como falamos semana passada na materia sobre o koizyztrana da motor 3 depois da capa na ediçao de agosto de 1983 termina a saga daquele carro na revista por bastante tempo nao veriamos nada mais deste tipo nas paginas de nossa publicaçao automobilistica preferida no meio dos anos 1980 pensamos que a festa tinha acabado que a revista nao teria mais tempo dinheiro ou inclinaçao para continuar construindo carros diferentes ao mesmo tempo que tocava uma publicaçao mensal claro que nao era verdade; entusiasta de verdade nao consegue ficar parado sem bolar uma maluquice qualquer ainda mais naquela epoca sem muita opçao de fabrica o que logo veriamos era o terceiro ultimo e mais influente dos project car da motor 3 o chevette 2 5 o plano aqui era simples mas por isso mesmo genial instalar o motor de quatro cilindros ohv de 2 5 litros dos opala/caravan no menor carro da gm brasileira de entao o chevette fazer um chepala usando o motor do carro grande no carro pequeno pratica comum entre os hot rodders desde tempos imemoriais tenho certeza que gente fez isso antes da revista em algum lugar brasil afora mas a publicaçao deste projeto em quatro ediçoes da revista entre fevereiro de 1985 e março de 1986 com todos os detalhes necessarios para sua reproduçao na garagem de qualquer um que tivesse disposiçao para tal certamente foi instrumental em começar um esporte que ate hoje cresce e se expande trocar o motor de chevette mesmo hoje 26 anos depois da ultima chevy 500 zero km ser produzida todo mundo gosta de planejar discutir e ate realizar todo tipo de troca de motor no carrinho a motor 3 mostrou como era facil e desejavel com a mais simples e barata dessas trocas e dali em diante a mania se expandiu um carro tao bom de dirigir como o chevette com traçao traseira e um motor original criado apenas para ser economico praticamente pede isso no fim dos anos 1980 uma verdadeira mania de chepala se instalou pelo pais eu mesmo conheci dois um feito muito precariamente por um amigo meu no rio de janeiro e outro feito pelo meu tio em caieiras/sp todo mundo que viveu este tempo conheceu pelo menos um chepala e continua igual ate hoje o famoso jornalista josias silveira fez um a nao muito tempo atras e ainda tem ele meu amigo alexandre garcia de brasilia esta fazendo um para sua filha e isso para ficar so em gente que conheço claro; a tradiçao continua pais afora sempre tem gente fazendo chepala e provavelmente continuarao a fazer enquanto ainda existirem chevettes e motores de opala quatro cilindros muita gente ficou feliz apenas com ele mas outros tentaram outras coisas de vw ap ate v8 chevrolet e todo resto no meio o chevette e hoje como um ford 1932 para os americanos um carro onde tanto motor diferente foi montado que nao e sacrilegio motores de marcas diferentes num chevette vale tudo e grande parte dessa nossa tradiçao nacional começou aqui no chevette 2 5 da revista motor 3 motor 3 e o chevette a ideia original do chepala nasce dentro da gm do brasil jose luiz vieira editor e fundador da revista anda em dois carros criados na engenharia da empresa sob promessa de sigilo um prototipo bem usado 1974 e um carro branco impecavel de 1975 de propriedade de um piloto de testes da empresa a gmb portanto ja tinha desde cedo um chevette 2 5 pronto para lançamento e apenas nao o fez por ser politicamente indesejavel do meio para o fim da decada de 1970 ja pensaram como seria legal se tivesse existido um gp 2 5 [caption id= attachment_260438 align= aligncenter width= 999 ] o prototipo ss v6 2 8 litros americano[/caption] depois disso ja em 1982 anda em detroit em um chevette ss americano um prototipo que nunca foi vendido equipado com o v6 a 60° da chevrolet americana este v6 um ohv de 2 8 litros e criado para aplicaçoes de traçao dianteira era extremamente compacto e portanto coube com grande facilidade no chevette jlv diz ao fim da reportagem que o chevette americano nao era tao bom dinamicamente quanto o nosso e o alemao claro