muitas frases malucas idiotas mas ainda assim sensacionais foram atribuidas a enzo ferrari durante e depois de sua passagem pela terra nunca saberemos se ele realmente disse todas elas ou se apenas sao mais uma parte do mito que se criou ao redor desta interessantissima figura com certeza cabem perfeitamente na sua indole e personalidade; se nao as disse certamente pensou algo semelhante a que gosto mais aerodinamica e para gente que nao sabe fazer motores mas a que interessa realmente aqui para nossa historia de hoje e outra supostamente dita por ele durante a adoçao de freios a disco pela jaguar nos anos 1950 eu faço meus carros para andar nao parar e uma frase que reflete muito bem o pensamento da nascente industria do automovel no seu inicio o que interessava o que fez ele possivel na verdade era o motor interessava colocar aquelas carruagens precarias em movimento; para las era uma preocupaçao secundaria mesmo porque as velocidades eram baixas e o transito era tranquilo espaço para parar existia esta e uma filosofia que permanece por muito tempo os freios sempre atras da capacidade de velocidade do automovel quase uma tradiçao a frase de ferrari se foi dita foi dita depois da segunda guerra mundial o que mostra que por mais da metade de sua historia parar o carro era preocupaçao secundaria mas hoje nao mais a capacidade de frenagem junto com pneus e suspensoes e o que faz a dinamica de um carro moderno tao incrivel carros andando a mais de 400 km/h existem desde 1932 mas carros que tem freios condizentes com o alto desempenho do motor e um fenomeno bem recente praticamente do seculo xxi muito disso e fruto de pneus e suspensoes mais eficientes mas tambem claro da evoluçao de sistemas eletronicos de controle como o abs e de novos materiais de atrito mas o freio a disco de circuito hidraulico duplo permanece o sistema basico de uso universal por isso mesmo muita gente hoje em dia por pura desinformaçao tem ate medo de sistemas mais antigos tremem ao saber que um carro nao tem abs e pior ainda tambores nas quatro rodas estes parecem algo que nao tem lugar mais no mundo a quantidade de carros antigos convertidos a disco aumenta a todo dia claro que em alguns casos e uma opçao interessante para segurança mas nao quer dizer que todo sistema de freio a tambor e ruim claro que existe um motivo para que todo mundo use discos hoje em dia; realmente e o melhor sistema sem sombra de duvida mas sabemos que nao existe almoço de graça; sempre que se ganha algo se perde tambem outra coisa vamos explicar aqui estas diferenças de freio a tambor e disco com o objetivo de apenas e tao somente tirar esse medo bobo de tambores sabemos que discos sao melhores; mas melhores em que especificamente antes porem voces ja sabem um pouco de contexto historico para entendermos melhor o assunto um inicio lento no inicio do automovel os freios eram como de carruagens blocos de madeira nas rodas cintas nos eixos coisas assim o triciclo benz de 1886 marco zero da industria tinha uma simples tira de couro que acionada por uma alavanca parava as rodas traseiras parece que wilhelm maybach fez o primeiro freio a tambor da historia mas pouco se sabe disso; o fato e que a primeira patente e de louis renault o famoso pioneiro de paris em 1902 mas o freio de renault ainda nao era o que conhecemos era externo as sapatas abraçando o tambor por fora e e claro so nas rodas traseiras [caption id= attachment_291554 align= aligncenter width= 999 ] duesenberg model a freios hidraulicos nas quatro rodas[/caption] um parentese aqui sobre isso os freios so na traseira parece incrivel olhando de hoje mas e verdade antes dos anos 1920 ninguem tinha coragem de colocar freios nas quatro rodas do automovel era uma temeridade todo mundo achava que travando as rodas dianteiras o carro perderia o controle totalmente alguns mais medrosos falavam ate em capotamento de frente serio gente a segurança dos freios somente atras era indiscutivel hoje sabemos que isso e uma grande bobagem capotamento de frente e impossivel logico a nao ser em certos furgoezinhos asiaticos descarregados com centro de