e algo totalmente subjetivo o ato de poder controlar a traseira com o acelerador e a frente com direçao e freio faz um carro de traçao traseira com boa distribuiçao de peso uma unanimidade entre quem gosta de dirigir nao e a toa tambem que todo carro de corrida serio de verdade como um formula 1 tem traçao traseira junto com uma distribuiçao de massa bem feita a traçao traseira ainda faz os melhores carros dinamicamente por isso carros esporte de traçao dianteira sao sempre vistos com certa desconfiança de cara tem todos os sinais de algo feito com um olho no financeiro e empresarial mais e acima de um comportamento dinamico superlativo e como um bom comportamento dinamico e premissa basica de um carro esporte traçao dianteira meio que estraga o proposito da coisa toda assim durante muito tempo traçao dianteira era anatema de esportividade mesmo que varios carros de corrida de traçao dianteira teimassem em aparecer de tempos em tempos desde os monstros de walter christie na pre historia do automovel mas de 1930 ate 1965 alguns alemaes de dois tempos seguidos de franceses malucos depois uma turma de suecos esquisitos existe outro tipo e por fim um cavalheiro ingles de ascendencia greco germanica auxiliado por um garagista chamado cooper mudam completamente isso este povo todo com seus dkw s e traction avants incapotaveis seus saab e seus mini cooper vencendo ralis mudam a imagem da traçao dianteira completamente claro que ainda se sabia que para maximo desempenho se precisava de traçao traseira mas ainda assim mostrou se que traçao dianteira tambem podia ser veloz e divertida principalmente nas ruas e estradas fora das pistas ate hoje isto e uma verdade fora dos ambientes controlados das pistas fechadas repetidamente os carros de traçao dianteira com seu comportamento previsivel e benigno se tornam praticamente invenciveis o mundo real tem cachorros atravessando a rua de repente poças d`agua enormes inesperadas buracos inesperados ruas estreitas que de repente se estreitam mais ainda ruas sao truncadas cheias de esquinas curvas fechadas e sem muito espaço para altas velocidades neste ambiente no meio de estradas de mao dupla truncadas cidades no mundo real um bom carro de traçao dianteira e um adversario a altura de qualquer supercarro hoje e super comum carros esportivos de traçao dianteira claro mas carros esporte de dois lugares e roadsters nem tanto de novo porque sao vistos com certa desconfiança com todos os sinais de algo feito com um olho no financeiro e empresarial mais e acima de um comportamento dinamico superlativo e isso meio que estraga o proposito da coisa toda aceitamos versoes quentes de hatchbacks por exemplo mas nao roadsters e carros esporte baseados nele por cheirarem a fraude sim somos um bando de gente esquisita carro esporte afinal de contas e uma forma de arte tambem a sua filosofia proposito e mensagem intelectual sao importantes mas durante os anos 1980 e o inicio dos 1990 a industria nao sabia disso com o progresso e universalizaçao do sistema de giacosa de traçao dianteira em todo carro de lata produçao imaginou poder criar carros esporte baseados neles mas todos eles nao tiveram o sucesso esperado ao contrario por exemplo do mazda miata que voltando ao esquema tradicional de carro esporte fez um sucesso tremendo e continua em produçao nem carros com a mecanica dos fwd colocada atras como o fiat x1/9 e o toyota mr2 fizeram tanto sucesso quanto o miata tem uma mensagem ai em algum lugar tenho certeza mas nenhum desses fracassos foi mais lamentavel que a tentativa da lotus um projeto longo procrastinado mas cheio de esperanças que se tornou um imenso fracasso mas um fracasso com um fim surpreendente novo elan uma ideia persistente o primeiro elan de 1962 e o mais amado lotus de rua da historia sim a marca tem uma infinidade de carros lendarios mas este minusculo roadster com