornado realidade. Um 1.4 TSi de 140 cv? Traria de volta o 1.8 turbo de 150 cv do Polo GTI de quarta geração, com o qual divide parte de sua plataforma? Apostaria no motor 1.0 TSI já usado no Up e no Golf?

Não importa. Não vai acontecer de verdade mesmo.

Agora, se o Gol GT era um carro bastante plausível, precisando apenas de alguns ajustes para ficar viável, outros conceitos mais ousados também poderiam ter se tornado carros de produção. Um exemplo destes: o Nazda C2.

Ora, é claro que você o conhece. Ou pelo menos já o viu, seja no FlatOut, seja nos clássicos Need for Speed dos anos 1990.

O conceito foi projetado por Giorgetto Giugiaro, do estúdio Italdesign, sob encomenda da BMW, que aparentemente considerava a possibilidade de lançar um superesportivo com inspiração nas pistas, mas feito para as ruas. Ele nasceu como BMW M12 e foi inspirado pelos protótipos Le Mans da época, mas não era um carro de corrida para as ruas. Estava mais para um supercarro com interior bem acabado e itens de conforto como toca-fitas JVC, sistema de som de alta fidelidade, ar-condicionado e revestimento de couro nos bancos e portas.

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O motor era o V12 M70, de cinco litros (4.988 cm³), já utilizado no sedã 750i e no GT 850i. Originalmente, o motor preparado pela Alpina chegava aos 300 cv a 5.200 rpm e 45,9 mkgf de torque a 4.100 rpm, moderados por uma caixa manual de seis marchas. Era o bastante para levar o carro, que usava alumínio e fibra de carbono em sua construção e pesava pouco menos de 1.100 kg, até os 100 km/h em cerca de quatro segundos, com velocidade máxima estimada em 290 km/h.

Ainda no fim de 1991, Giugiaro decidiu que não estava totalmente satisfeito com o design do M12 e modificou sua dianteira, colocando os faróis em cavidades largas e baixas ao lado da grade. O supercarro ficou com uma cara mais “futurista”, e recebeu um novo nome: BMW Nazca C2. Este foi o modelo que ficou famoso no NFS.

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E ele também era mais potente: o V12 instalado atrás dos bancos agora deslocava 5,6 litros e entregava respeitáveis 380 cv. Com isto, o C2 levava 3,6 segundos para chegar aos 100 km/h, 9,9 segundos para chegar aos 160 km/h. E ainda seguia acelerando para atingir os 310 km/h.

Não muito tempo depois o projeto foi abandonado, e a BMW jamais teve outro supercarro de motor central traseiro. O que é uma pena, porque o M12/Nazca C2 poderia ter sido o início de uma tradição. Ou ao menos uma bela exceção. No entanto, a BMW aparentemente decidiu se concentrar no desenvolvimento do motor que seria usado no McLaren F1, que seria pouco tempo depois o carro de rua mais veloz do mundo.

Tanto o Gol GT quando o BMW M12/Nazca C2 jamais passaram e provavelmente jamais passarão de conceitos. Por mais que sejam fundamentalmente diferentes, isto ambos têm em comum. E por isto lamentamos. Quais são seus conceitos favoritos que tiveram o mesmo fim?