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Project Cars Project Cars #12

Depois dos problemas, o shakedown do meu Corsa com motor de F3, o Project Cars #12

Olá, pessoal. Antes de tudo peço perdão a todos pela demora da terceira parte do meu Project Car. O tema que decidi abordar é o mais delicado e difícil de se falar, e permanece até hoje na montagem e desenvolvimento do meu carro: problemas! E não foram poucos!

Costumo dizer para os amigos que não teve um parafuso fácil de se colocar nesse carro, e quanto mais mergulho nesse projeto mais essa afirmação demonstra ser verdadeira.

A começar com o descaso do meu antigo preparador, que havia recebido o dinheiro pelo motor de F3 e sua instalação, porém passou um ano olhando pro meu carro sem fazer nada. Prazos perdidos, desonestidade, recursos (tempo e dinheiro) mal gastos, tudo isso maculou meu projeto.

Depois veio a minha maior decepção em todo o projeto: a rollcage do meu carro não era 100% funcional, não iria funcionar como deveria e o carro não ficaria como eu pedi. Usaram um desenho fora do padrão, materiais de segunda, sapatas subdimensionadas, me cobrando o preço de duas rollcages bem feitas.

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Quase fiquei doido, um ano se passou, pouco foi feito e esse pouco não valeu de nada, só atrasou muito meu projeto. Quase vendi o carro, quase vendi meu motor, mas decidi não desistir. Terminaria o carro do jeito que quero e pronto! Um carro de corrida emplacado!

Tirei o carro da oficina, mandei serrar a rollcage que estava errada para fazer outra nova e botei na mala do carro meu motor de F3 e todas as peças que havia comprado para o projeto.

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De volta à estaca zero, contei com o conhecimento, habilidade e honestidade de Leonardo Marinho Moreira, que trabalha atualmente na L&L Motorsports, equipe do Regional de Marcas sediada em Brasília, para finalizar o projeto.

Decidi participar mais ativamente do projeto, de maneira que o carro ficasse do jeito que eu queria, e aprender um pouco mais de mecânica e preparação tendo sempre em mente o seguinte pensamento:

“No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.” – Ayrton Senna

Finalmente, após um ano de trabalho duro, conseguimos dar a primeira partida do motor no carro e fazer a inscrição para o primeiro Track Day, que seria dia 15 de fevereiro de 2014.

Chegou o tão sonhado dia, tanque cheio e vontade de sobra de acelerar!

Porém meu carro ficou pronto na noite anterior e haviam algumas pendências para resolver no dia do Track Day, perdemos metade do dia tentando fazer o painel do carro, de onde tenho todas as informações do motor, comunicar com a injeção do carro.

Quando finalmente conseguimos, meu carro começa a vazar combustível por uma solda no Surge Tank, parecia que a bruxa estava solta. Para finalizar um dos bicos do meu carro travou, impossibilitando que eu desse uma volta completa, porém fiquei feliz que meu carro finalmente pisou num autódromo e deu as caras.

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Três meses depois e todos os problemas sanados, resolvi colocar o carro em pista e eis que tenho um problema com o acelerador, o pedal todo acionado não dava 100% de abertura. Num ajuste de última hora tivemos que subir o pedal num nível bem acima dos outros, obrigado a dobrar toda a perna para acelerar, muito desconfortável e impossibilitando um punta tacco ou recuperar o carro após uma traseirada.

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Além disso tive um contratempo com o ajuste de proporção dos freios, tinha muito freio traseiro e quando eu freiava a traseira queria passar a frente. Após uma rodada e uma boa regulagem, ajustamos o freio e voltamos à pista!

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Porém numa volta para conhecer o carro e dar um rolê com um amigo, André Ulhoa, um dos Aeroquips da dianteira se partiu e fiquei somente com o freio traseiro. Foi a mesma coisa que puxar um freio de mão:

Mais um Track Day que não pude curtir a pista, mas valeu pela experiência.

Na terceira tentativa de andar em Brasília, após duas voltas, meu carro quebra volante de motor e fico passando vontade novamente, ficando meses esperando um novo ficar pronto, já que é feito sob medida pro meu carro. Nesse meio tempo cheguei a comprar um Corsa bem mais manso pra usar como reserva e treinar até o meu ficar pronto.

Meu amigo Rafa Souza (4Fun) definiu como perseverança, outro amigo, Saulo Ayres, me chamou de Duro na Queda, e minha família me denomina simplesmente como cabeça dura. Seja lá qual for a melhor definição, prefiro continuar lutando que desistir de um sonho.

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Tendo em vista que muitos amigos desistiram ou sequer estão aqui para concretizar os projetos deles, me considero muito abençoado e afortunado. Sempre tem alguém com problemas piores que os meus, e se muitos superam, por que eu também não posso?

Ainda aconteceram muitos problemas e também muitas alegrias, papos para nossas próximas conversas no FlatOut.

Finalmente, a primeira vez que o carro andou bem mesmo foi nos dias 21 e 22 de fevereiro de 2015, pouco mais que um ano depois do seu primeiro Track Day, quatro anos depois de eu compra-lo, porém valeu todo o esforço. Fui o tração dianteira mais rápido do dia, na frente de carros turbo bem mais fortes e pilotos bem mais experientes, ficando atrás somente de Super Esportivos fuçados.

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Nesses dois dias de pista o carro ainda deu algumas zangas, mas se fosse fácil não teria graça.

A lição que eu queria deixar, hoje, para vocês é que não desistam dos seus projetos, seus sonhos, podem levar anos, mas a recompensa um dia chega para quem não se dá por vencido. Meu sonho se tornou realidade:

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Até a próxima, galera!

Por Leonardo Perez, Project Cars #12

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