o quadro flatout classics se dedica ao antigomobilismo e aos neocolecionaveis youngtimers estrangeiros e nacionais dos anos 20 ao começo dos anos 2000 carros originais ou preparados ao estilo da epoca sao materias especiais feitas para serem saboreadas como as das classicas revistas que amamos clique aqui para acessar o indice com todas as materias do quadro em 1989 ao lançar o kadett a gm brasileira tambem tirava de linha o monza hatchback por algum motivo obscuro a partir de um certo valor de compra o brasileiro queria sempre sedas e o monza so teve sucesso realmente quando tres volumes em versao de duas e quatro portas quando o novo kadett foi lançado a gm nao via motivo de manter o monza hatch em serie e matou o carro mesmo porque pouca gente se lembra hoje o kadett era um carro caro para seu tamanho; provavelmente teria o mesmo preço do irmao maior estivesse ele ainda a venda assim se evitavam comparaçoes embaraçosas mas a morte do monza hatch leva com ele a versao s/r o unico esportivo da gm entao esportivos eram populares e altamente lucrativos eram o carro basico com um motor mais potente pneus e rodas maiores bancos recaro meia duzia de acessorios de conforto e um preço de venda obsceno nesta epoca em que ainda viviamos sem importaçoes liberadas eram os simbolos de status e posiçao social do brasil motorizado quem nao tem bmw caça com gol gti a gm nao queria ficar de fora deste lucrativo mercado e de qualquer forma o s/r vendeu pouco comparado aos gol e escort tao populares a este preço o monza s/r era caro e de desenho pouco popular quando hatch e apesar de ser o melhor chevrolet de sua epoca e um dos melhores esportivos nunca chegou a fama e adoraçao da dupla gol gts/gti e escort xr3 aparencia contava muito o seu substituto claro seria a versao esportiva do kadett o novo carro da gm o kadett estava numa categoria de tamanho abaixo do monza e usando o mesmo motor prometia desempenho ainda superior mas isto nunca se materializou apesar de ao redor de 100 kg mais leve e aproximadamente 300 mm mais curto em comprimento num entre eixos parecido o gs tinha praticamente o mesmo desempenho do s/r nao era mais barato que o s/r tambem mas isto na realidade nao importou nada como o kadett era uma novidade no mercado sua bonita versao esportiva foi um sucesso o carro rapidamente se colocou no mesmo patamar dos outros dois concorrentes logo teria tambem uma versao conversivel como o escort e com isso seu apelo junto ao publico aumenta muito o primeiro gs era realmente um carrinho interessante por fora era bem mais bonito e de aparencia mais aerodinamica e limpa que seus francamente feinhos companheiros de linha principalmente em para choque e grade o desenho aberto da grade do gs em cor de carroceria como o para choque era muito mais feliz que a grade quadriculada em plastico cinza cru das versoes mundanas do kadett por dentro continuava impressionando positivamente bancos recaro painel completo som de primeira acabamento esmerado e teto solar opcional o motor era o tradicional familia 2 da gm ali ainda moderno um ohc de origem opel com cabeçote em aluminio e bloco em ferro fundido com acionamento de comando unico no cabeçote via correia dentada e ligados a um transeixo manual de cinco velocidades era exatamente quadrado 86 x86 mm para um total de 1988 cm3 o primeiro gs era somente a alcool com taxa de compressao de 12 1 o que alimentado por carburador de corpo duplo dava 110 cv abnt a 5600 rpm e 17 3 mkgf a 3000rpm era acoplado a um cambio de relaçoes curtas para maior desempenho o gs a alcool ficou conhecido entre os entusiastas por ser um carro de bom desempenho e bom comportamento em curvas mas ai fora tem apenas fama de beber quantidades prodigiosas de combustivel uma verdade mas irrelevante para os de nosso credo a suspensao dianteira era mcpherson e traseira por eixo de torçao barra estabilizadora atras e na frente e atras podia se manter a altura do carro carregado usando ar comprimido bastava ir no posto onde se calibrava pneu e subia se a traseira por meio de um bico no porta malas freios eram a disco na frente e tambor atras e pneus 185/60 r14 em rodas de aluminio pesava 1054 kg e segundo a revista quatro rodas fazia 0 100 km/h em 11 26 segundos e chegava a 171 km/h a revista se sabe era conservadora em seus numeros de testes; a realidade deve ser ligeiramente melhor que essa apesar de ser o mais caro da categoria o gs foi um sucesso preço afinal de contas nao era o principal aqui e sim prestigio e novidade mas logo sucumbiria assim como seus concorrentes a um fenomeno que vagarosamente foi corroendo este mercado ate que praticamente sumisse a abertura das importaçoes em 1990 mas hoje e um classico desejado ainda mais na versao inicial a alcool encontrar um em bom estado e dificil e ainda mais totalmente original a maioria dos que estao bons foram restaurados ja o kadett gs da familia biachi longe de tudo isso na cidade de santa maria bem no meio do rio grande do sul evandro biachi compra um kadett gs 1990 para si corria o ano de 1993 entao o carro nao era zero km mas era praticamente novo evandro nao e um entusiasta mas gosta de andar rapido e de carros seguros a alta velocidade o que fazia o gs nesta epoca uma escolha perfeita para si usava ele no dia a dia e para viagens frequentes que fazia para porto alegre a 300 km de santa maria e la foi seu evandro para la e para ca indo e voltando e rodando daqui para ali sempre sem parar e quando se presta atençao dez anos se passam na companhia de seu fiel kadett gs mas agora tinha filhos pequenos a vida mudara e o gs parecia ja meio cansado