o quadro flatout classics se dedica ao antigomobilismo e aos neocolecionaveis youngtimers estrangeiros e nacionais dos anos 20 ao começo dos anos 2000 carros originais ou preparados ao estilo da epoca sao materias especiais feitas para serem saboreadas como as das classicas revistas que amamos clique aqui para acessar o indice com todas as materias do quadro um sonho comum esta e uma historia comum de um entusiasta comum em busca de um sonho comum ela poderia ter acontecido na sua cidade na sua rua com voce mesmo mas aconteceu com diogo e justamente por isso e uma historia com os pes no chao de como o antigomobilismo real acontece para a maioria das pessoas em 2003 diogo ainda tinha 17 anos mas antevendo o dia em que poderia dirigir legalmente começou a procurar um carro para iniciar a vida sobre rodas entusiasta desde o dia que viu um impala no inicio da adolescencia ele procurou um carro legal e barato acontece que na epoca a febre dos classicos ainda marcava 36 6º entao era relativamente facil encontrar um antigo que cabia no bolso raso dos 17 anos de idade diogo levou para casa uma picape chevrolet 1948 boca de sapo claro a picape nao era o que voce encontraria exposta em araxa mas havia um bom tempo ate o aniversario de 18 anos e outro tanto ate a retirada da cnh entao diogo arrematou o carro pensando em restaura lo a restauraçao ate foi iniciada mas como estamos no brasil um problema na documentaçao acabou inviabilizando a conclusao do projeto o jeito foi procurar outro carro que pudesse ser finalizado e assim diogo chegou a um maverick 1978 ainda durante o processo de restauraçao um amigo com quem diogo negociava peças para o maverick avisou que iria vender seu dodge charger r/t 1976 porque sua esposa nao queria outra lata velha em sua garagem e tambem porque o carro estava parado com o motor aberto em uma oficina sem data para ficar pronto diogo ate esqueceu as peças do maverick em poucos dias ja estava indo a oficina com o amigo para ver o carro ele parecia abandonado com o motor aberto ao leu sob o ceu e o sol estava longe da perfeiçao com pintura fora do padrao original e a esperada corrosao nas caixas de ar o restante do carro contudo estava em excelente estado com a carroceria alinhada sem corrosao e muitos detalhes originais ja o motor estava imprestavel precisaria ser refeito do zero — motivo pelo qual o carro estava a venda diogo percebeu na hora o desafio que teria pela frente mas ele sempre quisera um dodge e a oportunidade estava ali diante de seus olhos e do tamanho de seu bolso foi amor a primeira vista um classico muscle car conta o dodge charger r/t este classico muscle car dispensa apresentaçoes mas fazemos questao de te las projeto originalmente americano o charger r/t brasileiro era cosa nostra como cantava jorge ben e o trio mocoto no ano do lançamento do esportivo diferentemente do charger r/t americano um muscle car full size baseado na b body nosso charger r/t era um dart cupe com colunas c alongadas grafismos esportivos e uma versao de alta potencia do v8 magnum 318 5 2 litros era o mais potente esportivo nacional com 215 cv brutos em uma epoca em que seu maior rival o opala ss tinha 140 cv brutos era algo jamais visto por aqui ate entao em 1973 ele se distanciou do charger e ganhou uma nova dianteira propria inspirada na reestilizaçao de 1971 do charger americano com grade bipartida e farois duplos circulares — visual mantido ate 1979 quando ja em fim de carreira mudou novamente e passou a compartilhar a dianteira e a traseira careta dos luxuosos magnum e le baron porem sempre mantendo o 5 2 de 215 cv brutos em 1980 ainda mais comportado o charger r/t teve sua linha encerrada junto de toda a operaçao local da marca depois que a volkswagen comprou todas as açoes da chrysler do brasil alguns modelos foram fabricados ate 1981 mas ainda no inicio do ano a trajetoria do charger no brasil estava encerrada renegado o fim da marca no brasil somada a instabilidade da economia nacional nos anos 1980 tornou estes grandes dodge carros indesejados para aqueles tempos eram velhos bebiam demais e caros de se manter — afinal a fabricante deixara o pais nos anos 1990 eles afundaram ainda mais com a chegada dos importados e ainda longe do status de classicos em determinada altura da historia eles eram cobaias para experimentos de fundo de quintal que os convertia em picapes ao estilo da chevrolet el camino e ford ranchero de tao pouco que valiam a historia começou a mudar no inicio dos anos 2000 quando a cultura retro alimentada por algumas obras cinematograficas austin powers e 60 segundos por exemplo e o resgate da musica setentista do rock a disco music trouxeram junto o visual dos carros da epoca aos poucos eles foram ganhando valor e se tornando cada vez mais desejados diogo teve sorte de encontrar o seu antes disso oito anos pagando razoavelmente barato em seu charger r/t 1976 ele encarou a restauraçao completa do carro que foi iniciada ali mesmo na oficina em que a interminavel retifica estava sendo realizada ou melhor onde ela tentava ser realizada sob o comando de diogo o processo durou