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Propaganda da VW com Elis Regina questionada pelo CONAR
Todo mundo viu a propaganda da VW em comemoração aos seus 70 anos no Brasil. A peça, que tem uma semana no ar, conseguiu com certeza chamar atenção de todos: mostra a cantora Maria Rita andando de VW ID.Buzz e cantando o clássico de Belchior que ficou famoso na voz de sua mãe (Elis Regina), “Como nossos pais”. Logo, uma Kombi aparece ao seu lado com sua mãe, obviamente recriada via computação gráfica, cantando com ela.
Duas reações: muita gente não percebeu nada de errado, e gostou. Mas quem não gostou, odiou. O motivo é fácil de perceber: a música é um lamento da juventude dos anos 1960, que lutou para fazer um mundo diferente, e agora percebia que tudo fora por nada. Lançada em 1976, durante a ditadura militar, retrata a desilusão de uma juventude reprimida, e sua falta de esperança.
É triste de verdade, mas ao mesmo tempo épica e maravilhosamente linda; um grito melancólico de fim de uma era onde a esperança reinava, e um mundo melhor e diferente parecia possível para os jovens. Uma peça clássica, carregada de significado. Um significado que não é difícil de entender se se prestar atenção na letra né? Faz favor.
E não é uma música que enaltece o novo, como parece ter imaginado a VW ao fazer esta propaganda, definitivamente. De qualquer forma, este assunto morreria por aí, no uso mal-ajambrado com o significado da música, e boa. Mas teve gente que ficou realmente ofendida não por isso, mas pelo uso da imagem da Elis, e do uso da “Inteligência Artificial” para fazer o filme.
O resultado do imbróglio é que o Conar, o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária, entrou com uma representação ética contra a propaganda, a Volkswagen e a AlmapBBDO, sua agência publicitária. O conselho aponta questões sobre o “respeito à personalidade e existência da artista, e veracidade”.
A Elis não tenho certeza, mas o Belchior, se alguém conseguisse achar ele mesmo quando vivo, definitivamente não ia gostar do que fizeram com seu famoso hino de sua geração. Sua dor seria perceber que apesar de termos feito tudo tudo tudo que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos além-túmulo numa propaganda de carro elétrico fajutada eletronicamente, se me desculpam a piada infame.
A questão agora será examinada levando em consideração o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitar. A ação também questiona se há a possibilidade de causar confusão entre ficção e realidade para algumas pessoas ao assistirem a propaganda, o que parece ridículo: a recriação da Elis é bem computadorizada, claramente.
Questionada pelo site Motor1, a VW disse que “A Volkswagen do Brasil foi notificada pelo CONAR em 10 de julho e apresentará sua resposta no prazo concedido.” (MAO)
Conheça o novo Caterham Project V
Amanhã começa a edição 2023 o sensacional evento anual de celebração do automóvel e da velocidade que ocorre no quintal de Charles Henry Gordon-Lennox, o 11º Duque de Richmond: o Goodwood Festival of Speed (FoS). Mas já começaram os lançamentos de carros que aparecerão por lá até o domingo.
O primeiro deles é este: o Caterham Project V. Uma tentativa de modernizar as ofertas do tradicional produtor de continuações do Lotus Seven desde 1973, é ao mesmo tempo uma visão em um futuro de maior volume de produção para a marca. E como esta marca é europeia, isto significa um carro elétrico. Deve chegar ao mercado no fim de 2025.
Como noticiamos antes, é desenhado por Anthony Jannarelly, e concebido como um veículo elétrico desde o início. A potência vem de um motor de 200 kW montado no eixo traseiro, para tração só traseira. A bateria é de íon-lítio USOC, de 55 kWh. São 268 cv e uma autonomia de até 400 km. Recarrega de 20 a 80% da carga da bateria em 15 minutos usando um carregador rápido de 150 kW DC.
Peso baixo sempre foi parte do que faz o Seven especial, e a Caterham salienta que este será um carro elétrico realmente leve. Não, tolinho, não os 500 Kg de um Super Seven, nem mesmo os 700 kg do Seven EV elétrico mostrado recentemente: este carro tem teto e portas, e pesa 1190 kg. O chassi é composto de fibra de carbono e alumínio, as suspensões são de duplo A sobreposto ajustável nos quatro cantos, e a direção é assistida eletricamente. A empresa diz que o cupê fará o 0-96 km/h em menos de 4,5 segundos e atingirá uma velocidade máxima de 230 km/h.