motor ford 1 5/1 6 litros dianteiro com cabeçote lotus dohc e pesando apenas 680 kg e o verdadeiro pinaculo do carro esporte ingles quando inevitavelmente foi descontinuado em 1973 nao teve um descendente direto fruto do desejo de colin chapman de mover a lotus para mercados mais sofisticados com carros maiores e mais equipados vendidos a preços mais altos [caption id= attachment_272923 align= aligncenter width= 999 ] elan original de 1962[/caption] mas em 1981 e convencido pelos seus engenheiros que um novo elan um carro barato de entrada com o espirito do elan original mas mecanica moderna era exatamente o que a lotus precisava para aquecer o fluxo de caixa chapman topa o novo projeto desde que usasse uma mecanica comprada de alta produçao nada de motor lotus ou o preço de venda seria inviavel eventualmente encontram um parceiro na toyota que estava justamente desenvolvendo um motor perfeito para esta aplicaçao junto com a yamaha o quatro em linha dohc 16v que eventualmente se chamaria 4a ge este motor se tornaria famoso depois no corolla ae86 e no primeiro mr2 o projeto na lotus se inicia com a sigla m90 um carro de motor dianteiro e traçao traseira que previa uma versao dois litros tambem no futuro mas o acaso intervem em 1982 chapman tragicamente morre de infarto deixando atras de si um completo caos financeiro na empresa o projeto para completamente e so volta a andar novamente quase um ano depois em novembro de 1983 um prototipo e completado em março de 1984 mas dois anos tinham se passado e a empresa era outra agora com david wickens como o principal acionista o antigo estilo aprovado por chapman teria que ser mudado para ficar mais em linha com o futuro da lotus exemplificado com o conceito etna de 1984 o supercarro v8 que acabaria nunca lançado [caption id= attachment_272925 align= aligncenter width= 999 ] lotus etna o supercarro v8 que nunca aconteceu[/caption] mas de qualquer forma wickens da um novo nome ao projeto x100 e comissiona um novo desenho de carroceria no inicio de 1985 de novo se encontrava adiantado com nova carroceria em versoes cupe e roadster mas a toyota havia perdido o interesse provavelmente por ja ter seus proprios carros esporte pequenos na forma do ae86 e o mr2 o projeto entra num limbo sem mecanica definida e começa se a estudar adapta lo para um motor transversal dianteiro e traçao idem parecia ser o caminho certo na epoca e desta forma uma serie de fornecedores de motor e cambio eram possiveis quando 1986 chega porem a lotus tem um novo dono a general motors americana mais uma vez o projeto e cancelado mas a ideia nao morre mike kimberley novo ceo recomeça tudo a partir do zero encomendando o desenho da carroceria para peter stevens depois famoso pelo mclaren f1 e especificando um chassi para traçao dianteira e carroceria roadster apenas o projeto e aprovado em novembro de 1986 codinome m100 [caption id= attachment_272926 align= aligncenter width= 999 ] x100 na familia do etna [/caption] em fevereiro de 1987 claramente com ajuda da gm a lotus fecha um acordo de fornecimento de motor e cambio com a isuzu japonesa velha parceira da general motors na terra do sol nascente o motor nao existia entao mas estava em desenvolvimento um novo e moderno quatro em linha dohc em versoes aspirada e turbo com financiamento da gm um fornecimento de motor e cambio garantido e um cronograma para lançamento ao fim de 1989 definido finalmente o projeto iria realmente adiante pouco diferente do que fora aprovado por chapman seis anos antes o elan m100 lançado na europa ao fim de 1989 como ano/modelo 1990 o novo lotus elan era um novo paradigma de esportividade em traçao dianteira praticamente desde o dia de seu lançamento tinha que ser os puristas obviamente so seriam convencidos da viabilidade de um lotus de traçao dianteira se fosse algo realmente excepcional [caption id= attachment_272934 