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Quinto Engenheiro-Chefe do Corvette se aposenta
O time de engenharia do Corvette é onde todo entusiasta que trabalha na GM quer estar; o único lugar onde se pode fazer carro esporte de verdade. Até os Camaro estavam incluídos, quando existiam, em times de plataformas que prestavam mais atenção em sedãs e peruas que nos pony-car.
E dentro do time do Corvette, a posição mais interessante é a de maior poder: a de Engenheiro-Chefe. O cargo foi inventado em 1967 para dar uma promoção à Zora Arkus-Duntov, o russo que fez do Corvette um carro esporte de verdade a partir de 1955, e foi, portanto, seu primeiro Engenheiro-Chefe. Apenas mais quatro pessoas tiveram o título: Dave McLellan (1975 – 1992), Dave Hill (1992 – 2006), Tom Wallace (2006 – 2008), e finalmente o atual Engenheiro-Chefe do Corvette, Tadge Juechter.
Agora, parece que o cargo mais desejável da GM está de novo pronto para ser ocupado por uma nova pessoa. Tadge Juechter anunciou que irá se aposentar. O engenheiro trabalha com Corvettes desde 1993; tem profundo conhecimento do carro, tendo participações importantes no C5 e C6, e como engenheiro chefe do C7 e do C8. Como tal, presidiu sobre a maior revolução da história do modelo: a mudança para motor central-traseiro em 2020, no lançamento do C8.
Ser Engenheiro-Chefe do Corvette é um cargo para o resto da vida na GM. Dali não se sobe: é o máximo para este tipo de engenheiro. CEO é para outro tipo de pessoa.
Sendo assim, Juechter anunciou que seu tempo terminou. Se aposentará em julho, após uma carreira de 47 anos na General Motors. Seu sucessor, que certamente já está escolhido, será anunciado após sua aposentadoria oficial se efetivar. Não podemos deixar de notar que deixa o cargo sem existir um Corvette SUV, ou um totalmente elétrico. Boa hora. O último Corvette desenvolvido sob a liderança de Juechter será o C8 ZR1, a ser lançado também em breve.
“Foi uma honra para toda a vida trabalhar nesta empresa, liderando os homens e mulheres que deram vida a um dos veículos mais icônicos e reconhecíveis da história americana recente”, disse Juechter em comunicado. “Sua tenacidade e capacidade de impulsionar o que é possível com cada variante e geração do Corvette foi inspiradora de ver. Sei que o futuro do Corvette está nas mãos certas”. Assim esperamos! (MAO)
Ford promete Mustang mais veloz, entre outras novidades
Ontem, como bem sabemos, foi o aniversário de 60 anos do Ford Mustang. Algumas novidades foram anunciadas durante as festividades, que incluem até a inauguração de um novo “Mustang Experience Center” da Ford. A ser inaugurado no próximo ano em Charlotte, Carolina do Norte, o local combinará atrações sobre a história do carro, e uma pista de treinamento de pilotagem, que as más línguas já dizem que é para ensinar a não bater o carro ao sair de eventos estáticos. Maldade.
Mais interessante é o anúncio de uma nova variante do Mustang para o próximo ano. Parece que será uma versão de alta performance, acima do atual Dark Horse. O teaser mostrou o carro coberto por pano, e só pode se distinguir um spoiler traseiro maior que o atual do Dark Horse.
Falando na conferência de imprensa do 60º aniversário da Ford para o Mustang, o executivo Matt Simpson disse: “O Mustang sempre foi o carro mais divertido de dirigir. Esta será uma adição incrível à família e mal podemos esperar para mostrar mais. Da estrada às pistas, [da gasolina] ao elétrico – temos até um supercarro legalizado para as ruas – o melhor ainda está por vir”, disse Simpson.
Ano que vem é também o aniversário de 60 anos do mais incrível e lendário Mustang de todos, o G.T. 350 original, cuja história contamos ainda ontem aqui. O que nos faz imaginar que será a versão Shelby do novo Mustang. Veremos.
A Ford também anunciou o início das vendas do especialíssimo GTD, uma edição especial e limitada do Mustang. É uma versão de rua do Mustang GT3 de competição; vem com um motor V-8 de 5,2 litros com supercharger e mais de 800 cv. Tem um transeixo traseiro DCT de oito marchas, e distribuição de peso perfeita. A suspensão independente de competição é atuada por pushrod, é semi-ativa e ajustável. A carroceria é de fibra de carbono, com uma asa traseira gigantesca, pneus enormes e muita ventilação – tudo o que você esperaria de um carro de corrida legal para rua.
