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Fiat Seicento Michael Schumacher: o pequeno “hot hatch” de 54 cv assinado pelo heptacampeão mundial de F1

Neste mês de dezembro completarão cinco anos desde que o heptacampeão de Fórmula 1, Michael Schumacher sofreu um acidente de esqui nos Alpes Franceses, em dezembro de 2013. Desde então ele sobrevive com a ajuda de aparelhos e sua família se esforça bastante para preservar sua imagem e garantir que sua privacidade seja respeitada.

É perfeitamente compreensível – faz muito mais sentido que a família de Schumi, que completa 50 anos daqui a exatamente um mês, prefira que o mundo se lembre do piloto gozando de plena saúde, conquistando sete títulos em onze anos (de 1994 a 2004). Além disso, Schumacher sempre foi bastante reservado quanto a sua vida pessoal antes de se aposentar, portanto faz sentido que seus familiares prefiram que as coisas continuem assim.

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Aliás, é justamente a discrição de Schumacher, que preferia muito mais ser notícia por seu desempenho na pista do que por qualquer outra coisa, um dos fatores que tornam o carro sobre o qual viemos falar hoje tão interessante: o Fiat Seicento Sporting Michael Schumacher, vendido entre 2001 e 2003. A campanha de lançamento do pequeno hatchback apimentado mostrava um Schumi bem humorado, tentando atravessar o caótico trânsito das ruas italianas com seu carro de Fórmula 1 – ao que tudo indica, uma réplica da Ferrari F1-2000, que era movida por V10 de três litros. Ele decide, então, parar em uma concessionária Fiat, onde está exposto um Seicento Michael Schumacher amarelo, e pergunta: “tem vermelho?”

Fazia todo o sentido que Schumacher fosse garoto propaganda de um carro da Fiat – a toda-poderosa companhia italiana ainda era dona da Ferrari, e o piloto alemão havia acabado de conquistar seu primeiro título pela Scuderia, onde estava desde 1996. Era o terceiro título de sua carreira – os outros dois haviam sido conquistados quando Schumacher estava na Benetton.

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O que surpreende é o carro em si: um obscuro hatchback subcompacto fabricado na Polônia pelo braço da Fiat no Leste Europeu, com tração dianteira e espaço apenas para quatro pessoas. Não é de se imaginar que a Fiat escolheria um modelo, digamos, mais nobre para criar uma série especial com o grande astro de sua equipe de Fórmula 1?

Acontece que  o Fiat Seicento Abarth Sporting até que era interessante – especialmente aos olhos de quem gosta de carros pequenos e leves, e sabe que nem sempre a diversão ao volante tem a ver com potência absurda.

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Talvez você lembre dos posts que fizemos explicando a relação da Fiat com a indústria automotiva polonesa (parte 1 e parte 2), e o modo como o pequeno Fiat 126 – um city car com motor traseiro feito com base no clássico 500, usando a mesma plataforma, porém com um carroceria retilínea que lembrava bastante um Fiat 147 ainda menor – tornou-se um dos carros mais populares da Polônia. Ele era tão popular, na verdade, que foi produzido por 28 anos, entre 1972 e 2000, sem maiores alterações.

Isto posto, no início da década de 1990 a Fiat Polonesa decidiu dar ao 126 um sucessor – um carro mais moderno, com motor e tração na dianteira, como manda a receita de um carro pequeno moderno (embora existam exceções interessantes, como o atual Renault Twingo). Ele tinha uma plataforma nova, suspensão independente nas quatro rodas, freios a disco na dianteira, e até mesmo zonas de deformação programada – além de adotar componentes de aço galvanizado na estrutura para mitigar problemas de corrosão, que eram o pior pesadelo dos donos dos Fiat antigos.

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Um detalhe curioso é que o menor motor utilizado pelo Fiat Cinquecento era um dois-cilindros de 704 cm³ e 31 cv montado na longitudinal, mas os motores maiores, de quatro cilindros e deslocamento de 899 e 903 cm³, eram montados na transversal. Assim, o Fiat Cinquecento tornou-se um dos poucos modelos de automóveis a utilizar duas configurações mecânicas distintas em um mesmo ano.

O visual do Cinquecento era assinado por Ermanno Cressoni, projetista que era o diretor do Centro Stile Fiat e supervisionou o design de carros como o belo Fiat Barchetta e o polêmico Fiat Coupe. Walter de Silva e Chris Bangle foram dois dos membros de sua equipe, e depois se tornaram projetistas influentes e respeitados. O Cinquecento foi vendido até 1998, quando a Fiat colocou no mercado seu sucessor – o Seicento.