align= aligncenter width= 999 ] o desenho de stevens para o m100[/caption] diferente de todo lotus antes dele o elan m100 se beneficiava dos metodos e know how de validaçao de produto da gm testes extensivos de durabilidade e desenvolvimento em todo tipo de condiçao climatica e de terreno validaçao cuidadosa de componentes e subsistemas e metodo de eliminaçao de problemas antes disso como todos sabem os clientes faziam este trabalho para a lotus era um produto moderno evidenciado pela traçao dianteira e o avançado motor japones mas tambem um que mantinha as melhores tradiçoes lotus de leveza e estabilidade somado com a confiabilidade de um produto gm tinha tudo para dar certo o motor isuzu era um quatro em linha transversal com um compacto bloco de ferro fundido 80 x 79mm de diametro e curso para um total de 1588 cm3 o cabeçote de aluminio tinha dois comandos de valvulas acionados por correia dentada e comandavam quatro valvulas por cilindro por meio de tuchos hidraulicos com vela central numa camara de combustao triangular pentroof injeçao multi ponto e igniçao sem distribuidor completavam a especificaçao moderna a versao turbo se vinha tambem com um turbocompressor ihi rhb52tw com valvula de alivio integral e pressao maxima de 9 4 psi a versao aspirada dava 130 hp a 7200 rpm corte a 7500rpm e 14 5 mkgf a 4200 rpm e a turbo 165 hp a 6600 rpm corte a 7000 rpm e 20 5 mkgf a 4200 rpm este motor foi usado tambem nos isuzu impulse mas tinha um sistema de injeçao e calibraçao totalmente diferente a lotus fez sua propria calibraçao e desenvolvimento o cambio era manual com cinco marchas tambem isuzu com comando por cabos e traçao dianteira a estrutura e carroceria eram classico lotus levado aos anos 1990 apesar dos metodos de produçao da carroceria em resina poliester com fibra de vidro serem mais modernos e influenciados pela experiencia da gm com o pontiac fiero ainda era no metodo de cura a baixa temperatura e resina transferida por vacuo tradicional em hethel o chassi tambem era puro lotus modernizado agora tratado para evitar corrosao mas ainda uma espinha dorsal de chapa soldada em caixa com um y em cada extremidade mas sendo o elan um roadster mais reforços foram necessarios na soleira de porta curvao e parabrisa um chassi rigido e base de uma suspensao boa e a lotus nao brincou aqui a suspensao dianteira era por meio de duplo a sobreposto montado em subchassi com movimento longitudinal controlado e mola/amortecedor concentricos coilovers e barra estabilizadora a traseira era por meio de um braço a inferior largo um link superior e torre com mola/amortecedor concentricos coilovers mais barra estabilizadora freios a disco ventilado de 256 mm na frente e disco solido traseiro de 236 mm sem abs ainda era considerado antidoto a esportividade alem de caro demais a direçao com pinhao e cremalheira tinha assistencia hidraulica pneus 205/50 zr 15 michelin mxx2 em rodas de aluminio exclusivas completavam a especificaçao era um carro curto e largo atarracado como um buldogue e com entre eixos generoso a roda traseira quase querendo passar do para choque traseiro 3803 mm de comprimento num entre eixos de 2250 mm pesando apenas 997 kg o desempenho era excelente o turbo fazia o 0 96 km/h em 6 7 segundos 7 5 sem turbo e chegava a 220 km/h 196 km/h sem turbo era tambem como se pode esperar um novo padrao para desempenho em curvas com traçao dianteira a revista autocar disse no lançamento que em estradas normais de a para b nao existia carro mais rapido que o novo elan nada em 1991 aparecia a versao americana com duplo airbag mais comprida em 70mm para choques e com diferente regulagem de suspensao os pneus eram especiais goodyear aro 16 desenvolvidos especialmente para o elan e dizem excepcionais em aderencia pesava tambem bem mais 1127 kg era um carro esporte diferente realmente era sim quase imbativel nas