Desde o surgimento dos carros flex, convencionou-se dizer que o etanol deixa de ser vantajoso quando seu preço ultrapassa a margem de 70% do preço da gasolina. O cálculo por si é algo pouco preciso, pois motores têm características diferentes de um modelo para o outro, que podem influenciar diretamente o consumo de combustível, mas assim mesmo tomou-se por convenção adotar a regra dos 70% baseado em sua eficiência energética em relação à da gasolina.
Só que há pouco menos de um mês, uma empresa brasileira chamada , que presta serviços de gerenciamento de frotas corporativas, . Como? Durante 31 meses a empresa acumulou dados de consumo de combustível e quilometragem de 410 mil veículos flex de seus clientes abastecidos em 12 mil postos diferentes, e ao perceber que todos aqueles números poderiam esclarecer detalhes sobre consumo e eficiência (o que resulta em economia para os frotistas), eles contrataram uma consultoria para avaliar os dados.
O resultado? O uso de etanol apresentou um rendimento médio equivalente a 79,52% do desempenho da gasolina. Na prática, isso significa que se ele custar até 80% do preço da gasolina, ele será mais vantajoso.
Segundo a Ecofrotas, os veículos analisados foram produzidos entre 2004 e 2011 — o que significa que alguns têm sistemas flex antigos. Os mais eficientes com etanol foram os veículos da categoria operacional médio, como Volkswagen Fox e Chevrolet Agile. Eles rodaram em média 9,64 km/l com gasolina e 7,94 km/l com etanol, o que representa 82% da eficiência do combustível fóssil.
Nos carros chamados “executivos”, onde estão incluídos sedãs como Astra, Siena, Voyage e Vectra, o desempenho do etanol foi equivalente a 79% do desempenho da gasolina. O número foi o mesmo obtido pelas picapes pequenas (Saveiro, Courier, Montana e Strada). Ironicamente, os populares tiveram a pior relação. Os integrantes da chamada “categoria leve”, como Celta, Classic, Clio, Corsa, Fiesta e Mille rodaram 77% menos distância com um litro de etanol em relação à gasolina.
Segundo a empresa, o relatório foi enviado a todos os clientes e vários deles não acreditam que o etanol tenha sido mais vantajoso em alguns casos”. Por outro lado, certas empresas restringem o abastecimento da frota apenas ao etanol — uma medida também adotada por algumas instituições públicas como o IBGE — por questões unicamente ambientais, como a validação de créditos por redução de emissões de CO2.
É difícil contestar uma prova empírica tão abrangente e como esta de que o etanol é mais eficiente do que se imaginava. Meu carro não é flex (e também não é muito econômico), mas pensando no preço médio do etanol aqui no interior de São Paulo (R$ 2,10) e nos R$ 2,99 que pago pelo litro de suco de dinossauro, talvez não seja uma má ideia descolar um carro flex em um futuro próximo.
E aí na sua cidade? Com essa nova relação de eficiência, qual combustível é mais vantajoso? Você tem preferência por algum tipo?
[ Fotos: e / Sugestão de post: Bruno Cardenas ]