Para quem gosta de carros, poucos prazeres se comparam a dirigir em asfalto novo e lisinho. O problema é que nem sempre isto é possível – no Brasil, por exemplo, a qualidade geral do pavimento não é das melhores e obras para a recuperação das vias pode demorar bastante. Mas não precisa ser assim.
Prova disso este processo de pavimentação de uma estrada rural na Austrália, que circulou maciçamente na internet nos últimos dias. O fenômeno deve ter a ver com a fascinação dos internautas por métodos eficientes e visualmente agradáveis de fazer as coisas. É, de fato, uma cena bem satisfatória: um caminhão despeja uma camada perfeita de asfalto sobre uma estrada de terra, a uma velocidade impressionante. A impressão é de que o asfalto fica pronto instantaneamente.
Mas… como é que eles conseguem asfaltar uma estrada com tanta rapidez? O segredo está no tipo de pavimentação: trata-se de uma técnica chamada chip seal, que consiste em aplicar uma camada de asfalto (betume) e, logo em seguida, uma camada de cascalho, que tem pedras maiores do que as usadas no asfalto comum.
O asfalto aplicado em forma de spray consiste em uma mistura de 70% de betume e 30% de água. Com o calor, a água começa a evaporar imediatamente. Quando isso acontece é aplicada uma camada de cascalho que, logo em seguida, é compactada por rolos compressores. O cascalho que fica sobre o pavimento é, então, varrido. Tudo é feito praticamente ao mesmo tempo, e o custo pode ser até 85% menor em relação à pavimentação convencional.
O chip seal leva dois dias para secar e curar, mas antes disso já suporta tráfego a uma velocidade de 60 km/h. Se você andar mais rápido, poderá soltar os pedriscos da superfície, podendo danificar os carros e atingir pedestres.
É este o método mais utilizado para cobrir estradas nas zonas rurais da Austrália, justamente por questões de custo e velocidade de execução, e também porque o tráfego nestas áreas é menos intenso. Em uma rodovia de maior circulação, contudo, a durabilidade do chip seal é comprometida.