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Zero a 300

Equinox EV no Brasil | O novo AC Ace | Ratan Tata 1937-2024 e mais!

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Conheça a versão 2025 do AC Ace

O AC Ace voltou! Não lembra dele? Calma que a gente explica: em 1953, a AC compra os direitos de um roadster de corrida feito pelo anglo-português João “John” Tojeiro, e o coloca em produção com seu antigo seis em linha de 2 litros e 80 cv. O carro era leve, muito bem ajustado, e sua carroceria era claramente inspirada na famosa “Barchetta” de Touring para o chassi Ferrari 166 MM.

O nascimento do Shelby Cobra

A AC mal sabia disso então, mas tinha achado ouro: o roadster com chassi escada tubular e suspensões independentes era basicamente um carro esporte perfeito. Ganha mais tarde o exótico Bristol-BMW seis em linha, e quando este para de ser produzido, um Ford seis em linha OHV de 2,6 litros. Aí um piloto americano do Texas coloca o novo V8 pequeno da Ford (inicialmente com 4,2 litros, depois 4,7 litros) no carrinho e o chama de “Cobra”. Cada um tem sua opinião sobre qual é o melhor carro esporte já criado; um bocado de gente inteligente vota no Cobra MkII 289.

O primeiro Cobra: um “Ace V8”

Pois bem, agora a AC inglesa, operando de um barracão industrial no famoso, histórico e lendário circuito desativado de Brooklands, está trazendo o AC Ace de volta. O mesmo Ace dos anos 1950; apenas modernizado mecanicamente, em alguns pontos.

A carroceria, por exemplo, é plástica: resina reforçada com fibra de carbono, como a maioria dos supercarros modernos. O carro tem um chassi parecido com o Ace original, e pesa com isso 1100 kg; não muito longe dos 989 kg que o carro original pesava. Ao invés de freios a tambor, agora há discos nas quatro rodas; e ao invés dos seis em linha, o novo Ace vem com o moderno Ford quatro em linha 2,3 litros Turbo do Focus ST.

Ace Classic: a carroceria mais moderna, igual ao Cobra Mk1

No Focus o motor dá 280 cv; aqui, com um novo escapamento, injetores diferentes e nova calibração, são 300 cv.  Isso significa que o carro, com o peso baixo, certamente terá um desempenho interessantíssimo. Vem com uma moderna transmissão manual de seis velocidades, e tração traseira. A AC diz que o 0-100 km/h se dá em apenas 4,6 segundos.

Duas versões de carroceria serão oferecidas: Ace Bristol Classic, a carroceria mais antiga, e o Ace Classic, dos últimos carros com motor Ford seis em linha.

Os preços começam em £ 175.000 (R$ 1.281.000); os primeiros carros serão entregues ao redor de julho de 2025. Cada novo Ace receberá um número de chassi AC, continuando onde os Ace pararam em 1963 (o Cobra, chassi prefixo CSX, continuaria até 1967). Um novo Ace; não um Cobra, um Ace. Quem diria! (MAO)

 

Porsche desenvolve novos pneus para o Carrera GT

O conceito de “falha mecânica”, antes restrito a coisas realmente trágicas como freios que param de funcionar, ou coluna de direção partida, se expandiu exponencialmente depois do ano 2000. Vejam o caso do Porsche Carrera GT (2004-2006): sempre foi um carro “nervoso”. Até aí, nenhuma novidade na empresa que criou o 911 Turbo de 1974, um carro afetuosamente apelidado de “fazedor de viúvas”. Mas o Carrera GT teve alguns acidentes famosos nos anos que se seguiram, como o que matou um certo ator conhecido na flor da idade. Culpa dela ou não, a Porsche resolveu agir.

Porsche Carrera GT: 20 anos depois

Então recentemente começou a reprojetar um carro de 20 anos de idade. Em abril de 2023, a Porsche anunciou um recall para o carro. Segundo ela por causa de “peças de suspensão que podem falhar devido à corrosão excessiva e estresse mecânico.” O problema, segundo ela, está nas juntas esféricas que conectam os componentes da suspensão nos eixos dianteiro e traseiro. A Porsche diz que essas juntas são suscetíveis à corrosão ao longo do tempo e podem falhar quando combinadas com anos de estresse mecânico.

Agora, a empresa lançou… pneus novos para o carro. Sim, pneus novos, desenvolvidos como para um carro novo com a Michelin, usando tecnologia moderna. Todo Carrera GT dos EUA vai receber um jogo novo, de graça, da Porsche. Um recall!

A Michelin foi a fornecedora original de pneus para o Carrera GT. Em 2013, a Porsche e a Michelin desenvolveram uma versão do Pilot Super Sport para o carro e agora, para este recall, fizeram o mesmo com o Cup 2. Nas últimas duas décadas, a tecnologia de pneus evoluiu significativamente, e o novo Cup 2 para o Carrera GT promete melhor desempenho geral. A Porsche diz que os tempos de volta são mais rápidos, as distâncias de frenagem são reduzidas e, de acordo com o piloto de desenvolvimento de fábrica Jorg Bergmeister, os pneus “não apenas tornam o Carrera GT mais rápido, mas também facilitam para o motorista pilotar o carro de maneira entusiasmada”. Lembram do comportamento “nervoso” do Carrera GT? Provavelmente não é mais.

Os pneus vêm nos tamanhos 265/35ZR19 na frente, 335/30ZR20 atrás, originais do carro. A Michelin usou dois compostos na seção interna e externa do pneu para ajudar a melhorar o comportamento em piso seco e molhado. Foi testado em Nürburgring, entre outras pistas.

