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Um Chevette com motor V8 427 é o sleeper mais incrível do mundo (nesta semana)

O Chevrolet Chevette é um dos melhores carros para entusiastas no Brasil — e não fomos nós quem dissemos isto, e sim vocês, os leitores. As razões são conhecidas: baixo preço de compra, manutenção acessível, mecânica robusta e, claro, tração traseira. Nos EUA, porém, onde as opções de carros que se encaixem nestas características são muito mais numerosas, o Chevette não é muito lembrado entre os entusiastas, apesar de ter sido o compacto mais vendido em 1979 e 1980.

Isto não significa, porém, que os americanos não aprontem das suas com ele. E por “aprontar das suas”, estamos falando de colocar um motor V8 no cofre de um Chevettinho 1976.

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Engine swaps envolvendo o Chevette não são novidade por aqui, também: é comum ver pelas ruas e comunidades na Internet projetos de “Chepala”, com o motor de quatro cilindros e 2,5 litros e, às vezes, o seis-cilindros de 3,8 e 4,1 litros; “Chevectra”, com o motor Família II do Vectra, de dois ou 2,2 litros, e até mesmo o C20XE do Vectra GSI, com comando duplo no cabeçote e 150 cv; e até carros que recebem o motor V6 Vortec de 4,3 litros usado na Blazer e na S10.

Swaps com motores V8 são bem mais raros, mas também existem no Brasil — normalmente usando o V8 small block 350 da Chevrolet, ainda que este seja mais popular entre os donos de Opala. Contudo, é bem mais difícil conseguir qualquer motor V8 no Brasil do que nos EUA, visto que por lá não faltaram muscle cars e outros modelos equipados com motores de oito cilindros em V.

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O autor deste Chevette V8 não diz de onde o motor veio — se pertencia a um Corvette ou Camaro batido ou se foi adquirido pelo esquema de crate engines (motores na caixa, prontos para serem instalados, vendidos pelo próprio fabricante). O fato é que o V8 427 (sete litros) L88 foi totalmente refeito antes de encontrar seu novo lar.,

O Chevette foi vendido nos EUA apenas como hatchback, de duas ou quatro portas, e era equipado com motores de quatro cilindros a gasolina de 1,4 e 1,6 litros semelhantes aos usados por aqui, e também um motor a diesel de 1,8 litros. Não fica claro qual destes motores era original deste Chevette mas, se querem saber, isto já não importa mais.

Faz dois anos que este carro tem um motor V8 debaixo do capô — era um carro totalmente original, com dois donos e muito bem conservado, mas seu dono decidiu restaurá-lo nos padrões originais usando componentes new old stock (NOS): o revestimento de tecido xadrez dos bancos, detalhes de acabamento interno e externo, painel e carpetes (tudo em um agradável tom de vermelho), pintura, cromados, faróis e lanternas, etc. O carro, de fato, parece novo.

Mas a cereja do bolo foi o V8 427, que foi recebeu cabeçotes de alumínio, comando de válvulas mais “bravo” e coletor de admissão de alto fluxo, feito de alumínio. A alimentação fica por conta de um carburador Holley 780. Ver (e ouvir) tudo isto em funcionamento cara a cara deve ser uma experiência curiosa, para dizer o mínimo, mas este vídeo dá uma ideia:

Para que o novo motor pudesse ser colocado no Chevette, foram realizadas algumas modificações no suporte do motor, na parede de fogo e no túnel de transmissão — tudo feito de modo que, com o capô fechado, nada denuncie a presença de quatro cilindros e mais de seis litros de deslocamento adicionais. O câmbio automático de três marchas original, o chamado Turbo-Hydramatic 180, foi trocado pelo Turbo-Hydramatic 400, também de três marchas, porém mais resistente. Por fim, para manter o motor na temperatura de funcionamento ideal, foi adotado o radiador de um Chevelle, com duas ventoinhas.

A suspensão foi modificada com molas mais resistentes para suportar o peso extra, tanto na dianteira quanto na traseira, e um detalhe interessante é o escapamento — a saída na traseira é falsa, só para ajudar a manter o aspecto original. Por baixo das rodas de 13 polegadas, o carro recebeu freios a disco no lugar dos originais a tambor.

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Se você gostou da ideia, saiba que este carro — hoje de manhã o anúncio expirou, e os lances dados chegavam a US$ 20.300 (cerca de R$ 50 mil), mas o preço mínimo não foi atingido. O anúncio certamente será renovado em breve — e, como este carro já tem mais de 30 anos, em tese pode ser importado. Por mais de R$ 50 mil mais impostos, não dá para dizer que é exatamente um belo negócio — afinal, é um Chevette, e o processo de importação tem tudo para aumentar esta quantia consideravelmente.

Ao menos serve de inspiração — uma belíssima inspiração a qualquer dono de Chevette. Pensando bem, a qualquer entusiasta!