apesar de melhor acabado e sonha em voz alta com uma marajo equipada com o v6 60° [caption id= attachment_260439 align= aligncenter width= 857 ] o v6 no chevette ss sobra espaço [/caption] como sempre na criaçao de coisas realmente legais e marcantes o chepala da motor 3 nasceu desse monte de experiencia da revista com o carro lentamente germinando na cabeça de gente que gostava do chevette mas queria mais força nele um monte de eventos aleatorios e nao necessariamente ligados culminando em um projeto extremamente influente se voce nao se convenceu basta ver como o chevette que eventualmente se tornaria o carro de projeto da revista acabou nas maos de jlv muito antes da revista motor 3 existir a esposa de jlv pedia para ele um carro pequeno novo estava cansada de manobrar um dos impala automaticos dele para fora da garagem do predio; queria algo mais facil de manobrar e que gastasse menos combustivel jlv entao compra uma cota de consorcio de chevette zero quilometro mas algum tempo depois a revista começava e jlv sempre tinha um carro novo de avaliaçao disponivel alem disso a vera esposa de jlv e personagem constante em suas historias foi emprestada para o governo do estado pela agencia de propaganda que trabalhava; em sua nova funçao teria acesso a um carro com motorista a necessidade do chevette desapareceu mas resolveram continuar pagando o tal consorcio como forma de poupar dinheiro alguns anos depois recebem o aviso de que o grupo fechava e ele receberia um chevette zero km tenta vender o carro entre os conhecidos mas sem sucesso era um raro modelo 1983 mas com motor 1 4 a gasolina e cambio de quatro marchas basico de tudo a grande novidade do modelo 1983 junto com extenso face lift era o motor 1 6 a alcool com cinco marchas e com isso ninguem mais queria a configuraçao antiga jlv estaciona o carro em casa por um par de meses sem saber o que fazer com aquilo ate que uma lampada em formato de chevette 1983 aparece acesa em cima de sua cabeça chevette com motor de opala imediatamente vai conversar com seus amigos da gm para conseguir ajuda tecnica detalhada e começar o projeto a revista nao declara nenhum envolvimento da gm e na verdade ate nega isso expressamente no texto mas parece bem claro que algum envolvimento houve somente peças originais gm foram usadas na transformaçao e todas elas novinhas na caixa ate informaçoes precisas de potencia em cv abnt aparecem nas reportagens com uma configuraçao de motor que nao existia a venda impossivel saber quanto se foram apenas dicas e ajuda moral ou se fizeram tudo junto como uma experiencia conjunta por baixo dos panos mas mostra como a gm realmente tinha tudo pronto para fazer este carro em produçao normal o chepala de motor 3 o carro apareceu em quatro ediçoes da revista em fevereiro de 1985 o projeto era apresentado de forma geral no mes seguinte a revista explicava como fazer a transformaçao em detalhes em junho do mesmo ano um capitulo interessantissimo da saga uma bateria de testes no carro como se fosse um carro novo de fabrica porque efetivamente era um carro zero quilometro com um motor e cambio zero quilometro de opala quatro cilindros e alguma ajuda do fabricante o legal e que e uma das poucas vezes que algo assim um projeto e testado de forma objetiva e seria e comparado aos carros entao a venda quase um ano depois em março de 1986 aparece o teste do mesmo carro com diferencial traseiro diferente [caption id= attachment_260434 align= aligncenter width= 999 ] as quatro revistas que compoem a saga do chepala na motor 3[/caption] este ultimo teste foi necessario porque a relaçao do diferencial correta para o chepala foi sempre a mais dificil de obter fora da fabrica o motor 2 5 litros tinha rotaçao maxima ao redor de 4500 rpm enquanto o chevette podia eventualmente chegar ate mais de 6 000 rpm dois motores totalmente diferentes que exigiam relaçoes finais tambem diferentes o chevette de jlv veio de fabrica com relaçao final de 4 10 1 e jlv e a gm