tudo o que os franceses fazem e feito com charme os detalhes por outro lado parecem menos importantes para eles do que o efeito geral pois o que realmente conta e o ambiance a mensagem que passa o ambiente que cria a tendencia natural dos alemaes e buscar a perfeiçao o que e diametralmente oposto a abordagem francesa mesmo nos hoteis franceses de primeira classe o nivel qualitativo geral empalidece quando comparado com os hoteis alemaes as portas sao um pouco mais finas as maçanetas costumam ser um pouco instaveis os quartos sao decorados com bom gosto mas a mobilia costuma estar um tanto gasta apesar disso os quartos exalam tanto charme que todas essas imperfeiçoes tendem a desaparecer por tras do ambiente de elegancia antiga na verdade esse ambiance e o que os franceses colocam acima de tudo quanto a decadencia aristocratica eles simplesmente nao a percebem patrick le quement nao e a toa que os franceses entao encaram o automovel de uma forma totalmente diferente dos alemaes e de todos os outros povos na verdade agressividade e alta potencia nao sao o seu metier definitivamente embora existam carros franceses velozes e agressivos um mercedes amg ou um dodge hellcat definitivamente nao poderiam vir da frança nao os franceses primeiro prezam o conforto e a eficiencia da maquina em sua funçao basica de transportar conforto e baixo consumo depois gostam de declaraçoes intelectuais e artisticas independentes seja no estilo seja na engenharia sao facilmente entediados por soluçoes corriqueiras e por ultimo lugar embora definitivamente nao em importancia os franceses precisam que seus carros tenham uma qualidade dificil de obter e mais dificil ainda de definir o charme pedindo ajuda de novo a le quement a beleza nao e charme e o inverso tambem e verdadeiro a beleza pode ser alcançada aplicando cuidadosamente as varias regras do bom design começando com a adoçao da regra de ouro buscando proporçoes perfeitamente equilibradas bem como todos os outros itens presentes no check list do designer profissional a beleza e julgada como uma qualidade geral charme por outro lado nao tem regra alguma a ser seguida nenhum procedimento para ser atingida tem a ver com encantar o observador criando uma atmosfera encantada o tal ambiance para alguns isso so pode ser feito por pessoas com poderes magicos uma qualidade importante se dificil de obter ainda mais hoje nao e com malvados gigantes cuspidores de fogo que o publico atual de automoveis vai se apaixonar nao ha nem muito lugar onde exercitar essa furia por exemplo mas divago; o fato e que o carro realmente frances e algo muito diferente um grande exemplo e o citroen 2cv feio simples lerdo feito o caracol que parece ter inspirado seu desenho mas ainda assim grande por dentro confortavel economico e original um carro que nao deveria ser considerado por ninguem olhando somente o que e e o que faz mas que e universalmente adorado por ter de sobra o tal do charme frances seria o maior expoente do jeito gaules de fazer automoveis se nao fosse um carro contemporaneo ainda mais frances que ele se bem mais desconhecido o panhard dyna gregoire e o aluminio frances nossa historia começa com um dos grandes pioneiros desconhecidos do automovel o frances jean albert gregoire sua principal e mais duradoura contribuiçao nao e um automovel em si apesar de ter projetado alguns deles; e um componente importante que permitiu o aparecimento da traçao dianteira a junta homocinetica [caption id= attachment_294127 align= aligncenter width= 999 ] gregoire nos anos 1950 com a maquete do hotchkiss gregoire[/caption] a junta homocinetica de gregoire chamada de tracta nao e usada ate hoje eventualmente sendo substituida pelo desenho de alfred rzeppa com esferas em pistas mas foi o primeiro o sistema que permitiu o aparecimento de todos os pioneiros neste campo de dkw a citroen mas gregoire queria mais que apenas isso procurava avançar o estado da arte do automovel se dedicando a uma serie de inovaçoes em construçao trabalhando sempre independentemente como um consultor o amilcar compound de 1938 era a primeira vez que essas ideias apareciam de forma completa um chassi inovador em uma enorme peça de liga de aluminio fundida