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Car Culture

Este veterano de guerra nasceu antes do Ford T – e aos 110 anos, ainda dirige sua picape no dia a dia

Quando o texano Richard Overton nasceu, no dia 11 de maio de 1906, ainda se passariam cinco meses até que Santos Dumont fosse o responsável pelo primeiro voo do mundo em um avião com propulsor, percorrendo 60 metros a uma altura de dois a três metros com o Oiseau de Proie. Mais do que isso, se passariam dois anos para que Henry Ford lançasse o modelo T. Hoje, ele – Overton, não o fordinho – tem 110 anos e alguns meses de idade. A imensa maioria de nós, infelizmente, não vai chegar à sua idade. E se a gente disser que ele ainda dirige, sozinho, sua picape Ford F100 com motor V8?

Overton é um veterano que lutou na Segunda Guerra Mundial, deixou o exército em 1945 e, depois disso, viveu uma vida longa e feliz. E ainda vive, pelo o que diz neste documentário do National Geographic, gravado há cerca de um ano.

Overton se lembra muito bem de quando sequer sabia o que um carro era. “Lembro quando um homem comprou seu primeiro Ford… e a gente soube que ele iria comprar um carro. A gente não sabia o que era um carro. Já tínhamos ouvido falar, mas a gente nunca ia muito para a cidade”.

Naquela época, Overton colhia algodão a 50 centavos por dia. Tempos depois, ele comprou seu primeiro carro – adivinhem, um Ford Modelo T. Partida a manivela e um esquema de pedais mais confuso que os sistemas elétricos clássicos da Lucas (veja aqui como era o sistema de pedais do Ford T). “Você deve lembrar deles – ah, não, você ainda não tinha nascido, tinha? Eu sei que não”, ele diz em tom de brincadeira.

Ele ainda dirige um Ford – uma picape F100 do fim da década de 1970, sexta geração, com oito cilindros e alavanca de câmbio na coluna. Com a picape, ele vai ao mercado, à igreja, ao hospital, ao asilo e ao bingo – muitas vezes, com sua amiga, a Sra. Love, que tem 91 anos de idade. Os dois se divertem muito juntos, especialmente depois que a esposa de Overton morreu, em 1988, quando ele tinha 82 anos.

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Ao que parece, Overton dirige com segurança pelas ruas de Austin, no Texas, e não se mete em encrenca. “Eu me sinto bem dirigindo. Eu gosto de dirigir porque os outros motoristas, eles dirigem feito loucos”, diz. E, de fato, Overton nunca tem problemas para renovar sua carteira. “Eu renovei este ano. Eles fazem um teste de visão. Eu passo em todos os testes que eles me dão”.

Em sua casa, Overton passa os dias bebendo café (às vezes, com uísque) e fumando charutos – às vezes, 12 por dia ou até mais. O carro garante autonomia para que ele consiga levar seu estilo de vida tranquilamente. Não é como se ele fizesse viagens ou pegasse trânsito todos os dias. Por mais que os reflexos já não sejam a mesma coisa, o Departamento de Veículos Motorizados (DMV) considera que Overton ainda é capaz de dirigir na cidade de forma segura, e é isto o que ele faz.

E ele não pensa em vender sua picape tão cedo. “Eu comprei esta picape, ela ainda roda como eu quero que rode, então eu só fico com ela”.

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Apesar de tudo, Overton (ainda) não é o motorista mais velho do mundo de acordo com o Guinness Book, o Livro dos Recordes – em seu site, a organização diz que o motorista mais velho do mundo foi o americano Fred Hale Sr., que morreu em 2004 aos 113 anos de idade. Ele renovou sua carteira pela última vez aos 104 anos de idade e dirigiu até os 108 anos, quando o documento expirou.

Há outros registros de motoristas centenários. No Reino Unido, por exemplo, um estudo da DVLA (Agência de Licenciamento de Motoristas e Veículos, ou Driver and Vehicle Licensing Agency) mostra que, dos 4,5 milhões de motoristas com idade acima de 70 anos,  – três vezes mais do que há dois anos. Destes, 236 ainda dirigem.

Simon Williams, da RAC Motoring Services – companhia britânica que fornece assistência a motoristas na estrada, apólices de seguro e outros serviços automotivos, diz que a independência que um carro proporciona, especialmente aos idosos que vivem em áreas rurais, é um fator crucial na decisão por continuar dirigindo em idade avançada.