A Ford lançou um site para aplicações do Mustang GTD: o themustanggtd.com. Oo preço estimado agora é de até US$ 325.000. As inscrições vão até 20 de maio; se você tem como, altamente recomendado. Esse tipo de coisa, além de sensacional, é um investimento. E não dá para dirigir CDB. (MAO)
Defender clássico elétrico tem um motor em cada roda
A empresa de engenharia britânica Bedeo mostrou uma conversão elétrica do Land Rover Defender 110, que é original: são quatro motores, um em cada roda, e, segundo a empresa, o carro final pesa “pouco mais que o original á gasolina”.
Concebido para “manter seu charme robusto ao mesmo tempo em que aproveita as vantagens da energia elétrica”, o Defender é o primeiro de uma série de “Reborn Electric Icons” que Bedeo planeja oferecer.
Os motores “de roda”, algo que existe desde os Lohner-Porsche de 1899, e foram muito usados como uma “transmissão elétrica” em caminhões gigantes fora-de-estrada no passado, são aqui projetados e desenvolvidos pela empresa subsidiária Protean Electric. A configuração levou oito anos para ser desenvolvida e teria sido testada em mais de 37 milhões de milhas em toda a Europa.
A energia é fornecida por uma bateria de 75 kWh com autonomia declarada de 250 km. Pode ser recarregada em cinco horas com um carregador de 22 kW. Um carregador rápido de 50 kW está disponível opcionalmente, permitindo o carregamento em 90 minutos.
Cada motor produz 80 cv e 66 mkgf, com potência total estimada em 320 cv e inacreditáveis 265 mkgf combinados, desde zero rpm. Imagine isso! O sistema foi projetado para eliminar a necessidade de eixos de transmissão e liberar espaço no centro do carro entre as rodas motrizes. O cabeamento também é minimizado, com duas fontes de alimentação, e outra menor utilizada pela ECU.
A empresa não fala em valores, mas disse que os motores, sozinhos, custam £ 25.000 (R$ 163.250). Sem baterias, conversão, restauro e compra do carro original. Barato, não vai ser. Os motores “de roda”, porém, são uma coisa interessante para carros projetados para eles. Imagine o ganho de espaço, e as possibilidades de controle individual de torque em cada roda. Uma tecnologia que devia ser mais explorada. (MAO)
Cópias de Fusca da GWM centro de disputa legal com a VW do Brasil
Esta é uma notícia bem bizarra. Não tão bizarra quanto morto pedindo empréstimo em banco, mas vamos lá.
A chinesa GWM, sendo chinesa e nem ligando para a o ocidente, já há algum tempo produz um estranho carro de desenho inspirado vagamente no VW Fusca. É elétrico, claro, mas estranhamente tem também 4 portas, e, como os “novos” Fusca da própria VW, são na verdade caricaturas estranhas de um carro que há muito tempo virou um clássico, uma curiosidade. Procura ganhar algum com a nostalgia de incautos. O carro por algum motivo é vendido com dois nomes diferentes e pequenas diferenças entre eles: Ora Punk Cat e Ora Ballet Cat.
Pois bem, a GWM pediu o registro do desenho industrial de dois carros elétricos no Brasil, e os obteve. Aí, a Volkswagen, mesmo não fazendo mais coisas assim, decidiu que não gostou: entrou com um processo, afirmando que são cópias do Fusca.
Conseguiu uma liminar contra o registro e a possibilidade de venda no Brasil. A GWM recorreu; agora esta liminar não vale mais. O que abriria as portas da importação destes Fusca-gato bailarino-quatro portas-elétrico. Mas a GWM diz que não tem planos de fazê-lo. Ein?
A Volkswagen já entrou com um embargo de declaração, que ainda será julgado. Mas tudo parece uma grande bobagem: o estranho veículo não é sucesso nem no seu país de origem, e não parece que seria aqui também. Mas enfim, é isso. Uma celeuma legal, um dinheiro e tempo gastos em algo que, provavelmente, irá até lugar nenhum. (MAO)