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Autopia, na Disneylândia, será eletrificada também
A Disneylândia, em Anaheim, Califórnia, é o primeiro parque temático da Disney, e a base que inspirou incontáveis cópias. Inspirou também o destino preferido dazelite brasileiras, o Disney World na Flórida. Mas este parque de diversões mais antigo foi o único projetado e construído sob a supervisão direta de Walt Disney, e foi inaugurado em 17 de julho de 1955.
Uma das pouquíssimas atrações presentes no parque desde o início é o Autopia. Uma pista onde carrinhos a gasolina são dirigidos por adultos e crianças, simulando autoestradas de múltiplas pistas, uma novidade nos EUA de 1955. O freio é acionado quando se solta o acelerador, e um trilho impede que se mude de pista; o carrinho tem para-choques com molas já que pequenas empurradinhas são normais.
Disse Walt Disney em 1955 ao abrir o parque: “Aqui os mais velhos revivem boas memórias do passado, e aqui a juventude pode saborear o desafio e a promessa do futuro.” Talvez nenhuma atração original resumisse melhor esse ideal do que o Autopia. Ofereceu aos visitantes adultos do parque uma sensação infantil de descoberta, ao mesmo tempo que proporcionou a muitos jovens “motoristas” a primeira experiência de dirigir sozinhos. Quem experimentou ainda pequeno, nunca mais esqueceu.
Claro que os carros mudaram muito nesse tempo todo, refletindo o design e tecnologia de cada época; em 1967 pareciam Corvette Sting-Ray, por exemplo. Desde 2016, tem motor Honda (que passou a patrocinar a atração), um monocilíndrico OHV moderno de 270 cm³ com 8,5 cv a 3.600 rpm e 2 mkgf de torque a 2.500 rpm. Tem ignição CDI digital e até certificação CARB e EPA. A Honda dizia em 2016 que o motor era “…um dos melhores do ramo. Desempenho mais silencioso. Menor consumo de combustível. Emissões mais baixas. Desempenho excepcional.”
Agora, de acordo com uma reportagem do Los Angeles Times, depois de quase 70 anos de existência, os carros a gasolina do Autopia estão em vias de extinção. A eletrificação está chegando também até lá.
“À medida que a indústria avança em direção a fontes alternativas de combustível, desenvolvemos um roteiro para eletrificar esta atração e estamos avaliando a tecnologia que nos permitirá converter os motores nos próximos anos”, disse Jessica Good, porta-voz do Disneyland Resort, em um comunicado para o Los Angeles Times.
No momento, não há um cronograma sobre quando os carros Autopia movidos a gasolina serão descontinuados. Também não está claro o que os substituirá. Uma coisa que parece óbvia é que serão elétricos à bateria. Assim, serão também menos barulhentos, já que a Disneylândia atualmente descreve a atração Autopia como “barulhenta”. O mundo novo é realmente admirável. (MAO)
Vendas do Mazda Miata caem nos EUA
Tenho um bom amigo que se mudou para os EUA para trabalhar lá; é um membro da classe média, sem muitos recursos, e demorou vários anos para estabilizar-se financeiramente. Ele, a esposa, e o filho de 18 anos tem hoje em casa dois carros novos: uma picape cabine dupla e um Toyota GR86. Todo mundo nos EUA deveria ser como ele, disso não tenho dúvidas: todo tipo de uso coberto aqui. Deveria ser a garagem padrão, variando apenas a marca e o tamanho da picape, e o GR86, talvez, substituído por um Mazda Miata. Ou um carro esporte antigo para os mais corajosos.
A parte da picape acontece já, mas a do carro esporte, inexplicavelmente não. O GR86 vende bem e constantemente, mas num patamar relativamente baixo ainda. E o Miata, antes o queridinho da América, e o carro-chefe da marca Mazda em termos de significado hoje, parece que está perdendo seu lustre em vendas.
Os números do primeiro trimestre da Mazda nos EUA são uma má notícia. As vendas caíram 45,5% em comparação com o primeiro trimestre de 2023. Apenas 1.411 americanos compraram o Miata de janeiro a março de 2024.
Foi particularmente ruim para a versão com capota de lona, já que a demanda caiu 66%, para 457 unidades, enquanto a RF com capota rígida caiu 23,5%, para 954 unidades. Sim, as entregas de RF foram mais que o dobro do que as do Miata normal, roadster. Bom, pelo menos, há de se dizer que 2023 foi um ano particularmente bom para o carro. Mas não há como negar: está vendendo pouco.
O Miata 2024 é uma revitalização, o “ND3”. vem com algumas alterações mecânicas, incluindo uma nova caixa de direção com atrito interno reduzido e um diferencial de limited slip assimétrico. A direção hidráulica foi ajustada e a versão Club ganhou um modo Track. A geração ND foi lançada em 2015, quase 10 anos atrás, sim; mas hoje, com um dois litros aspirado de 181 cv, continua um carro sensacional. E nem lerdo é: o 0-100 km/h está na casa dos 5 segundos.
O gerente do programa MX-5, Shigeki Saito, diz que o plano é manter o carro à venda pelo maior tempo possível antes de ter que retrabalhar o modelo para atender aos novos legislações de emissão. Este, talvez, seja o último Miata. Se você pode comprar um, altamente recomendado; pode não existir outra chance. (MAO)
Renault Captur revitalizado na Europa
O Renault Captur pode ter acabado por aqui, mas o nome permanece na Europa, em um carro diferente, com missão similar. Lá é um SUV – irmão do Clio. Agora recebe uma atualização, adotando a mais recente linguagem de estilo do fabricante e mais tecnologia dentro da cabine.