O carro usa um layout 2+1, com o passageiro traseiro na transversal. Uma configuração 2+2 será opcional. A empresa garante que o carro não será uma substituição de nada na linha da Caterham: é uma oferta extra, um carro esporte mais usável que os radicais Seven. Não é a primeira vez que e empresa tenta isso: o Caterham 21 de 1994 era um Seven com portas e vidros laterais, ainda que conversível, e foi um grande fracasso. Desejamos sorte à empresa nesta segunda tentativa. (MAO)
Conheça o Aston Martin Valour: V12 manual em 2023
Outro carro mostrado adiante do início do Goodwood FoS é o mais novo Aston Martin, um magnífico cupê V12 com câmbio manual chamado Valour. Sim, você ouviu corretamente: V12, manual, em 2023.
Limitado a apenas 110 unidades globalmente, o Aston Martin Valour é uma homenagem, também, aos famosos V8 Vantage dos anos 1970 e 1980, grandes clássicos finais da era de fabricação artesanal da empresa. É um carro mais bruto em design que as ofertas atuais da empresa, por isso; algo que lhe fez um bem danado. Um Aston com cara de Aston, definitivamente.
O V12 em questão é uma unidade de 5,2 litros biturbo, dianteiro, que dá nada menos que 715 cv de potência e 76,8 mkgf de torque. A transmissão é manual de seis marchas “sob medida” e atrás há um diferencial limited slip mecânico. Para os milionários, opções de desempenho bruto clássico parece que não faltarão no futuro.
Belas rodas de liga leve forjadas, em 21 polegadas, vem com pneus Michelin Pilot Sport S 5, medindo 275/35 na frente, e 325/30 atrás. Os compradores podem escolher entre 21 cores externas, ou podem examinar a paleta de cores Q da Aston Martin para algo mais exclusivo, como fibra de carbono exposta. Tudo é possível, quando o dinheiro não é problema.
O Valour tem uma suspensão diferente de outros Aston Martins, que usa amortecedores adaptativos. Além disso, a estrutura é reforçada com treliças, dianteiras e traseiras, que melhoram a rigidez torcional e lateral, além de batentes de suspensão especiais. Os freios dianteiros são rotores de cerâmica de carbono de seis pistões e 16 polegadas e os freios traseiros são rotores de quatro pistões e 14 polegadas.
Como esperado, a Aston Martin não lista nenhum detalhe de preço para o Valour. Mas podemos especular: o Victor, um carro de edição limitada semelhante “By Q”, cujo preço também nunca foi revelado oficialmente, custava a partir de £ 4 milhões na Inglaterra. Sim, o equivalente a mais de 25 milhões de reais. (MAO)
O novo Renault R5 mais próximo da versão final
Com o início de produção de seu novo pequeno elétrico a caminho, a Renault mostrou algumas imagens do seu novo R5, agora bem diferente do último carro-conceito, e com uma cara de algo próximo da realidade.
Agora o carro tem maçanetas de porta convencionais, espelhos maiores, para-choques redesenhados e unidades de iluminação LED ligeiramente diferentes. No geral, o veículo tem um visual moderno, esportivo e compacto, ao mesmo tempo em que incorpora muitas referências ao Renault 5, em suas duas gerações anteriores.
O novo R5 deve medir 3920 mm de comprimento, tornando-o ligeiramente mais curto que o Clio atual europeu, que tem pouco mais de quatro metros de comprimento. Será um hatch pequeno bem na faixa de maior venda no seu continente. Ainda não há imagens do interior.
Os protótipos de pré-produção do R5 foram construídos nas instalações do Technocentre perto de Paris. A instalação fabril de protótipos abriu suas portas há 25 anos, o que mostra o quão complexo é validar carros hoje: sim, é necessário uma fábrica de protótipos; a quantidade deles as vezes passa das 200 unidades. A Renault revelou que construirá mais de 60 unidades do R5 para fins de teste e validação antes do início da produção em larga escala na fábrica de Douai, no norte da França.
O lançamento no mercado europeu do novo R5 está agendado para 2024. O modelo deve substituir o antigo Zoe, mas será oferecido junto com o Renault Clio, que servirá como uma alternativa tradicional a combustão interna. Parece que a Renault tem como meta um preço de entrada de menos de € 25.000 (R$ 134.000) para o R5, equiparando-se ao preço esperado de seu rival VW ID.2. (MAO)