Caros Flatouters, como havia dito no meu 2º post, fiquei desempregado e a situação não mudou desde então, sendo assim estou fazendo o meu projeto sem que o mesmo comprometa as minhas finanças, e por isso mais uma vez peço desculpa pelo atraso em postar. Queria eu que esse fosse meu último post, mas não foi dessa vez.
Como diria a Bruxa do Pica-Pau: “e lá vamos nós”.
No último post eu tinha colocado o motor no lugar, e alinhado com coxim de radiador MB 1113 do lado direito. Bom, eu achava que estava bom o alinhamento, mas para minha infelicidade o modelo do meu Chevette, conhecido como bicudo(78 até 82), tem o capô mais baixo no centro, devido ao seu desenho, coisa que não acontece com seu antecessor (tubarão) e nem com seu sucessor. Resumo disso é que o coletor de admissão batia no capô, e por esse motivo tive que alinhar mais ainda e para isso foi necessário prolongar o furo oblongo do suporte do motor do lado direito, fazendo com que o motor escorregasse um pouco mais, melhorando seu alinhamento. Mais pra frente quando tiver uma grana sobrando eu vou fazer um suporte descente, mas no momento fica assim. Não está ruim, mas só me incomoda olhar. Coisa de engenheiro.
Com esse novo posicionamento, o cárter se aproximou muito da abraçadeira direita que segura a caixa de direção, então eu dei uma esmerilhada na ponta dela, diminuindo o risco de furar o cárter num movimento mais brusco do motor. A distância ficou boa. Menos uma coisa pra se preocupar.
Agora o motor ficou mais alinhado.
Vamos para mais surpresas devido a falta de informações. Troquei a caixa de quatro marchas original por uma de cinco do modelo mais novo. O que pensei: Plug and play, certo? Errado! Como a caixa é um pouco maior, o posicionamento do suporte da caixa muda também, e a furação no carro fica distante.
Procurei saber como faria essa adaptação e descobri que já fazem um suporte para isso, tô mandando a foto com as medidas, caso alguém precise fazer um.
Mais um gasto não previsto, e assim tive que encomendar, esperar sua chegada para montar.
Tudo perfeito agora, né? Sonho meu. Lembra que falei que a caixa era um pouco maior? Então, se uma coisa cresce, alguma coisa tem que diminuir pra caber no mesmo espaço, nesse caso o cardã foi a bola da vez. Tive que sair a caça de um cardã para caixa de cinco marchas em ferro velhos. Achado o cardã, tive que revisá-lo todo, trocando o rolamento interno, coxins, coifa e cruzetas. E o dinheiro contado se esvaindo em vários gastos não previstos.
Quando comprei o diferencial do Chevette automático, ele veio com pinças de freio de golf montadas, e… pqp, bateu na roda. E lá fui eu com trena medir tudo e descobrir um jeito de enfiar a roda no lugar. Medidas feitas, arranquei o suporte que foi feito no diferencial pra segurar a pinça e corri pra um torneiro mecânico e fabriquei os suportes na medida exata.
Pinças instaladas, dedos cruzados, roda no lugar e tudo quase perfeito agora. Sabe por que “quase”? A roda do lado esquerdo estava agarrando na caixa de roda, próxima ao amortecedor. Se a cada pqp que eu falei ganhasse um dinheiro, esse projeto já teria terminado no primeiro post!
Levei a barra estabilizadora no torneiro e a preparei com ajuste, pronto problema solucionado!
Próóóximo!! Era assim que eu me sentia, aguardando um novo problema.
Enquanto o carro estava no elevador, aproveitei e passei mais uma linha de freio pra traseira, pois instalei um cilindro mestre de Kadett e esse tem quatro saídas, uma para cada roda, diferente do Chevette que são três. Uma coisa muito importante é que duas das saídas do cilindro mestre ficam muito próximas a caixa de roda e impedindo de montar a válvula equalizadora traseira, sendo assim montei um suporte e as coloquei debaixo do carro, na saída da linha antes do flexível.
Já que estou falando de freio, eu tinha vendido o meu conjunto da Power Brakes para um conhecido que estava precisando e resolvi eu mesmo fazer o meu. Instalei discos ventilados de Santana de 239mm. Como andei muito em ferro velhos, acabei comprando um par de pinças por um preço muuuito bom, acho que o dono do ferro velho ficou com pena de mim, de tanto que eu ia nele.. rs. Restaurei as pinças, tipo faça você mesmo, acredite, aprendi a fazer vendo um vídeo no youtube.