O modelo remodelado não tem mais couro nem cromados, em linha com o “compromisso de sustentabilidade da Renault”. A versão “Esprit Alpine” foi adicionada ao topo da linha Captur.
Não há muitas novidades mecânicas, o carro largamente mantendo as opções diversas de versões a gasolina, GLP, híbrido moderado e híbrido completo. Não há opção diesel mais, incrível em um país que já teve metade de sua frota à óleo.
O novo acabamento Esprit Alpine substitui o descontinuado RS-line. Distingue-se visualmente com parachoques ligeiramente diferentes, detalhes em preto brilhante e com rodas de liga leve de 19 polegadas específicas da versão. No interior, apresenta estofamento em tecido sustentável “multitexturizado” em vez de couro, emblemas das bandeiras alpina e francesa, costura azul, inserção azul-cinza no painel e pedais de alumínio. Só estilo, sem alteração mecânica, como o antigo RS-line.
O “cockpit digital” do Captur foi atualizado com um novo painel de instrumentos digital de 10,25 polegadas e uma tela sensível ao toque ligeiramente maior de 10,4 polegadas para o infotainment “OpenR”. Vem com Google integrado rodando no software Android Automotive 12 mais recente. Os ocupantes têm acesso a portas de carregamento USB-C (duas ou quatro), base de carregamento sem fio, iluminação ambiente que se adapta à hora do dia e sistema de áudio Harman Kardon opcional de nove alto-falantes.
Os engenheiros da Renault ajustaram a geometria da suspensão, as características dos amortecedores e a calibração da direção, com o objetivo de “melhorar o prazer de condução”. Além disso, as versões mais potentes estão equipadas com amortecedores totalmente novos, e o Esprit Alpine roda com pneus Michelin 225/45R19 de qualidade superior.
Permanece como era mecanicamente: o básico motor turbo 1.0 litros TCe de três cilindros e 90 cv (ou 100cv com GLP) é acoplado a um transeixo manual de seis velocidades. O mais potente turbo 1.3 litros TCe de quatro cilindros com um sistema híbrido moderado de 48 V produz 140 cv com o mesmo câmbio manual, ou 160 cv quando automático. Alguns mercados também recebem um TCe de 1,3 litros não-híbrido de 155 cv.
A opção mais econômica em combustível é o híbrido E-Tech, com 145 cv combinados: um 1,6 litros aspirado e dois motores elétricos. Mais de 41% dos clientes do Captur na França optam pelo full hybrid. Todo Captur é de tração dianteira.
O Renault Captur 2024 estará disponível nos mercados europeus a partir de abril de 2024. É produzido na fábrica da Renault em Valladolid, em Espanha. O preço será anunciado nas próximas semanas. (MAO)
Theon design faz um 911 Targa
Quase ninguém lembra mais disso, mas no passado, todo entusiasta rejeitava o 911 Targa, por ser mais pesado, e menos rígido estruturalmente, que o cupê com teto. Além de deixar mais água entrar do que é a fama de Chevette. Por isso, era mais barato, o que acabou criando uma subcultura que o comprava pelo baixo preço. Mas tudo isso é passado; 911 não é mais um carro normal para pessoas normais, e mesmo os 912 já custam mais do que o Marajá de Jaipur pagou no seu Rolls-Royce folheado a ouro.
A maioria dos 911 antigos está sendo restaurado e modificado hoje no tema restomod de qualquer forma, a preços ainda mais absurdos. Como este, o primeiro Targa da Theon design inglesa. Chama-se “Comission GBR003” e é na verdade um 964 dos anos 1990 “backdated”, feito para parecer um carro dos anos 1960. Sim, como a Singer.
A penalidade de peso em relação ao cupê é de 60 kg aqui. Ainda assim, é um carro leve aos 1.228 kg. Mais leve que um Toyota GR86, para se colocar em perspectiva. Some isso a um flat-six de quatro litros, arrefecido à ar e aspirado, com seis borboletas individuais de injeção e 409 cv transmitidos via transeixo manual de seis velocidades para as rodas traseiras, e se tem algo sério de verdade.
A Theon diz que corrigiu os problemas de rigidez da carroceria aplicando um reforço de fibra de carbono ao assoalho que é criado pela adição de duas ‘banheiras’ de carbono pré-impregnado e honeycomb de Nomex no meio, ao piso de metal existente.
Os painéis da carroceria também são de carbono e, neste caso, com acabamento em azul pastel, com letras contrastantes “Porsche” na parte inferior das portas também em carbono. Naturalmente, o painel removível do teto Targa, que é propenso ao ruído de vento e vazamentos de água em carros mais antigos, também recebeu uma reforma para parar de fazer isso. O padrão de acabamento é similar aos Singer, perfeito em todos os detalhes.
A empresa não divulgou quanto o comprador pagou por este primeiro Targa. Mas a empresa nunca fez um 911 por menos de £ 515 mil (R$ 3.285.700), então sabemos o que esperar. Se você achou caro, veja bem: este valor é fora o custo do carro original onde é baseado, que hoje em dia, sabemos, não será pouco, mesmo partindo de um escombro. Algum carro vale isso tudo? Aparentemente, hoje, o mundo responde um veemente sim! (MAO)