gravidade alto motor dianteiro e entre eixos minusculo o freio dianteiro sabemos hoje faz praticamente toda frenagem e o traseiro e mero coadjuvante modula lo para nao ocorrer travamento e com isso perda de controle era comum e facil de aprender todo motorista dominando rapidamente a arte instintivamente [caption id= attachment_291556 align= aligncenter width= 999 ] lambda 1922 com freios nas quatro rodas [/caption] era uma nova forma de controle sobre o veiculo util e transparente especialmente em carros de traçao traseira ajuda a termos controle sobre os dois eixos um com direçao e freio outro com acelerador num carro moderno algo em torno de 70% da frenagem e realizada pelo eixo dianteiro este e um dado importante; falaremos mais sobre ele mais adiante mas divago; voltando ao fio da meada o freio a tambor como conhecemos logo aparece sapatas internas em um tambor que quando acionadas se moviam num movimento de expansao ainda era acionado por cabos retorno por mola como hoje e antes do descobrimento da articulaçao inferior auto ajustavel mais tarde ainda precisava de ajuste conforme o tambor ia desgastando mas era como e hoje [caption id= attachment_291558 align= aligncenter width= 999 ] o duesenberg vencedor do gm da frança de 1921 freios hidraulicos nas 4 rodas [/caption] em 1917 o pioneiro da aviaçao californiano malcolm loughead cria e consegue uma patente num sistema de freios hidraulicos e nas quatro rodas com cilindros pressionando fluidos o esforço de movimento era menor e ajustes de tensao e folga de cabos desnecessarios era muito mais eficiente mas foi outro sistema que demorou a ser aceito na cabeça da gente um cabo ou varao fisico e muito mais seguro; fluido pode vazar e ai a rolls royce nao quer arriscar em 1919 inventa um servofreio mecanico para reduzir esforço de seu sistema de cabos e varoes que e usado por anos mesmo quando a empresa adota finalmente freios nas quatro rodas [caption id= attachment_291557 align= aligncenter width= 756 ] o servo mecanico rolls royce complexo [/caption] em 1921 aparece o duesenberg modelo a com freios hidraulicos nas quatro rodas no sistema lockheed malcolm loughead e seu irmao adotaram a pronuncia fonetica de seu nome como real cansados de ouvi lo errado a empresa de aviaçao fundada em 1926 faria o novo nome famoso uma verdadeira revoluçao em força e eficiencia de frenagem em 1921 a marca americana dos irmaos duesenberg vence o gp da frança usando freios hidraulicos nas quatro rodas um grande impulso de propaganda para o sistema o fluido era agua mesmo apenas com glicerina adicionada para aumentar o ponto de ebuliçao e nao congelar parado note que aqui freio nas quatro rodas era por dois acionamentos um pedal para a dianteira uma alavanca para a traseira foi necessario que marc birkigt o famoso engenheiro suiço da hispano suiza inventasse um sistema em que tudo era operado por um pedal apenas ao redor de 1925 ja era praticamente a norma da industria mais tarde o vacuo de admissao seria usado para reduzir a força de frenagem o que de novo ajudou sobremaneira a força disponivel nas rodas para parar o carro [caption id= attachment_291559 align= aligncenter width= 999 ] hispano suiza h6 um pedal freia as quatro rodas [/caption] e o disco de freio embora existisse em patentes desde o inicio do automovel notadamente em uma emitida em 1902 pelo indefectivel dr frederick lanchaster seu uso nunca foi perseguido para automoveis foi necessaria uma segunda guerra mundial e o progresso da aviaçao nela para que se descobrissem suas reais vantagens discos finalmente o problema que fez voltar o estudo dos discos nao foi o de potencia de frenagem na verdade a potencia de frenagem dos tambores sempre foi excelente pode se alem de duplicar os cilindros de roda aumentar nao so o diametro do tambor mas tambem sua largura assim mesmo em rodas de diametro pequeno pode se ter freios potentissimos sim o freio a tambor pode ser dimensionado para ser tao forte quanto qualquer disco [caption id= attachment_291560 align= aligncenter width= 999 ] um dos primeiros freios a disco dunlop para trem de pouso [/caption] nao