Fala galera do FlatOut! Meu nome é Henrique Costa, mas sou mais conhecido como “Hanks” mesmo. Tenho 21 anos, sou universitário e estou fazendo (ou tentando) o curso de Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Estou aqui para apresentar para vocês o meu carro: um Ford Maverick 1977, modelo Super, com motor quatro cilindros. Ou era.
Este carro entrou na minha vida há seis anos, quando eu tinha apenas 15. Tudo começou quando decidi que iria pegar uma merrequinha que eu tinha guardada no banco pra comprar qualquer podreira com potencial para ser um carro legal. Claro que eu não tinha a grana pra comprar um Maverick, mas graças a uma ajudinha do meu velho, acabei conseguindo levar esse branquelo aí embaixo pra casa.
Lembro do primeiro dia com ele como se fosse ontem. Foi exatamente como no post “como dirigir um carro antigo sem se matar, morrer de medo ou fazer cagada“. A direção do Maverick, que já é uma tranqueira por dar mais de seis, isso mesmo, seis voltas de batente a batente, tinha uma folga monstruosa que poderia chamar de “férias”. O carburador estava totalmente desregulado e nem lenta o carro tinha. O câmbio desconhecia o significado da palavra precisão. O freio, não, sério, nem vale a pena falar dele. Mas o mais legal era a ventoinha mecânica (acoplada ao virabrequim): algum gênio montou ela ao contrário, o que fazia com que o carro não esquentasse até os 60km/h e nem acima dos 70, mas andando entre 60 e 70, era só contar até dez e ver o Maverick honrar sua fama.
Durante algum tempo eu levei este Ford de mecânico em mecânico tentando resolver esses problemas mais básicos, mas cada vez que o carro voltava aparecia um novo risco na pintura, um problema que não tinha antes, um serviço mal feito. Sem confiar em mais ninguém senão eu mesmo pra mexer nele, peguei minhas ferramentas e comecei a consertar o Maverick por conta própria. Minhas ferramentas se limitavam a uma fenda, uma Phillips, uma chave de vela 16 mm de motosserra e um jogo de chaves combinadas chinesas de 10 a 22 mm – sendo que a 14 tinha a boca tão empenada que só servia pra tirar parafusos 16 mm.
Nesse embalo eu troquei a bomba de combustível, dei aquele talento no solecão (Solex) 34, troquei os retrovisores pelos modelos “Monza” do GT, inverti a ventoinha de arrefecimento pro lado certo, troquei platinado, condensador, bobina, velas e cabos, reformei o painel e já conseguia dar umas voltinhas pelo bairro sem parecer que meu carro era uma máquina de lavar com faixas pretas.
Acontece que um dia eu cheguei a conclusão que o negócio era desmontar o carro e fazer tudo novo: mecânica V8, direção hidráulica, suspensão, freios… E aí meus caros, fui contra os , e comecei a tocar o terror no Maveco. O prato principal é o motor 351 Windsor, que é da mesma família do 302 que equipa o Maverick GT V8 brasileiro, mas dentre outras mudanças, tem ordem de ignição diferente e o deck dos cilindros é 32,5 mm mais alto, o que permite um curso de virabrequim mais longo, com 3,5″ (o 302 tem curso de 3″). Mas não é só: o Street Warrior traz transmissão Borg Warner Tremec T-5, suspensão refeita, pneus e rodas de competição e várias outras atrocidades contra o clube do frisinho que serão detalhadas nas próximas aparições do Maveco aqui no FlatOut. Um grande abraço e nos vemos em breve!
Por Henrique “Hanks” Costa, Project Cars #47