sete meses entre idas e vindas importaçao de peças e montagem e ajuste do motor como voce pode notar nas fotos nao se trata de um motor 100% original porem a preparaçao e tipica dos anos 1970 uma carburaçao mais generosa para entornar combustivel edelbrock 650 coletores mais eficientes e comandos de valvulas condizentes com o fluxo gerado pelo novo conjunto durante os sete meses em que o carro ficou na oficina diogo concluiu a restauraçao do maverick 1978 mesmo com um v8 prontinho na garagem era o inacabado dodge que o empolgava de verdade mesmo antes de chegar ao estado destas fotos a restauraçao contudo nao foi tao rapida como chip foose e edd china fazem parecer na tv ela teve doses cavalares de realidade — uma realidade que todo colecionador/antigomobilista experiente conhece muito bem os processos de restauraçao sao lentos e preciso alocar recursos porque afinal a vida segue apesar daquele carro antigo que voce adotou [gallery type= grid link= file columns= 2 size= large ids= 255845 255826 ] a desmontagem do carro para a restauraçao aconteceu somente depois de um ano da retifica do motor apos um ano resolvi desmonta lo inteiro pois precisava de diversas melhorias na eletrica estofamento suspensao sem falar que nao havia forraçao e quando andava mais que 30 minutos esquentava tanto que parecia um forno conta mal sabia eu que ainda levaria oito anos para ve lo como esta agora completou sim oito anos somente na restauraçao da carroceria foram 18 meses um ano e meio o procedimento correu bem porque diogo ja conhecia o profissional porem a demora se deveu ao fato de ele trabalhar sozinho entre idas e vindas para definir detalhes do carro diogo começou a pensar na cor escolheu o belo amarelo montego um tom discreto como acabou se tornando o apelido do carro etapa concluida a barca foi para o estaleiro de diogo para receber suspensao freios eletrica e os detalhes de acabamento outros bons anos se passaram ali com o carro sobre cavaletes suspensao freios e eletrica foram faceis a coisa começou a apertar na hora de fazer o revestimento da cabine e as peças de acabamento encontrar o vinil do teto nao e tarefa das mais dificeis encontrar o vinil correto contudo e outra conversa ha pouquissimos fornecedores e o preço nao e nada amistoso depois foi a vez de comprar os frisos — todos adquiridos separadamente incluindo as famosas flautas do capo que vieram importadas demorou bem mais do que pensava esta parte cada compra que realizava a espera pelas peças parecia uma eternidade conta [gallery type= grid link= file columns= 2 size= large ids= 255822 255820 255828 255821 ] ao menos dava para se divertido no meio tempo a linha de combustivel foi refeita assim como a troca do tanque por um novo de inox e do distribuidor por um modulo da msd as rodas magnum 500 de 14 polegadas foram substituidas por novas de 15 polegadas voce havia notado algo diferente nao e outras modificaçoes que deixaram o cofre mais limpo — caso do suporte do filtro de ar a coroa do edelbrock feito de aluminio usinado o revestimento do teto e o carpete chegaram importados ao tempo da finalizaçao do couro dos bancos entao diogo pode montar tudo de uma so vez para finalizar ele ainda fez a pintura abaixo do friso da caixa de roda e instalou as faixas laterais pretas mas ainda faltava algo os detalhes do interior o volante de madeira foi feito sob encomenda assim como os pedais e a alavanca e o pomo do cambio todos de aluminio usinado alem disso o carro ainda precisava de seu ar condicionado — outro elemento que consumiu um bom tempo na restauraçao [gallery type= grid link= file columns= 2 size= large ids= 255840 255839 255838 255837 ] o conjunto do radiador e as linhas hidraulicas foram as mais faceis pois podem ser encontradas novas ja a caixa evaporadora foi o que causou a demora pois precisa ser usada e deve ter um estado minimamente aceitavel de conservaçao depois de muita procura uma caixa encontrada em minas gerais — e incansavelmente negociada — foi parar no dodge a recompensa passados os oitos anos a restauraçao ficou pronta em um cenario completamente diferente daquele distante 2006 em que o charger cruzou o caminho de diogo hoje o charger e um carro muito mais valorizado que aquele maverick 1978 na verdade neste periodo diogo teve quatro maverick e ate um segundo dodge mas e este charger que o conquistou de verdade e gratificante o resultado depois de todo trabalho tempo e valores investidos claramente para algumas pessoas nao passa de um carro velho e nao tem valor algum ja para os aficionados passamos horas e horas conversando como conquistar e montar cada peça sabemos o quanto deu trabalho ou quanto foi facil e normalmente as mais raras e mais dificeis dao as mais belas historias explica de fato diogo a construçao de um carro o acompanhamento de toda a gestaçao de um classico que apareceu sem estar nos planos certamente cria um envolvimento semelhante a uma missao e como se o carro tivesse escolhido seu destino — e acabou abraçado e agora concluido como poucos fariam nao poderia ser diferente
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