Pneu moderno para carro antigo é sempre uma coisa boa, e a ação da Porsche é louvável aqui, não me entendam mal. Mas para terminar essa notícia, queria deixar algo somente para a gente pensar; algo mais conceitual, e não específico do caso aqui, ainda que correlato. Diz respeito ao que é a Porsche.

Comportamento “nervoso” era antes uma característica desejável de todo Porsche. Separava adultos de crianças, pilotos de motoristas, e dava um orgulho único para os donos deles, evidentemente gente habilidosa para domar seus incríveis, mas exigentes, veículos. Um Porsche totalmente benigno, fácil de dirigir e extremamente difícil de colocar no meio do mato, a traseira chegando primeiro que o motorista… ainda é um Porsche? (MAO)

 

As F-150 Raptor da Shelby

Para quem acha que os Ford F-150 Raptor e F-150 Raptor R não são suficientemente potentes, há uma série de preparadores americanos prontos para resolver este problema seu. Um deles é a empresa que herdou um nome famoso: a Shelby American.

A empresa oferece opções tanto para o Raptor V6 turbo, quanto para a V8 “R”. O Shelby Baja Raptor 2024 vem com o motor V-6 Ecoboost de 3,5 litros retrabalhado para 550 cv, via recalibração, admissão e intercooler novos. Para o Raptor R, a coisa é ainda mais séria: o V-8 de 5,2 litros recebe um novo supercharger Whipple de 3,8 litros e um escapamento Borla, para nada menos que 900 cv.

Ambos os Shelby Raptor recebem um kit que eleva a suspensão da BDS, rodas forjadas Shelby Raptor Flow de 18 polegadas e pneus de 37 polegadas. O exterior tem decoração exclusiva, fazendo uma picape que de discreta, não tem nada.

Na caçamba, um rack permite montar dois pneus sobressalentes de tamanho normal, o que é útil. Mas esses pneus são tão grandes, que aparentemente não sobra muito espaço para mais nada.

O kit para transformar sua picape V-6 em Shelby começa em US$ 51.995, a versão V8 custa US$ 54.995. Nenhum dos preços inclui a picape, que deve ser fornecida pelo cliente. A Shelby diz que as caminhonetes estão disponíveis em “quantidades limitadas”. (MAO)

 

Chevrolet lança Equinox EV no Brasil

A Chevrolet apresentou no Brasil a Equinox EV. É um bonito e moderno SUV elétrico produzido no México, e  conta com dois motores, um em cada eixo, para tração integral. A autonomia é de 443 km pela metodologia do Inmetro.

Os dois motores dão um total de  292 cv e 46 mkgf de torque. A bateria é de 85 kW, e o carro pode ser recarregado a até 22 kW em AC e 150 kW em DC. A bateria está no assoalho; o carro é montado na moderna plataforma Ultium elétrica da GM.

O carro é grande, medindo 4.840 mm de comprimento num entre-eixos de 2.954 mm entre os eixos, o que deve dar bastante espaço interno; o porta-malas é bom para 441 litros. Nos EUA a GM divulgou que pesa 2233 kg; pesado, mas contido pelo que é: um grande SUV elétrico. Nos EUA também, o 0-96 km/h divulgado é de 5,9 segundos.

Obviamente, para agradar os clientes deste tipo de coisa, vem com um pacote completo de assistentes de condução e tecnologia, com inclusive uma tela de 17,7″ com Google Built-In, e tudo mais. Pretende brigar com carros similares da BMW e Volvo, mesmo a Chevrolet sendo marca e loja de Onix. O novo Chevrolet custa R$ 419 mil. (MAO)

 

Ratan Tata (1937-2024)

O empresário indiano Ratan Tata faleceu aos 86 anos. O Tata Group, dono da JLR, confirmou sua morte em um comunicado oficial na noite de 9 de outubro. Diz: “É com profunda tristeza e com o coração pesado que informamos sobre o falecimento de nosso amado presidente, Ratan N Tata, uma lenda de nossos tempos que faleceu em 9 de outubro de 2024. Embora sintamos falta de sua presença física, ele sempre viverá em nossos corações e mentes. Nós nos dedicamos a levar adiante seu legado e o dos fundadores, que está enraizado nos valores civilizacionais da Índia e luta pelo bem-estar de todos.”

O conglomerado Tata foi fundado muito antes dos automóveis em 1868; começou com exportação e importação; depois indústria metalúrgica. Ratan Tata era um entusiasta do automóvel porém; para sempre será lembrado por sua tentativa de fazer um carro barato para o povo indiano, o Tata Nano. Embora não tenha sido um sucesso, posso dizer tendo avaliado o  carro profissionalmente quando na indústria, que tem todos os traços de genialidade, inventividade e lateral thinking que tornaram gente como Issigonis e Giacosa famosos. O respeito por ele é necessário.

Ele também é creditado por salvar a Jaguar e a Land Rover, depois de fiascos com a Ford e a BMW. Em 2008, a Tata estabeleceu a Jaguar Land Rover Limited como uma subsidiária. Incluídos no acordo, mas pouco mencionado, estão três outras marcas britânicas: a Daimler, a Lanchester e a Rover.

Disse a Autocar: “Tata estava vocalmente comprometido em manter as marcas Jaguar e Land Rover distintas e em dar suporte às suas respectivas estratégias de produtos e planos de expansão. A JLR, ainda sob propriedade da Tata 16 anos depois, saiu de um período sustentado de incerteza financeira para atingir seu maior lucro em anos e está prestes a embarcar em uma revisão radical de todas as suas linhas de produtos e posicionamento de marca.”

Ratan Tata era também um ávido entusiasta, conhecido por visitar a sede da JLR no Reino Unido regularmente e passar boa parte de sua visita na pista de testes da empresa em Gaydon com o então chefe de testes Mike Cross. Descanse em paz, Ratan Tata. (MAO)