sabiam que a ideal seria algo muito mais longo proximo do opala seis cilindros 3 08 1 o carro da revista teria esta relaçao 3 08 1 por meio de um par que ela declarava especial provavelmente algo fabricado pela gm como prototipo e cedido a ele quem nao tinha acesso a prototipos gm teria que usar a unica outra relaçao de chevette original de fabrica disponivel a de 3 54 1 usada nos chevette equipados com cambio automatico a revista entao testa o carro com as duas relaçoes em ocasioes diferentes claro hoje existem formas de se conseguir relaçao 3 08 1 fazendo peças sob medida ou modificando existentes mas ate hoje o mais comum e usar 3 54 1 mesmo e continua a unica coisa meio dificil nesta modificaçao; todo resto e relativamente simples e com peças faceis de se conseguir o motor que jlv usou parece algo fornecido pela gm ou no minimo sugerido por eles um motor a alcool mas com comando de valvulas do motor a gasolina desta forma a potencia subia de 88 3 cv a 4 000 rpm para 94 cv a 4 400 rpm mas o torque diminuia de 19 4 kgfm a 2 000 rpm para 19 2 kgfm a 2 600 rpm a caixa de cinco marchas e embreagem do opala quatro cilindros tambem foi usada a caixa do opala e seu motor exigiam algumas modificaçoes simples o carda tem que ser encurtado em 10 centimetros na aba de junçao cambio motor um alivio tem que ser cortado para a passagem da barra de direçao todo o raio do tunel de transmissao na carroceria deve ser alargado entre 1 0 e 1 5 cm para impedir interferencia dinamica parado ha folga mas nao suficiente os coxins de motor do opala montam nas fixaçoes inferiores do chevette sem modificaçao a fixaçao traseira no carro da revista tambem usou as fixaçoes originais do chevette o resto e coisa simples o radiador e o original do chevette 1983 em diante mas com bujao de expansao do opala seis cilindros a alcool molas dianteiras da chevy 500 e amortecedores do chevette do campeonato de marcas na frente eram necessarias para compensar os pouco mais de trinta kg que o motor de opala pesava a mais que o motor original suspensao traseira permanecia como saiu de fabrica mas no carro da revista calçando pneus 195/60 hr 14 foi necessario rebater o para lama interno para eliminar interferencia ao fim do curso de suspensao [caption id= attachment_260440 align= aligncenter width= 999 ] como montar os coxins de motor e transmissao[/caption] e basicamente e isso facil barato simples e sem mudar quase nada no carro a nao ser um aumento de desempenho o melhor tipo de modificaçao o carro de jlv tambem tinha interior melhorado bancos recaro carpetes novos e som de primeira linha aparecem nas fotos da revista a avaliaçao e como andava o chepala os numeros podem ser vistos na tabela abaixo mas basicamente era o carro mais rapido no 0 100 km/h entre os nacionais testados pela revista e a velocidade maxima era a mesma do campeao de entao o opala seis a alcool com 185 57 km/h na melhor passagem basicamente andava de forma muito parecida com a de um opala seis cilindros fora isso era um carro de dupla personalidade com a relaçao traseira longa era tranquilo e calmo rodando a altas velocidades em baixa rotaçao e muito silencio mas jogue uma ou duas marchas para baixo e o carrinho acendia com uma vontade impar e destruia a competiçao dos anos 1980 carro pequeno com motor grande e uma formula altamente desejavel com a relaçao 3 54 1 testada em 1986 a velocidade maxima diminui para 177 7 km/h mas as retomadas em 5ª e 4ª melhoram significativamente claro a aceleraçao de 0 100 e um pouco pior tambem mas por pouco; pode se dizer iguais certamente ficava um carro melhor com a relaçao mais longa mas como a maioria das pessoas acabaria com esta a revista fez questao de trocar a relaçao do carro e testa lo um trabalho sem muito retorno mas que mostra o cuidado com o leitor que fez esta publicaçao tao querida por nos e o porque de mesmo tanto tempo depois ainda inspira a gente a falar de seus feitos
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