Se você acompanhou o FlatOut no último domingo (22), deve ter visto a 73ª edição do Goodwood Members Meeting, ou simplesmente 73MM. Também deve saber que o evento trouxe a maior reunião de McLaren F1 GTR já realizada, com dezesseis exemplares da versão de competição de um dos carros de rua mais incríveis do passado, do presente e, certamente, do futuro. E como foi?
Assim:
Além destes registros, Marchettino, o italiano que é conhecido por postar vídeos inacreditáveis de carros mais do que exclusivos em seu canal no YouTube, foi um dos sortudos que tiveram acesso ao paddock onde os F1 GTR ficaram pouco antes de partir para o circuito. E, claro, ele filmou tudo — afinal, não dá para ficar tão perto de nada menos que 16 exemplares de um carro de corrida do qual existem apenas 28 e não guardar o momento para a posteridade.
Veja também o registro feito pela própria McLaren, incluindo um onboard!
Não é difícil entender porque o McLaren F1 GTR causa tanta comoção. Ele é simplesmente a versão de corridas daquele que é considerado por muita gente o carro de rua mais incrível já feito, equipado com um V12 de 6,1 litros aspirado que entrega 600 cv e produz um dos roncos mais viscerais reconhecidos pelo ouvido humano.
Com deslocamento ampliado para 6,1 litros, bloco e cabeçote de alumínio, quatro válvulas por cilindro, comandos variáveis e injeção multiponto sequencial, o motor da versão de rua entrega 636 cv a 7.400 rpm e 66,4 mkgf de torque a 5.600 rpm. A versão de competição foi desenvolvida dois anos depois do lançamento do McLaren F1, em 1994, para o BPR Global GT, que foi inaugurado pela FIA naquele ano.
Gordon Murray não queria que o F1 virasse um carro de corrida, dizendo que sua ideia era criar o melhor esportivo de todos os tempos e não um vencedor nas pistas, mas acabou cedendo depois de ser pressionado por diversas equipes independentes. A primeira providência foi instalar restritores de ar nos coletores de admissão, limitando a potência do motor a 600 cv para ficar de acordo com as regras da FIA. Os carros também receberam freios de carbono-cerâmica, gaiola de proteção, entradas de ar adicionais e uma asa traseira ajustável — só isto, na verdade. Até o câmbio é original. Apesar de menos potente, o F1 GTR é mais ágil e mais rápido em um circuito, pois é mais leve e tem aerodinâmica aprimorada.
Depois de conquistar algumas vitórias importantes em sua carreira — incluindo uma vitória nas 24 Horas de Le Mans em 1995, os 28 carros produzidos em especificação de competição participam regularmente de eventos históricos pelo mundo. Nunca, porém, tantos deles estiveram juntos como aconteceu no Members Meeting de Goodwood neste fim de semana. A galeria abaixo dá uma bela ideia.
Em vez de competir pela melhor posição, os carros deram voltas em alta velocidade pelo Circuito de Goodwood em uma “demonstração de alta velocidade” que durou dez minutos. Trata-se de um traçado de 3,8 km com sete curvas principais, que já foi usado até pela Fórmula 1 na década de 1950, ainda que as corridas não fizessem parte da briga pelo título. Depois de fechar as portas para competições em 1966, o Circuito de Goodwood se tornou tradicional palco de eventos históricos.