fazia o curvao e o assoalho chegando ate na traseira ao ponto de montagem da suspensao independente por braço arrastado e barras de torçao que ocupavam minimo espaço na dianteira motor cambio semieixos rodas e suspensao independente eram um bloco montado em balanço no curvao com traçao dianteira juntas tracta e direçao por pinhao e cremalheira extremamente inovador mas nao teve oportunidade de se provar no mercado a guerra interveio proximo do fim do conflito gregoire e contratado pela l aluminium français uma companhia interessada em avançar o uso do aluminio em automoveis o carro que projeta para ela levava seu conceito basico para um automovel pequeno e barato para o pos guerra nasce o carro conhecido como aluminium francais gregoire afg como o amilcar tinha um chassi de liga de aluminio fundido e traçao dianteira; o motor agora era um dois cilindros contraposto de 600cm3 e 12 cv pesando apenas 400kg quando a guerra acaba o prototipo e mostrado ao governo frances que fica interessado em achar um fabricante para ele [caption id= attachment_294124 align= aligncenter width= 999 ] o afg aluminio[/caption] entra em cena uma das mais antigas fabricas de automovel do mundo e certamente a primeira francesa a societe des anciens etablissements panhard et levassor rene panhard e emile levassor produziam automoveis em sua fabrica de paris desde 1887; era a empresa que inventara o que se chama hoje sistema panhard radiador motor cambio carda e eixo traseiro trator enfileirados a base evolutiva do automovel mas no periodo imediatamente pos guerra se ve em uma situaçao complicada no pre guerra seus carros de luxo ja faziam pouco sucesso sem chance de serem retomados na nova realidade francesa de qualquer forma o plano de reconstruçao da industria o plano pons visava apenas a fabricaçao de carros para o povo baratos; em pouco tempo bugatti deleahaye talbot e outros seriam coisa do passado apenas a citroen continuava fazendo carros grandes ainda que nada aristocraticos [caption id= attachment_294155 align= aligncenter width= 999 ] panhard dinamique 1938 direçao central e a prova de vendas [/caption] paul panhard sobrinho do fundador e presidente da empresa cede imediatamente ao plano estatal; traz para sua empresa o afg para avaliaçao mas seus engenheiros louis bionier e louis delagarde resolvem que embora o conceito basico fosse viavel a execuçao deixava a desejar a panhard ia reprojetar o carro inteiro sem ajuda de gregoire ou da l aluminium français claro que o orgulhoso gregoire nao gostou nada disso; mais tarde processaria a panhard por roubo intelectual e ganharia mas de qualquer forma a partir deste ponto gregoire some dessa historia para continuar tentando vender seus projetos a outros fabricantes o panhard dyna o carro final era obviamente derivado do afg mas ao mesmo tempo diferente o basico era muito parecido seguindo os conceitos basicos de gregoire mas no detalhe era muito mais bem projetado segundo experiencia da panhard [caption id= attachment_294145 align= aligncenter width= 999 ] panhard dyna x 1946[/caption] o motor por exemplo ainda era um dois cilindros contraposto refrigerado a ar mas era muito mais interessante no detalhe o cabeçote e o cilindro eram uma peça so insertado na carcaça do virabrequim as camaras de combustao eram hemisfericas valvulas opostas operadas por balancins e varetas comandadas por um comando debaixo do virabrequim para manter o motor menos largo as molas de valvulas eram barras de torçao o virabrequim era desmontavel com mancais roletados como um bugatti como dizia a propaganda da empresa todoo conjunto motriz inclusive a suspensao independente por dois feixes de molas transversais e a direçao por pinhao e cremalheira era fixado em balanço no curvao de aluminio fundido e a carroceria de quatro portas tambem era em aluminio os freios a tambor tinham tambem panelas de aluminio aletadas que ficavam expostas as rodas eram finos aros apenas aparafusadas a periferia desses tambores grandes era realmente um afg em conceito mas feito com cuidado e sem nenhuma peça em comum o motor desenhado por delagarde era uma pequena joia que girava livre como se nao fosse parar nunca lançado ao fim de 1945 como