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Esta é a primeira LaFerrari a pegar fogo no mundo

Quando a gente acha que não surgiriam mais razões para que se fizessem piadas sobre a frequência Ferrari pegando fogo, acontece isto: a primeira LaFerrari a sofrer um incêndio. Aconteceu durante uma subida de montanha no norte da Itália na segunda-feira (7) — mas como?

A LaFerrari é um dos representantes da nova geração de supercarros, que estão mais potentes, velozes e tecnologicamente avançados do que nunca — a ponto de serem frequentemente chamados de hipercarros.

Com uma rápida pesquisa na Internet, é fácil notar que a maioria dos casos de incêndio em supercarros acontece na cidade, muitas vezes no trânsito. Isso porque, apesar de os supercarros modernos permitirem que se dirija na cidade com muito mais facilidade do que há 20 ou 30 anos, eles não foram exatamente feitos para rodar em primeira e segunda marcha o tempo todo. Eles precisam de um lugar onde possam acelerar sem restrições para funcionar com plenitude e assim receber ar fresco para que os radiadores cumpram sua função de resfriar o motor e evitar que o carro inteiro superaqueça.

Se a LaFerrari estivesse no para-e-anda do trânsito pesado, não seria difícil deduzir a causa do incêndio. Acontece que o hipercarro italiano estava correndo no Trento-Bondone Hillclimb, prova de subida de montanha que acontece na Itália desde 1925 e atualmente faz parte do Campeonato Europeu de Hillclimb. A passagem do ar pelo sistema de arrefecimento certamente era suficiente para manter o V12 de 6,3 litros e 800 cv em uma temperatura de funcionamento saudável. O que pode ter acontecido então?

A resposta pode estar no sistema KERS, que aproveita a energia das frenagens e ajuda o motor elétrico a fornecer mais 163 cv, levando a potência total da LaFerrari a 963 cv.

O incêndio na LaFerrari aconteceu na parte traseira do carro, exatamente onde fica o KERS. No vídeo acima dá para ver a fumaça saindo da traseira enquando o carro faz a curva (por volta dos 0:40). Não há certeza do momento em que o fogo começou (nem se foi um problema com o HY KERS) mas há vídeos do carro no Instagram que mostram a traseira queimada.

Os sistemas de recuperação de energia cinética já foram responsáveis por uma série de incidentes na Fórmula 1, como no ano passado, antes dos treinos para o Grande Prêmio da Alemanha, uma falha no KERS do carro de Pastor Maldonado .

Foi um incêndio de pequenas proporções — considerando que muitas Ferrari e outros supercarros foram totalmente consumidos pelo fogo —, mas o conserto do para-choques (e talvez do KERS) de um carro que custou o equivalente a R$ 3,7 milhões certamente deve causar um belo prejuízo.