a grande vantagem do disco e outra que se tornou aparente em automoveis somente no pos guerra e em competiçao fading perda de força de frenagem por aquecimento por isso apareceu na guerra e em avioes cada vez maiores e mais velozes os freios dos trem de pouso rapidamente superaqueciam e perdiam sua eficiencia algo precisava ser feito e este algo eram os freios a disco tudo porque o disco um relativamente fino disco de ferro fundido recebia seu freio de atrito a pastilha em sua lateral e nao no perimetro interno como o tambor desta forma quando a temperatura sobe uma das causas do fading em tambores desaparece o tambor expandindo para longe das sapatas permanece ainda a ebuliçao do fluido hidraulico e a diminuiçao do atrito mas ja era muito melhor e mais tudo fica muito mais exposto ao vento; o tambor era na verdade uma panela com o calor subindo primeiro dentro dela praticamente resolveu o problema nas aeronaves e apareceu inclusive em tanques alemaes durante a guerra [caption id= attachment_291561 align= aligncenter width= 999 ] dunlop serie 1 automovel [/caption] no pos guerra nao demorou a aparecer em automoveis nos eua ja em 1948 apareciam os pequenos crossley primeiro carro de serie com freios a disco mas este era um carro estranho quase de brinquedo e poucos notaram a inovaçao a dunlop um dos pioneiros em discos na aviaçao resolve desenvolver um sistema para uso em automoveis e a jaguar os adota em seus carros de competiçao em 1953 ganhava le mans com freios a disco mesmo frente a ferraris mais potentes todo mundo entendeu imediatamente que o caminho futuro era este [caption id= attachment_291563 align= aligncenter width= 999 ] reparem o tamanho dos tambores inboard de aluminio mercedes benz slr 1955[/caption] mas obviamente demora para se tornar universal a porsche e um bom exemplo seus freios a tambor eram sensacionais e serviam como parte da roda tambem cinco parafusos quase na extremidade dos tambores faziam as rodas em si baixa massa nao suspensa diametro grande e area de atrito enorme eficiencia termica melhor que dos discos da epoca principalmente porque seus carros eram leves mas eventualmente tambem cria seu disco inicialmente um original caliper interno para usar todo diametro interno da roda o sistema permitia o maior disco possivel para um dado diametro de roda; sem a pinça na periferia o disco poderia ir ate o maximo que podia dentro da roda no carrera 2 a pinça era de aluminio com dois pistoes e o diametro do disco chegava a 11 8 polegadas em uma roda aro 13 tambem era bem leve apenas 300g a mais que o freio a tambor o disco normal era quase 4 kg mais pesado acaba porem por adotar o mais comum sistema dunlop em 1964 [caption id= attachment_291564 align= aligncenter width= 999 ] o slr e seus imensos tambores de novo [/caption] o que nos leva a um problema do freio a disco era realmente mais pesado atrapalhando o trabalho das suspensoes e diminuindo o desempenho geral por isso em 1954 e 1955 a mercedes benz usa enormes tambores de aluminio fora da rodas inboard em seus vitoriosos carros de formula 1 e le mans mas em alguns anos de evoluçao mesmo continuando mais pesado as vantagens do disco eram claras e ele vai lentamente tomando o lugar do tambor em 1955 o citroen ds e o primeiro carro de alto volume com eles e dai em diante o seu uso so aumentou [caption id= attachment_291570 align= aligncenter width= 999 ] o dunlop de competiçao do jaguar d type[/caption] a dunlop faz mais que apenas popularizar os discos coloca a venda tambem o primeiro sistema antitravamento precursor do abs de novo o desenvolvimento começa no ar a partir de 1952 os novos avioes de passageiros a jato sao os primeiros a receber o sistema mecanico antitravamento da dunlop chamado de maxaret como nao poderia deixar de ser a dunlop imagina que o que e bom para aviao e bom para carro e tenta vender seu sistema maxaret para a industria o sistema era simples conceitualmente se um pouco complexo e caro em execuçao uma unidade de sensoriamento mecanica era acoplada a cada roda nesta unidade uma pequena roda de peso calibrado gira junto com a roda do veiculo