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Car Culture

Este Porsche 912 esconde o boxer turbo de 300 cv de um WRX STi

Em 1965, a Porsche decidiu colocar um motor quatro-cilindros de 1,6 litro para substituir o emblemático 356. Ele tinha apenas 90 cv, mas era um carro leve e bastante divertido. Meio século depois, em 2016, o flat-four (agora com dois litros e turbo) voltou à cena no 718 Boxster e no 718 Cayman.

Que tal, então, um Porsche 912 com um flat-four 2.0 turbo? Soa bacana, não é? Mas e se o motor tiver vindo de um… Subaru WRX STi?

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Foi exatamente o que os irmãos Mike e Mat Davidson fizeram com seu Porsche 912 1968. Eles compraram o carro há cinco anos, e a ideia era apenas restaurá-lo – o carro estava inteiro (leia-se: não estava em pedaços), mas não rodava e a estrutura estava cheia de ferrugem. Só que muita gente aqui sabe que é bem difícil resistir à tentação de fazer maldades quando se tem um project car nas mãos.

Então, depois de restaurar o carro sozinhos, os caras descolaram um boxer turbo de dois litros emprestado de um STI blob eye, de segunda geração. O chamado EJ25 desenvolve 300 cv a 6.000 rpm, com 41,4 mkgf de torque a 4.000 rpm. É mais que o triplo da força do motor original do 912.

Antes de instalá-lo, porém, os irmãos Davidson precisaram recuperar o carro todo. A ferrugem no assoalho estava crítica e havia começado a se espalhar para outros pontos do carro. O que eles fizeram, então? Aprenderam a soldar para trocar todo o assoalho e recuperar as partes danificadas.

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Em seguida, veio a pintura. Depois de considerar diversas tonalidades, eles optaram pelo clássico branco Wimbledon White, que foi usado pela Ford no fim da década de 1960. Era o branco do Shelby GT350 de primeira geração que, na opinião de Mike e Mat, caiu muito bem nas formas do 912. Na nossa também!

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O exterior foi personalizado com novos para-choques e para-lamas levemente alargados, além de uma asa traseira do tipo duck tail, como no Carrera RS de 1973.

De acordo com os irmãos, as dimensões dos motores são bem parecidas, o que não exigiu tantas adaptações na estrutura. O motor recebeu uma flange para aceitar o câmbio manual de cinco marchas de um Porsche 911 1974, e o intercooler original foi trocado por outro, feito sob medida. Foram instalados alguns componentes para melhorar seu desempenho, mas nada muito radical: uma nova bomba de combustível, válvula de alívio Turbosmart, controlador de boost, bomba de combustível Walbro e novos filtros. Além disso, o motor recebeu coletores de escape do tipo equal length, que disfarçam um pouco o ronco típico dos boxer Subaru.

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O encaixe é praticamente perfeito. Todo o trabalho, com exceção das adaptações eletrônicas, foi feito pelos Davidson em sua garagem – incluindo a pintura.

A parte mais complicada foi o sistema de arrefecimento. Para resfriar o motor, o 912 ganhou três radiadores (um no para-choque e um em cada para-lama dianteiro). Foi difícil encontrar uma posição para instalar os radiadores de modo que eles não danificassem a estrutura da dianteira do carro, mas eles acabaram conseguindo. É por isso que dá para ver as linhas do sistema de arrefecimento percorrendo a parte inferior das laterais do carro.

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O interior recebeu customização leve e de bom gosto: uma gaiola de proteção parcial, bancos de época com revestimento xadrez, cintos de competição e um volante Momo Prototype. O conta-giros com uma marcação vermelha às 8.000 rpm foi feito sob medida.

A simplicidade no visual é totalmente proposital: um carro de personalização sofisticada demais certamente sairia bem menos da garagem – este carro foi feito para acelerar, e não para exposições.

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O carro ficou bem mais leve: agora, pesa 870 kg contra os 950 kg originais (sem fluidos). Considerando que o motor continua com 300 cv, é provável que o carro seja até mais veloz que um WRX STI 2005, que pesa quase 1.500 kg.

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Para equilibrar as coisas, o Porsche 912 recebeu os freios do 911 1974, que também cedeu toda a suspensão dianteira. A traseira ganhou as barras de torção de um Porsche 911 Carrera, bem como sua barra estabilizadora. As rodas são um jogo de ATS Cookie Cutter de 15×7 polegadas, calçadas com pneus Hoosier de medidas 225/45.

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O resultado estético geral ficou bastante interessante, por fora e por dentro. E certamente deve ser divertidíssimo guiar este carro. Mas você conseguiria suportar a heresia?

Fotos: Mike Davidson, David Moore via Instagram