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Project Cars Project Cars #347

Um Fiat Marea Turbo de 240 cv: a história do Project Cars #347

Olá, entusiastas do Flatout! Meu nome é Danilo Poinho, 33 anos, de Atibaia/SP. Primeiro de tudo, obrigado pelos votos que me permitiram contar a história da minha Marea Turbo 2003, adquirida em novembro de 2010 – lá se vão quase 6 anos! Antes de chegar lá, porém, irei contar rapidamente a minha história com os Fiats que tive antes desta Marea Turbo.

Sou formado em Engenharia Mecatrônica, mas nunca atuei nesta área. Atualmente trabalho na área de Tecnologia da Informação, na cidade de São Paulo. Tenho outro carro para o dia-a-dia (um Hyundai i30 2012) e, eventualmente (às sextas-feiras, por exemplo) resolvo ir trabalhar (e me divirto) com a Marea Turbo, alvo deste Project Cars #347!

 

Mundo Fiat

O primeiro Fiat da família chegou quando eu tinha 10 anos. Era um Fiat Prêmio 1.5 álcool 1988. Foi o carro onde aprendi a dirigir e onde ajudava meu irmão mais velho a lavá-lo no fim de semana e limpar o carburador, que insistia em sujar e fazer o motor falhar. Após isso, 2 anos depois, meu pai apareceu em casa com um Tempra 2.0 8v zero km. Amor à primeira vista. O carro era sensacional, tinha tudo que um carro daquela época podia ter. Naquela época os primeiros turbos de fábrica no Brasil tinham acabado de sair do forno: o Uno Turbo e o Tempra Turbo os quais eu, particularmente, já considero dois clássicos automotivos brasileiros e difíceis de achar inteiros e originais. Nesse momento a palavra “turbo” e aquele “assovio” já tinham entrado na minha cabeça e não sairiam mais.

Chegam os tempos de faculdade e logo antes de terminá-la consegui comprar o meu primeiro carro, em 2004, e como não poderia ser diferente, foi um Fiat. Um Tempra Ouro 2.0 16V na cor verde, inteiro de tudo. Porém como nem tudo são flores, e por mais que nós tomemos cuidado no trânsito, outros não tomam, acabei colidindo com um motociclista em um cruzamento aqui na minha cidade. Felizmente foram apenas danos materiais. O motociclista reconheceu que estava errado e pagou todos os danos – sim, eu não tinha seguro.

Em 2007 vendi esse meu Tempra Ouro e comprei meu próximo carro! Sim! Outro Tempra! Mas desta vez a versão Turbo Stile 1997 com o motor 2ACT 2.0 i.e. Turbo, na cor Cinza Steel. Foi aí que comecei a participar de fóruns automotivos, em especial do TempraBR (TBR), onde conheci várias pessoas, fiz amigos, fui a encontros em SP e conheci mais do Tempra e do próprio mundo Fiat.

Esse meu Tempra Turbo Stile já era um pouco “mexido”. Pressão maior de turbina, rodando no álcool e suspensão preparada. A potência estimada eram uns 220cv, ante os 165cv dos Tempra Turbo originais.

Como disse no início, trabalho com TI e foi prestando consultoria nessa área que fui alocado em um projeto de sistemas na Fiat em Betim, aquela que produziu os carros nacionais que eu sempre gostei mais! De maio/2007 a março/2009 passando pelos carros recém-saídos da linha de produção ou passando pela linha de motores da FPT (Fiat Powertrain Technologies), foi um período sensacional.

Nessa época conheci o Emerson, o futuro mecânico/preparador desse Project Cars. Como moro em uma cidade de aproximadamente 140.000 habitantes, torna-se difícil encontrar mecânicos bons e confiáveis, e que ainda mexessem, sem olhar torto, para um Tempra Turbo. Então onde mandar meu Tempra Turbo Stile caso apresentasse algum problema? O meu irmão que acabou conhecendo ele, ouviu dizer que era muito bom, preparava vários carros na cidade, acertava carros turbinados, mas só mexia em motor AP.

Diferentemente de outros “mexânicos” que, vira e mexe, trombamos por aí, ele topou o desafio, primeiramente de mexer no meu TTS, e posteriormente nos carros da família que vieram na sequência (totalizando até hoje quatro Marea Turbo e duas Marea 2.0 20V aspiradas), sejam eles originais ou preparados. Desde então, é o mecânico/preparador particular dos meus carros e ficou especialista em todos os modelos de Marea (não por que ele queria logicamente), e será figura importante para as ideias, soluções e construção desse projeto.

 

Mundo das Mareas

No começo de 2009 comecei a procurar e pesquisar sobre o sucessor do Tempra: o Fiat Marea (uns chamam no masculino, eu chamo no feminino – “a Fiat Marea”). Mas não poderia ser qualquer Marea, tinha de ser a versão Turbo, com 182cv originais de fábrica, com o famoso motor Fivetech 2.0 20V Turbo, o mesmo que equipa o Fiat Coupé 2.0 20V Turbo, porém na versão européia esse motor rende 220cv.

Fiat_Coupé_2.0 20V Turbo

Coincidentemente eu e meu irmão acabamos por comprar uma Marea Turbo cada um. Ele uma versão 2001 cinza e eu uma 1999 Preto Vulcano, carinhosamente chamada de Blackout, ambas sedan. Uma coisa que senti falta, em relação ao Tempra Turbo Stile, foi em relação ao painel de instrumentos. Todos os Tempra Turbo possuem, de série, os mostradores de pressão de óleo, temperatura de óleo e pressão de turbo, o meu TTS ainda possuía ar condicionado digital e computador de bordo. A Marea já não possui e, nesse ponto, acho que a Fiat ficou devendo.