acionada por um acoplamento em que uma mola e usada para detectar quando a desaceleraçao da roda e muito grande travamento quando a mola deflete denotando travamento abre passagens para o fluido hidraulico de frenagem diminuindo a pressao e a força de frenagem a mola se alivia com a diminuiçao da desaceleraçao e fecha a passagem novamente voltando a frenagem maxima o ciclo se repete ad infinitum enquanto for necessario evitando o travamento [caption id= attachment_291573 align= aligncenter width= 999 ] disco de caliper interno da porsche[/caption] e na verdade o mesmo principio de um abs eletronico apenas o acionamento e detecçao sao mecanicos e menos eficientes por isso o primeiro carro a ser equipado com ele o jensen ff nao vendeu muito mas foi estudado pela bosch que a partir deste principio nos anos 1970 inventa o abs moderno tambor nao freia embora a supremacia do disco e clara e inquestionavel e interessante notar que muita gente se apressa hoje em dia em trocar os tambores originais de seus classicos de fim de semana mencionando segurança como o maior motivo ora e errado dizer que tambor nao freia bem sim em uso pesado tende a superaquecer mais facil que um disco mas e so claro tambem que existem sistemas mais antigos ineficientes subdimensionados que melhoram com um bom kit de disco moderno mas se deve entender que uma coisa e uma coisa outra coisa e outra coisa conjunto roda freio mais pesado e a troca que voce fara; nao ha almoço de graça em uso normal fora de pista um bom tambor funciona bem no carro que o recebeu originalmente mesmo o freio traseiro a tambor ainda vivo e que muitos ainda criticam esta longe de ser um problema muitas vezes e uma questao de marketing apenas por causa disso lembrem que 70% ou mais da frenagem e feita pelas rodas dianteiras veja os vw virtus msi e 200tsi de hoje carros de desempenho e peso quase identicos mas o mais caro tem discos atras uma olhada em ambos e suficiente para desconfiar dos motivos o tambor generoso e aletado para refrigeraçao do msi nao parece menos eficiente que o minusculo disco pequenininho do tsi provavelmente pesam o mesmo e tem desempenho igual mas o disco e mais caro imagem parece ser o motivo de seu uso aqui; fading em disco traseiro de virtus e coisa de ficçao [caption id= attachment_291567 align= aligncenter width= 999 ] virtus tsi cade o disco [/caption] mas nao ha duvidas que tirando carros baratos e comuns como esses os discos sao a melhor forma de frear a verdade sempre aparece mesmo que leve algum tempo e mesmo que gente ainda tente manter o antigo sistema ao que esta acostumado e conhece bem tradiçao e dificil de quebrar enzo ferrari sentiu isso na pele nos anos 1950 nenhuma frase engraçada mas centrada em tradiçoes ja ali ultrapassadas escondeu o fato de que seus incriveis motores ja nao eram por si so suficientes para se ganhar corridas a jaguar usava um motor bom mas no frigir dos ovos um motor de rua preparado em seus carros de le mans ainda assim durante os anos 1950 ganhou a prova nada menos que cinco vezes usando para isso tecnologias novas desprezadas pela tradiçao tradiçao esta que se tornava humana na pessoa de enzo [caption id= attachment_291571 align= aligncenter width= 999 ] jaguar d type[/caption] uma era a aerodinamica os c e d type obviamente cortavam a atmosfera com muito menos energia dispendida exponencialmente ao se aumentar a velocidade ao quadrado da velocidade como sabemos hoje e os jaguar usavam os pioneiros freios a disco dunlop como sabemos nao freava mais que os ferrari apenas freava por mais tempo em 24 horas de corrida significavam vitoria enzo eventualmente teve que jogar todos seus antigos preconceitos no lixo e começar de novo isso e que o fez grande nao as bobagens que falava por mais engraçadas que fossem pense nisso toda vez que rir de um meme sobre algo que nao bate com sua crença tradicional as vezes melhor mesmo e pensar um pouco sobre essas crenças de forma isenta e mudar de opiniao silenciosamente afinal quem fica parado e poste a humanidade tem que andar e para frente
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