ruas e estradas do mundo real mas tambem era muito pouco esportivo a suspensao era quase de luxo sem a rapidez e dureza normais deste tipo de carro estava mais para jaguar que para esprit mesmo assim a aderencia e controle eram absolutos ainda que a sensibilidade da direçao nao fosse das melhores segundo as publicaçoes de epoca o motor era suave e forte linear sem quase nenhum lag e muito mais civilizado que nos isuzu fruto da coxinizaçao e calibraçao lotus mas o cambio tinha comando vago e de curso muito grande universalmente odiado os cabos parecem elastico disse uma revista americana no todo seria um carro sensacional se nao fossem os varios concorrentes japoneses que apareceram junto com ele o toyota mr2 tinha um motor alegre girador um cambio de acionamento sublime e o balanço divertido do motor central traseiro o mazda miata era um elan muito melhor que o proprio elan m100 com motor dianteiro e traçao traseira 1 6 litros aspirado leve e minusculo era uma reediçao do elan original de 1962 e a alavanca de cambio tambem tinha um acionamento sublime mas seu desempenho era melhor em retas ou curvas entao mesmo assim ainda teria chance de sucesso se nao fosse um pequeno detalhe o preço concorria nao com estes esportivos baratos mas sim com corvettes e nissan 300zx ao redor dos u$40 000 00 dolares nos eua simplesmente fora de sua faixa sem conquistar nem os fas da marca que repudiaram um lotus de traçao dianteira foi um fracasso total se imaginava vender 1000 por ano nos eua mas apenas 559 foram vendidos no total naquele pais a sensibilidade fiscal da gm e aguçada e ao notar que o programa era fortemente deficitario em 1992 acaba a produçao com apenas um total de 3855 carros produzidos e o elan morre mas nao por muito tempo renascimento em 1993 a lotus tem um novo dono romano artioli o arquiteto do primeiro renascimento da bugatti com o eb110 artioli ao tomar posse da lotus descobre que existiam nada menos que 800 pacotes de motor/cambio isuzu turbo ainda em estoque artioli ganhou isso a custo zero; com rodas novas e um pequeno redesenho aparece o elan s2 em 1994 uma ediçao limitada claro de 800 unidades um lucro bem consideravel vem da inteligente operaçao mas nao foi o unico o elan depois de morrer em 1992 renascer como s2 em 1994 e morrer de novo parecia finalmente enterrado para sempre mas nao o esperto artioli faz do elan o zumbi mais ativo da historia moderna vendendo todo ferramental e direitos do carro para a kia na coreia o kia elan aparece no mercado local em 1996 com lanternas traseiras diferentes e o motor kia 1 8 dohc de 151 hp e vendido depois em mais alguns mercados como japao e parece ate argentina pouco mais de mil deles sao produzidos ate 1999 quando finalmente morre definitivamente ou pelo menos assim se espera com o m100 nunca se sabe [caption id= attachment_272945 align= aligncenter width= 999 ] o kia elan[/caption] mas o fato e que o lucro das duas operaçoes a venda dos 800 elan s2 e a venda do ferramental e direitos para a kia faz um dinheirinho bom para artioli que como bom entusiasta que e reinveste tudo na lotus o sofridos engenheiros da marca queriam fazer um novo carro esporte barato mas superleve e de motor central traseiro um lotus de verdade o lucro do fim do elan entao financia este projeto lançado em 1996 com o nome da neta de artioli lotus elise [caption id= attachment_272948 align= aligncenter width= 999 ] lotus elise[/caption] ainda em produçao hoje este minimalista e excepcional elise salva a lotus de desaparecer mas nao existiria sem o unico e fracassado lotus de traçao dianteira um carro aprovado por chapman antes de morrer no longinquo 1981 faz um cara pensar se na verdade nao tem mesmo um arquiteto la em cima com um plano bem maior que nossa capacidade de entende lo ou entao que a lotus tem uma sorte danada
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