Com esta MT fiz uma viagem de Atibaia até Viçosa-MG para formatura de um amigo, onde passei por Belo Horizonte para buscar outro amigo. Algo em torno de 1600 km de percurso (ida e volta). O carro se comportou perfeitamente, respostas rápidas, confortável, estável. Até que em um dia chuvoso na Fernão Dias, indo para São Paulo, rodei na frente de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, logo após ultrapassá-la, colidindo com a mureta central. Seria trágico se não fosse cômico. Novamente somente danos materiais e um leve estrago na frente.

 

The Lady in Red

Depois deste acidente, passei a procurar outra Marea Turbo, mas tinha de ser “a” Marea Turbo. “Bad boy” e a cor só podia ser uma: Vermelho Alpine. Procurava uma apenas com uma leve preparação. Algo em torno dos 250cv de potência, ou seja, mais forte que uma original e que o meu Tempra Turbo. Não queria, e nem planejava, fazer nada mais, além disso.

MT vermelha - roda punto #4

Após algum tempo pesquisando, encontrei um anúncio na web de uma à venda em São Paulo, com um preço dentro do quanto poderia pagar. Ainda estava com o Tempra Turbo Stile e com a Marea Turbo preta e iria enfiar outra na garagem da casa da minha mãe. Imaginem a reação dela.

Em um domingo fui com meu irmão vê-la e, logo ao ouvir o ronco dela saindo da garagem do prédio do antigo dono, já tinha certeza que ela tinha de ser minha. Dei uma volta com o dono pela região e praticamente fechamos negócio. Um dia depois fui buscá-la. A Dama de Vermelho iria mudar de casa.

Encontrei duas fotos dela no CDM (Clube do Marea) do antigo dono em um track day, se não me engano, em Curitiba.

Ela estava com a seguinte configuração:

  • Upgrade de turbina Master Power, rodando com 1,4kg de pressão
  • Escape de 2,25”
  • Coluna de instrumentos Autogauge Smoke com mostradores de pressão de turbo, pressão de óleo e pressão de combustível
  • Shift light Cronomac
  • Rodas originais calçadas com pneus Yokohama 205/55R15
  • Chip de potência, rodando na gasolina

Voltando com ela de SP para Atibaia, já deu para perceber que ela estava bem mais forte que uma original já que meu irmão estava voltando com a MT preta original. Tinha certeza que havia feito novamente uma escolha certa.

Só que chegando em casa, ao entrar na rua de casa, a embreagem quebrou. Isso mesmo. Mal havia pegado o carro e a embreagem deu adeus.

Liguei para o antigo dono e ele muito gentilmente disse que estava na garantia e iria mandar um guincho buscá-la. Alguns dias depois o conserto foi feito e, agora sim, eu poderia iniciar a minha saga com ela.

Nos primeiros dias percebi que ela falhava bastante na fase fria, porém quando o motor esquentava ficava normal. Talvez algo na programação do chip. No meio tempo acabei por vender o Tempra Turbo (este ainda ficou na família e está até hoje) e a Marea Turbo preta. Então nada melhor de começar do que sabendo qual a potência com que ela estava.

Dino day - #9

O Emerson (mecânico/preparador) montou um Dynoday aqui em Atibaia e chamou os clientes dele para passarem os carros e saberem os números de potência, torque, etc. Fui com a minha Marea Turbo e ficou dentro das expectativas que o antigo dono me disse, com a configuração que falei acima.

1ª passagem: 241,2 cv na roda a 5.724 rpm, 33kgfm de torque a 4.940 rpm

MT Vermelha - gráfico Dino - passagem #1

2ª passagem: 238,9 cv na roda a 5.285 rpm, 37 kgfm de torque a 3.768 rpm

MT Vermelha - gráfico Dino - passagem #2

3ª passagem: 232,6 cv na roda a 5.037 rpm, 35 kgfm de torque a 4.135 rpm

MT Vermelha - gráfico Dino - passagem #3

Os números obtidos foram relativamente acima se comparados com os 182cv de motor (a 6000rpm) e 27 kgfm de torque (a 2750 rpm) de uma Marea Turbo original.

Seguem os vídeos de duas passagens:

Alguns dias depois, hora de colocar rodas novas e maiores! As escolhidas foram as rodas do Punto Sporting 2011, calçadas com pneus 205/40R17, que futuramente se mostraram uma escolha não muito boa.

Com a conhecida qualidade do asfalto de nossas ruas e rodovias, o resultado não podia ser diferente: rodas amassadas e posterior troca dos pneus pelos 205/45R17, perfil um pouco mais alto. Achei que esses pneus casam perfeitamente na Marea, não raspam e esteticamente o carro fica mais bonito. Mas esse assunto das rodas e pneus ainda não termina aqui e serão comentados nos próximos posts!

 

Cenas dos próximos capítulos

Esse foi o primeiro post do Project Cars #347, contando um pouco da minha história e da Dama de Vermelho. Ainda há muito que contar. Pequenas alterações externas como colocação de teto solar (duas vezes!), quebras de motores, de embreagem de novo, até que a brincadeira começou a ficar séria e o sangue Fast and Furious começou a correr de vez nas veias. Com a pitada de ajuda do anjinho do mal que é o meu mecânico Emerson virão motor forjado, injeção programável, intercooler frontal, escape redimensionado, novos comandos, nova embreagem, dificuldade de se achar algumas peças, descaso de concessionárias com Mareas e outros! A ideia é chegar a 500cv de potência! Até o próximo post!

Por Danilo Poinho, Project Cars #347

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