Acho que vale a pena o passo a passo da instalação do disco para quem quiser saber, então segue:
1- Compre os discos de Santana de 239mm, pois com eles em mãos você vai levá-los junto com os antigos discos do Chevette ao torneiro. Usinar os discos do Chevette, retirando a parte do disco, e reduzindo o diâmetro externo para caber dentro do disco do Santana. Pronto vc já tem um cubo pra instalação.
2- Aproveite que irá ao torneiro e leve os cavaletes das pinças do Santana e peça ao mesmo para abrir uma rosca M12 X1,5 nos furos originais lisos que prendem o cavalete na manga de eixo. Essa é a mesma rosca do parafuso original que prende a pinça do Chevette. Você pode levar o parafuso caso tenha dúvida da rosca.
3- Na manga de eixo, passe uma broca 15/32” retirando os fios de rosca originais, nessa medida o parafuso não fica folgado no furo. Isso tudo porque o parafuso não tem espaço para ser montado como na montagem original.
4- Vai ser preciso um pequeno ajuste no espelho do freio, próximo aos furos dos parafusos que fixam o cavalete, eles devem ser aumentados para correto assentamento do cavalete.
5- Monte o cubo do Chevette, recomendo colocar rolamentos novos. Entre com os discos do Santana e após isso prenda o cavalete.
6- O resto da montagem segue normal. Pronto, o disco ventilado está montado.
7- Para finalizar utilizar flexíveis de Kombi, pois ele tem as roscas compatíveis com a pinça e com a tubulação do Chevette.
E o carro voltou pro chão! Agora de volta ao cofre do motor.
Parti para instalar as mangueiras de arrefecimento. A mangueira que interliga o bocal inferior do radiador com o motor, pode comprar de olho fechado a mangueira superior do Gol MI, aquele com motor longitudinal.
Impressionante, parece que foi feita pra essa adaptação, se eu não tivesse a idéia de colocar um vaso expansor original do Chevette.
Alguém se lembra do “Kit Verão” que era muito vendido para os Tempras? Era um “T” com um cebolão para ser adaptado nas mangueiras. Pois é, comprei aquele “T”, fui numa loja especializada em conexões de mangueiras de alta pressão e achei uma saída perfeita para a mangueira do vaso expansor.
Deu até pena de cortar a mangueira do Gol de tão perfeita que era, mas meti a faca e pronto, saída para o vaso expansor feita. Vaso instalado e conectado.
A mangueira superior eu usei a do Chevette mesmo, com uma pequena redução no seu comprimento. Vou ficar devendo a mangueira do vaso expansor, olhei ela na loja e achei que dava, e deu!
O tanque com catch tank veio da pintura. Só não instalei no carro porque a mala está cheia de peças em caixas, e como tive que retirar o carro da oficina, a instalação ficou para uma próxima etapa.
Montei o volante no carro, e achei que ficou muito bom!
Também coloquei cilindros e maçanetas pretas no lugar das cromadas.
Ainda estou na luta pra recuperar as capas dos bancos, o capoteiro continua internado e eu acho que ele não sai mais do hospital. Estou tentando buscar com a mulher dele, mas ta difícil.
Montei e alinhei o capô. Retirei o carro da oficina, pois já não podia mais custear os serviços e nem pagar para ele ficar lá e eu mesmo fazer os serviços, como estavam sendo feitos. Carro no reboque e caminho de casa. Hoje ele está repousado no estacionamento aqui do condomínio, onde eu estou fazendo pequenas coisas, como instalar as lanternas traseiras, limpeza do sistema de ventilação, limpeza interna e agora vou retirar toda a bagulhada da mala e montar o tanque com a bomba e filtros.
Minha luta agora é arrumar um bom eletricista pra fazer a instalação da injeção com o sistema original do carro e finalmente virar esse motor e ser feliz.
Pessoal, espero não ter decepcionado neste post, mas na atual situação, foi o que deu pra ser feito. Sei que muitos esperam ansiosos pelo desfecho desse projeto pra ver os resultados do desempenho, e isso também é um desejo meu. Estou me esforçando ao máximo para reverter essa situação.
Um abraço a todos — e boa sorte aos que continuam tocando seus projetos.
Por Konder Baldin, Project Cars #343