Em 28 de maio de 1992 era inaugurada a concessionária SP Japan e, com ela, começavam a chegar os primeiros Honda importados oficialmente ao Brasil (saiba a história completa nesta reportagem). Ainda faltam sete anos para os primeiros placa preta da marca desta época pintarem, mas ninguém mais duvida da proporção e da relevância que a interpretação brasileira do movimento JDM style – japanese domestic market – assumiu entre vários nichos de entusiastas no País, criando raízes e passando muito além de uma simples moda. Dentre eles, o dos aficionados por Honda é o maior, até por uma questão de volume de produção.
Ainda assim, é uma história muito mais recente e segmentada que a dos Volkswagen no Brasil, o que ajuda a explicar a diferença do porte deste evento para o colossal – que rolará a partir de 30 de outubro e que também iremos cobrir. Como o BGT, o Civic Nation 6, realizado entre os dias 31 e 2 de agosto na famosa praça Adhemar de Barros, em Águas de Lindóia (SP), consolidou todas as manifestações – encontros de posto, passeios, eventos de pista (como o ) – em um grande evento anual.
Muitos dos entusiastas se instalaram em Águas de Lindóia entre sexta-feira e domingo. Com vários conhecidos entre si e sem cercas de isolamento em torno dos veículos, a sensação era mais de uma grande festa do que a de um evento formal. Nosso leitor Pedro Spina registrou estas três fotos abaixo (não deixe de ver mais imagens em sua ), que capturam bem esta sensação de comunidade. A última fotografia mostra a competição de burnouts que rolou em um espaço próximo à praça.
Abaixo, temos o vídeo do canal Fundrive, do nosso leitor Márcio Fujii. Ele mostra muitos dos carros que chegaram no domingo, quando não estávamos mais no evento.
Na galeria de quase 200 fotos que preparamos para você abaixo (cliques do Fábio Aro), vocês notarão que existem diversos estilos de customização, tanto no sentido de estilo versus funcionalidade quanto em termos culturais. Alguns carros seguem uma orientação de estilo mais próximo ao JDM original, outros possuem uma pegada mais californiana e europeia.
Alguns são veículos de preparação extrema (como o Civic EK de Luis Mengatti – o branco com cofre dourado –, que faremos uma matéria dedicada em breve: tem swap de K24 com cabeçote do K20, alívio extremo, freios e suspensão redimensionados, etc), outros possuem uma pimenta mais discreta sob o capô. Muitos usam peças de marcas de performance originais, mas também havia número considerável de carros com reproduções chinesas, talvez um dos únicos pontos de atrito mais sério entre estes entusiastas.
Agora aperte os cintos e tome o kick do Vtec nas imagens! Separamos os carros de forma razoavelmente cronológica, de forma que os fãs de determinadas gerações do Civic encontrarão as fotos mais facilmente. E não perca de vista o Acura Integra GS-R lá no final!
Civic Nation 6: os detalhes JDM
Tecnicamente, o que cada país fora do Japão chama de JDM é uma apropriação cultural. A maioria dos nossos carros na verdade foi produzida nos EUA, Canadá ou Brasil, e isso os torna diferentes não apenas no código de chassi, mas também em algumas especificações e detalhes. Quando transpomos isso para o universo da customização e da preparação, uma segunda variante ocorre baseada nas circunstâncias locais, como disponibilidade e preço das peças, mas principalmente na cultura: muitas das coisas que fazemos aqui não seriam consideradas “estilo JDM” nos EUA, muito menos no Japão. Mas o que isso importa?
Todo mundo tem uma certa noção dos detalhes que envolvem o estilo de rua JDM da maioria dos carros: adesivos, emblemas, mascotes (como o Pedobear e o Domo), lips, saias e asas, rodas esportivas, tow hooks, escapes de baixa restrição e ponteiras chamativas, faróis e lanternas clear, sistema de admissão do tipo CAI (leia nossa reportagem especial sobre os cold air intake clicando aqui), volantes de saque rápido, bancos do tipo concha, tampas de válvulas personalizadas, cabos de velas coloridos. Aqui temos uma pequena fração deste universo, misturando componentes de diversos estilos e graus de funcionalidade.