modelo 1946 inicialmente tinha 610cm3 e 24cv para que em um carro de 550kg chegava a 100km/h sua potencia fiscal era de 3cv; acima do famoso citroen 2cv que seria lançado em 1948 com 425cm3 pense num 2cv mais potente e solido que nao erra muito o dyna 120 120 significando sua velocidade maxima de 1950 subia o deslocamento para 750cm3 33cv e 4cv de potencia fiscal era um concorrente do renault 4cv rabo quente agora em 1952 outro aumento 850cm3 e ate 42cv no dyna 130 sprint pode parecer pouco mas entre os carros pequenos franceses era decididamente o carro esporte dyna z e a citroen [caption id= attachment_294149 align= aligncenter width= 960 ] dyna z 1954[/caption] em 1954 a panhard se livra do inteligente mas caro chassi de aluminio fundido de gregoire com um novo carro o dyna z uma nova carroceria aerodinamica aparecia agora em um monobloco ainda em aluminio mas agora baseado em chapa estampada e soldada como um carro atual o aluminio duraria so um ano porem em 1955 reverteria para chapa de aço estampado para reduzir o preço final de venda o carro de 1954 pesava 670kg; o carro em aço dali em diante 820kg o novo carro era espaçoso por dentro e e um sucesso imediato mas nao sem suas criticas; os franceses diziam que nao dava para saber se o carro estava indo ou vindo parecendo totalmente simetrico tambem diziam que ele parecia estar segurando o farol de neblina no meio dos labios feito um cigarro gauloises era bem maior que o dyna x agora media 4570mm num entre eixos de 2570mm 3820 e 2130mm no x e com isso cabia melhor na faixa de preço em que se inseria o motor agora era bem isolado e nao transmitia mais vibraçao para a cabine abandonando o sistema pendurado adiante do dyna x mas ainda apenas 5 parafusos eram necessarios para desmontar a mecanica inteira na frente curiosamente os coxins dianteiros do motor eram fixos ao tubo de escapamento bem na saida do cabeçote aparecia tambem o dyna z tigre a versao mais potente com tecido dos bancos imitando pele de tigre e 50cv a 6000rpm no motor de 851cm3 com o novo desenho aerodinamico e relaçoes mais longas chegava a 145km/h e mantinha facilmente 120km/h na estrada fazendo 18 km/l este desempenho brilhante para sua cilindrada era mais veloz que os vw que usavam motores bem maiores e o dobro de cilindros os fez terem uma carreira longa em competiçoes; durante os anos 1950 ganharam inumeras vezes as categorias ate 750cm3 em le mans com os carros de corrida db a db tambem teve sucesso com monopostos de formula junior usando motores panhard o dyna z podia receber carrocerias perua picape furgao duas portas e conversivel foi um sucesso de vendas subindo a produçao da empresa para a casa dos 30 mil veiculos/ano mas ainda assim sem uma organizaçao de exportaçao de veiculos e com uma rede de concessionarios cada vez menor a empresa acaba por começar uma colaboraçao com a citroen entao em franca expansao em 1955 a citroen compra 25% das açoes da panhard e começa a produzir furgoes 2cv na fabrica da panhard os carros da marca passam a ser vendidos e mantidos pelos concessionarios citroen mundo afora obviamente e um acordo vantajoso mas como sempre nada perfeito o desenvolvimento dos panhard fica condicionado a linha da citroen que nao desejava concorrencia em 1967 a citroen se tornava dona da empresa e fechava sua produçao; nao muito tempo depois aparece o citroen gs bem na faixa de mercado em que atuava a panhard os dois modelos da marca ao fim em 1967 eram o apice da marca o seda pl17 era um facelift de 1959 no dyna z sua sigla significando panhard et levassor e o numero 17 5+6+6 5cv fiscais 6 passageiros 6 litros de combustivel a cada 100 km de consumo mas a estrela ali era o belo cupe 24 ct/bt entre eixos curto e longo um carro de 858cm3 que na versao tigre dava 60cv e uma velocidade maxima de 160 km/h reais lerdo e esquisito para um alemao talvez para entender algo assim e admira lo e necessario primeiro andar num nao ha nada parecido ai fora mas qualquer um com um pouco de sensibilidade pode ver que esses ultimos produtos da mais antiga fabrica francesa transbordam daquela que e a mais francesas das qualidades automobilisticas o charme
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