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É assim que anda um Gurgel Supermini com motor de Suzuki Bandit 600

Você deve lembrar da história de Joselito Tridapalli, mais conhecido como Joselito Fotógrafo, e de seu Gurgel Supermini. Joselito é um verdadeiro petrolhead que mora em Brusque, SC, e decidiu colocar um motor de moto em um Gurgel Supermini. Talvez ele ainda não tivesse noção mas, quando teve esta ideia, sem querer estava criando um dos project cars mais incríveis do Brasil.

Falamos do projeto pela primeira vez em maio de 2016 e, de lá para cá, as coisas já avançaram bastante. Joselito diz que agora o carro já está praticamente pronto. O plano a partir de agora é simples: acertar alguns detalhes e pintar o carro. E, neste meio tempo, “andar um monte”, como o próprio Joselito diz.

Há poucos dias, ele publicou em seu canal no Youtube um novo vídeo, dando detalhes da adaptação e mostrando como o carro anda. Spoiler: anda muito!

O primeiro shakedown no carro foi realizado há cerca de quatro meses, mas agora o Supermini com motor 600 já está bem melhor acertado e Joselito o leva para as ruas sempre que possível. E é impossível sair com ele sem chamar a atenção. Em quase todo semáforo alguém pergunta que motor o Gurgel está usando e, claro, pede para ouvi-lo acelerando. Joselito instalou uma válvula no sistema de escape e, manualmente, pode desviar o fluxo para o abafador ou pelo cano direto. É entretenimento garantido para quem dirige e para quem observa.

Estamos falando de um motor todo feito de alumínio, com comando duplo no cabeçote, quatro carburadores e capacidade de girar a até 12.000 rpm. A potência máxima é de 80 cv a 10.100 rpm, com torque de 6 mkgf a 7.800 rpm. É força o bastante para levar a Suzuki Bandit 600, que pesa pouco mais de 200 kg, até os 100 km/h em cerca de quatro segundos, com máxima superior aos 200 km/h.

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O principal objetivo de Joselito com seu projeto era conseguir um carro pequeno e leve, que pudesse aproveitar ao máximo a capacidade do motor. Como já comentamos aqui, a ideia inicial era comprar um Smart, mas o preço mais elevado, mesmo dos carros com problemas no motor, tornou a escolha inviável. O Gurgel foi a próxima alternativa: mais acessível, de adaptação menos trabalhosa, ainda menor e mais leve e, por fim, 100% brasileiro – algo que, no fim das contas, torna o projeto ainda mais exclusivo. É praticamente impossível fazer outro igual lá fora.

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Por esta mesma razão, Joselito precisou projetar tudo sozinho, sem utilizar outros projetos como referência. Encontrar a melhor forma de adaptar os diversos sistemas do carro foi um desafio e tanto – começando pelo posicionamento exato do conjunto mecânico. Agora, o Gurgel tem motor central-traseiro, no lugar dos bancos, isolado por uma parede corta-fogo de policarbonato. A transmissão sequencial de seis marchas da moto leva a força para o diferencial traseiro através de correntes, e é atuada por uma alavanca que fica no console central. Há um indicador digital de marchas no painel, facilitando as coisas para quem não está acostumado com um arranjo tão diferente.

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A aceleração é feita pelo pedal ou por um manete na alavanca de câmbio, que também concentra o botão start-stop. A embreagem tem acionamento hidráulico.

Os freios trazem discos perfurados nas quatro rodas, com pinças de Gol na dianteira e de Focus na traseira. A suspensão, por sua vez, usa amortecedores e molas com pressão e dimensões sob medida para o projeto, da STA Suspensões.

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O painel de instrumentos recebeu algumas modificações bem interessantes, com um cluster digital universal, um conta-giros analógico que marca 14.000 rpm e alto-falantes de computador no lugar das saídas de ar (para manter o peso baixo mesmo com rádio). Os bancos utilizam as armações originais, mas tiveram a espuma e o revestimento recuperados. O visual é rústico, mas é evidente que tudo foi feito com capricho, e que nada foi escolhido ao acaso.

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Detalhe para o tanque de combustível adicional com torneira, a fim de despressurizar o fluxo para os carburadores

Redução de peso também foi um aspecto importante no projeto. Assim, as portas perderam os revestimentos internos e os mecanismos de atuação dos vidros; o estepe de tamanho normal deu lugar a um temporário, feito com roda e pneu de moto; e diversos outros detalhes que parecem insignificantes foram incorporados: uma vareta de alumínio para travar o capô; faróis com lentes de plástico em vez de vidro (diminuindo seu peso pela metade) e até um pote de maionese no lugar do reservatório original do lavador de para-brisa. Com isto, Joselito conseguiu chegar aos 590 kg. Originalmente, o Gurgel Supermini pesa 667 kg. O objetivo é enxugar ainda mais e atingir os 450 kg, o que é bem interessante quando se trata de um carro de rua.

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Joselito optou por encurtar as relações do câmbio para uso urbano – especialmente a primeira marcha, que originalmente é bastante longa. Ele diz que, com isto, o Gurgel ficou muito ágil, com uma bela arrancada (0-100 km/h “no tempo suficiente”, segundo ele) e máxima de cerca de 140 km/h. Em um carro tão pequeno e leve, talvez nem seja necessário ir mais rápido que isto para ficar com um sorriso de orelha a orelha estampado no rosto.

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E, claro, para chamar a atenção em eventos

Com o carro quase pronto, Joselito – que já teve outros projetos bem interessantes, como um Chevette com motor seis-cilindros de Opala, um Maverick com motor V8 e um ônibus Mercedes-Benz motorhome – já está pensando na próxima “dor de cabeça”. E, desta vez, será uma moto. Parece que ele pegou gosto pela coisa!