Fala pessoal, tudo bem? No último Post eu terminei falando sobre a compra do Uno, que foi o carro escolhido para o projeto. Agora com motor e carro nas mãos, eu dei aquele primeiro suspiro de…”agora tem que fazer, não tem mais desculpa”.
Tirei a roda traseira do carro pela primeira vez para fazer as medições de espaço e saber o que deveria ser feito. Seguindo dimensões de roda e pneus que seriam usados e geometria da manga de eixo, eu poderia saber o quanto que eu teria que modificar a caixa de roda para receber a nova suspensão que agora seria um conjunto para tracionar o carro. De acordo com as medições e devidos cálculos para manter uma boa geometria em roll center, roll axis, bump steer etc, foram escolhidos o restante dos componentes da suspensão.
Enquanto eu procurava e comprava os componentes, fechei negócio com o primeiro funileiro e mandei o carro para ele. Digo primeiro, pois me deu uma tremenda dor de cabeça e tive que terminar o serviço em outro lugar.
O serviço combinado seria substituir painel dianteiro, para-lamas e capô, painel traseiro e tampa do porta-malas, alinhar tudo e preparar o carro para a pintura. Aproveitei que o carro seria pintado por inteiro e substituí os itens para ficar com a aparência do Mille que até então ainda era vendido pela Fiat.
Muita gente vai perguntar porque não deixei com a aparência do Uno original. O simples motivo da troca foi o trabalho mal feito por algum dos antigos donos do carro, que já tinha trocado a dianteira pela dos Uno mais novos, os chamados “chinesinhos” (1991-2003). Então se eu já teria um carro diferente do original, que fosse do último modelo e fosse bem feito.
Como já comentado em outros Project Cars e por muitos amigos que levaram seus carros a um funileiro com um trabalho grande a ser feito, com muita dificuldade e insistência consegui que as peças fossem trocadas e alinhadas. Mas todos os carros com pequenos reparos passavam na frente do meu e a etapa de preparação para pintura simplesmente não chegava. Depois de muitas promessas não cumpridas decidi retirar o carro de lá.
Como os funcionários da minha empresa estavam meio ociosos, não levei o carro para outro funileiro. Levei o carro para empresa para iniciar os trabalhos de corte e solda.
Chegando lá a primeira coisa a se fazer foi pesar o carro. Como pode ser visto na imagem, o Uno 1.5R 1987 pesou 864,5kg e tinha originalmente a distribuição de peso de 65,8% (568,8kg) na dianteira e 34,2% (295,6kg) na traseira.
Configurações de carros com motor central são as melhores possíveis pois permitem deixar a distribuição de peso entre eixo dianteiro e traseiro em 50-50 e deixam o carro com baixo Momento de Inércia Polar (concentração de massa no centro do carro, como na imagem abaixo, e não nas extremidades, o que causaria desequilíbrio dinâmico). Distribuição que o mundo inteiro que trabalha com competição busca para aproveitar ao máximo a performance do carro e baixar tempo na pista.
Para ancorar a nova suspensão, a parte traseira foi modificada. A caixa de roda teve que ser ampliada para ter lugar para o conjunto amortecedor e mola. O assoalho teve que ser recortado para abrir espaço para o motor e suportes. Para ter mais recursos nos ajustes de cambagem, a caixa de roda na sua parte superior também recebeu Camber Plate. Foi instalado também uma gaiola com tubos de Aço 4130.
A segunda fase da funilaria, e a primeira partida do motor já instalado no carro serão os assuntos do próximo post. Abraço a todos.
Por Edson Terra, Project Cars #38