Neste fim de semana, enquanto o FlatOut organizava seu Sunset Meet a Ferrari tentou competir conosco fazendo sua Finali Mondiali em Daytona, nos EUA, onde aproveitou para anunciar não apenas um, mas dois novos modelos: a Ferrari 488 Challenge e a SP275 RW Competizione.
A primeira é uma versão de pista da 488 GTB, desenvolvida para o campeonato monomarca organizado pela própria Ferrari — e também o sexto modelo de sua linhagem. O motor é o mesmo 3.9 V8 biturbo da versão de rua, com os mesmos 670 cv, mas todo o restante foi extensamente modificado para torná-la digna do nome Challenge.
Começando pelo motor, ele perdeu 20 kg e ganhou uma nova ECU, com programação própria para competição. O escape de corrida, que dispensa todos os abafadores e canos extras do sistema de dois modos, elimina mais 20 kg do powertrain. Já são 40 kg a menos. O câmbio também é o mesmo do modelo de rua, porém usa relações mais curtas e uma programação voltada para o uso em pista.
As maiores modificações, contudo, aconteceram na aerodinâmica – o que alterou significativamente a carroceria da 488 Challenge. A mais evidente delas é a asa traseira, que é a mesma da 488 GTE, a versão de endurance da 488 lançada no final do ano passado. Depois vem a dianteira, que usa radiadores invertidos para otimizar o arrefecimento e reduzir o arrasto — e também exigem um par de dutos no capô como na 458 Speciale.
Com menos peso, um motor mais apimentado, um câmbio mais esperto e aerodinâmica avançada, o resultado não poderia ser menos que surpreendente: a 488 Challenge completou a volta no circuito de Fiorando em 1:15,5. Isso é 1 segundo mais rápido que a 458 Challenge Evo, 4,2 segundos mais rápido que a LaFerrari, e apenas 1,5 segundo mais lenta que a FXX-K.
O outro lançamento não é tão rápido quanto a 488 Challenge, mas é certamente muito mais especial que ela: a SP275 RW Competizione, produzida sob encomenda pelo programa Special Projects da Ferrari para algum cliente VIP que não estava satisfeito em ter uma “mera” F12berlinetta.
O modelo foi inspirado em uma das três únicas Ferrari 275 GTB/C Speciale produzidas em 1964, mais especificamente o modelo que integra a coleção do bilionário Preston Henn (aquele que processou a Ferrari por não deixá-lo comprar uma LaFerrari Aperta).
Como se vê, a inspiração foi além da pintura amarela: a dianteira é uma releitura moderna do design frontal da Ferrari clássica — o que também suavizou a dianteira agressiva da F12berlinetta comum.
As guelras laterais também são uma referência direta à 275, enquanto os farois parecem os mesmos da F60 America (também baseada na F12). Sob o longo capô está o atual V12 de 6,3 litros dos grand tourers da Ferrari, porém a marca não deixou claro se ele está calibrado na configuração de 780 cv da F12 TdF ou na versão de 740 cv da F12 comum.
O modelo foi encomendado pelo dentista norte-americano Rick Workman (daí o RW no nome do supercarro), e foi apresentado ao lado de outros modelos V12 Special Projects como a P540 Superfast e a F60 America.