com problemas de engasgos que pensou fossem de carburador resolve comprar uma perua parati para carregar a familia; para continuar no tema escolhe uma 1 0 turbo diz seu filho mais velho enzo meu pai nao tem apego emocional com carros; mas definitivamente gosta de velocidade [gallery ids= 275799 275790 275791 275792 275793 275789 275787 275786 275785 275784 275783 275780 275779 275777 275795 ] estranhamente porem e sem explicaçao alguma evandro nao vende o kadett ao comprar a parati nem arruma o problema de carburador apenas guarda o carro na garagem de casa e nunca mais o usa segundo seus familiares nao tem apego aos carros; ninguem entende por que fez isso e ele nao explica de forma convincente automoveis sao coisas tem um valor e nao deviam ser tratadas como membros da familia mas existe algo a mais que todos nos entusiastas conhecemos e que talvez tenha tocado este ocupado pai de familia neste ponto depois de tanto tempo com um companheiro tao fiel vende lo devia parecer como abandonar o cachorro da familia longe de casa talvez talvez nao precisasse do dinheiro que valia e pretendesse um dia usar o carro de novo talvez o destino tenha sussurrado uma dica a seu ouvido algo dificil de explicar divino e fora da compreensao humana certamente intercedeu ali de forma inexplicavel mas ainda assim clara como agua filtrada o kadett gs agora imovel como a mesa da sala continuou na familia esquecido e largado num canto mas ainda presente de alguma forma o tempo continua a passar inexoravelmente numa infinita repetiçao de amanhecer e entardecer jogando luzes e as fazendo desaparecer em cima do kadett enquanto uma espessa camada de poeira vai se acumulando ate que sua cor desaparece completamente debaixo do po pneus lentamente perdem o ar e depois racham secos no chao da garagem e o carro parece querer voltar ao chao de onde viemos lentamente se abaixando para se juntar a ele completamente um dia os dois filhos de evandro começam a jogar futebol na garagem e a traseira do kadett acaba virando a trave do gol chutar a bola na traseira do carro vira o passatempo preferido de ambos o kadett continua mesmo silenciosamente imovel em seu descanso fazendo algo para a familia agora como uma arvore que fornece sombra e diversao acolhedor e reconfortante mesmo em sua aparentemente eterna imobilidade os irmaos brincam dentro dele imaginam viagens interestelares e aventuras mil enzo descobre que consegue subir a traseira do carro usando uma bomba de ar de bicicleta e a traseira de altura regulavel a ar do kadett gs e se diverte horrores assim e o tempo de novo implacavel inexoravel continua a se mover rapidamente em volta do totem imutavel em forma de carro no canto da garagem de tempos em tempos agora gente desconhecida bate na porta querendo saber se evandro venderia o kadett mas ninguem nunca tem sucesso e de novo ninguem sabe por que a este ponto enzo o mais velho de seus filhos começa a pensar seriamente no futuro do gs sempre gostou de automoveis decidindo ser engenheiro mecanico mesmo antes de sair do primario e o kadett começa a parecer um sonho de mobilidade real para ele nao apenas uma parte de sua casa na sua cabeça a liberdade movel tinha a forma de kadett gs branco e ele a desejava como todos nos a desejavamos aos 16 anos com ajuda de seu tio irmao de evandro finalmente o convencem a deixar o carro para enzo e conseguem fundos para coloca lo em movimento em outra parte da familia com os avos o carro vai para uma oficina de confiança do tio onde lavado e revisado volta a andar de novo em 2017 enzo aprende a dirigir no kadett tira a carta de motorista nele resolve começar a cuidar com mais carinho faz um polimento ele mesmo e ve embasbacado a cor branca original ganhar uma vida que nem lembrava mais ter visto algum dia o pai tinha transformado o carro externamente em um gsi e entao as lanternas dianteiras ambar originais do gs sao encontradas e montadas e a faixa preta na traseira tambem o que voces veem nas fotos entao e um milagre um carro ainda original que nunca foi restaurado e esta perfeito o problema do carburador que fez o carro parar na verdade estava no distribuidor e foi facilmente resolvido enzo diz que mesmo a alcool com carburador pega facil mesmo no frio o carro obviamente e famoso em sua cidade enzo ja teve uma serie de propostas indecentes para vende lo mas nunca aceitou depois de tanto tempo na familia e minha vida toda se passando em volta dele como agora vende lo hoje o carro tem um forte apelo emocional na familia no corredor de casa tem fotos de mim pequeno no carro nao tem como se desfazer dele alguem pode culpa lo automoveis sao muito mais que apenas maquinas de transportar pessoas sao nossos supremos provedores de liberdade nossas botas de sete leguas o navio particular onde ainda somos capitaes de nossos destinos sao parte intrinseca de nossas vidas e nossas familias tanto quanto nossa casa e a cidade onde nascemos historias como esta so nos ajudam a ver esta verdade bem mais clara mais que um mero metodo de transporte este carro e nao somente o primeiro carro de um jovem com toda carga emocional e de amadurecimento que isto representa; e um simbolo e um legado de uma familia nao se espante se daqui a 30 anos o filho de enzo esteja dirigindo um kadett gs branco um carro em que o vidro traseiro ainda tem riscos em formato de bola de futebol enzo ia troca lo mas disse que toda vez que ve estas marcas lembra de jogar bola com o irmao na garagem algo que da uma sensaçao danada de boa por dentro melhor deixar assim mesmo nao acham
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