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Se o Cinquecento recebeu este nome como homenagem ao Fiat 500 clássico, o Seicento foi batizado em homenagem ao Fiat 600 – que era o irmão maior e mais velho do 500. Ele era, basicamente, uma versão atualizada do Cinquecento, com linhas mais arredondadas e a mesma plataforma. As medidas eram praticamente as mesmas: ambos tinham 2,20 metros de entre-eixos e, mas o Seicento era 10 cm mais longo com 3,33 metros; 1 cm mais largo com 1,50 metro, e 6 cm mais baixo com 1,48 m.

O Seicento foi um sucesso – ele foi importado para o lado ocidental da Europa, especialmente para a Itália e o Reino Unido, até 2010, quando saiu de linha sem deixar sucessor. Seu nicho foi ocupado pelo Fiat Nuova Panda, lançado me 2003, e pelo atual Fiat 500, que começou a ser produzido na fábrica da Fiat em Tychy, na Polônia, em 2007.

Conhecida por sua boa reputação entre os fãs de compactos esportivos, a Fiat decidiu dar ao Seicento uma versão apimentada de baixo custo. Para isto, aproveitou o motor Fire de 1,1 litro utilizado pelo Punto da época e, praticamente sem alterações, o colocou no cofre do Seicento – algo que já havia feito com o Cinquecento. O resultado foi o Fiat Seicento Sporting Abarth, que além do motor mais potente da linha com seus… 54 cv, tinha decoração esportiva, rodas de liga leve de 13 polegadas, um body kit consideravelmente mais agressivo, suspensão mais baixa e interior com acabamento de couro combinando com a cor da carroceria.

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O motor Fire era praticamente idêntico ao que tivemos nos Fiat brasileiros fabricados entre 2001 e 2016 (e que foi ressuscitado na linha 2019 do Uno). O aspecto externo do motor é exatamente o mesmo, bem como a construção com bloco de ferro fundido e comando de válvulas no cabeçote de alumínio. Seus 54 cv a 5.500 rpm e 8,8 mkgf de torque a 3.250 rpm, aliados a uma caixa manual de cinco marchas, era suficiente para que o Seicento Sporting fosse de zero a 100 km/h em 13,4 segundos, com velocidade máxima de 150 km/h. Não era um carro rápido no sentido tradicional da palavra – ou em qualquer outro sentido na verdade.

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O curioso é que o Fiat Seicento Sporting Michael Schumacher era um carro praticamente idêntico ao Sporting comum, exceto por detalhes estéticos – emblemas especiais na tampa traseira, no para-choque dianteiro e nas saias laterais, e uma plaqueta numerada na porta do passageiro. A suspensão, contudo, era mais firme e as relações do câmbio eram mais próximas, baixando o tempo de zero a 100 km/h de 13,4 para 13,2 segundos.

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Agora, embora não fosse rápido em linha reta, o Seicento Sporting Michael Schumacher compensava nas curvas: a suspensão com geometria definida pela Abarth e os pneus mais largos, de medidas 165/55/13, garantiam pouca rolagem nas curvas e bastante estabilidade.

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Foram feitos 5.000 exemplares numerados do Fiat Seicento Sporting Michael Schumacher entre 2001 e 2003.

 

Bônus: Stilo Schumacher

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Dois anos depois, em 2005, a Fiat lançou o Stilo Schumacher, que teve versões no Brasil e na Europa. A “nossa” versão, utilizava um motor 1.8 16v de 122 cv, de origem General Motors, e era capaz de ir de zero a 100 km/h em 10,3 segundos, com máxima de 195 km/h. A decoração era muito parecida com o que se via no Seicento Michael Schumacher – até mesmo o desenho e o posicionamento dos emblemas era semelhante.

Embora tivesse desempenho até que satisfatório, o Stilo Schumacher não era o mais potente da linha – este era o Stilo Abarth, que tinha motor 2.4 Fivetech de 167 cv. A versão Schumacher, porém, conquistava pelo visual e pelo nível de equipamentos, que incluíam bancos de couro, sistema de som com MP3, bancos de couro e teto solar SkyWindow.

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Na Europa o Fiat Stilo Schumacher tinha o sobrenome GP, e era um carro mais radical: além de ser oferecido com a bonita carroceria de duas portas que jamais chegou ao Brasil, o Stilo Schumacher GP era movido por uma versão de 170 cv do motor Fivetech de 2,4 litros e era capaz de ir de zero a 100 km/h em 9,1 segundos, com velocidade máxima de 224 km/h.

A melhor parte, porém, é que o carro foi acertado pela famosa equipe de rali britânica Prodrive, que adicionou à receita molas esportivas Eibach, rodas OZ Superturismo de 18×7 polegadas e um sistema de escape com abafador em aço inox com duas saídas. Foram feitos apenas 200 exemplares.