O sonho de todo jovem entusiasta é um só: completar 18 anos, tirar a carteira de habilitação e comprar (ou ganhar) seu primeiro carro — e normalmente o anseio é tão grande que qualquer coisa que tenha quatro rodas, um motor e um volante serve. Mas é muito melhor se for o carro dos seus sonhos, não é?
Pois foi mais ou menos o que Thiago Bercer, morador de Assis Chateaubriand, no Paraná, fez. Por sorte, seu carro dos sonhos não era dos mais raros ou caros: ele sempre quis um Fusca. Só tem um detalhe: ele não tem carteira de motorista — porque crianças de 10 anos não podem dirigir legalmente neste País (ao menos por enquanto).
O sonho de Thiago nasceu da mesma forma que os sonhos de muitos de nós quando nos tornamos entusiastas: por influência do pai, o empresário Valdir Bercer. Valdir contou ao site de notícias que também comprou seu primeiro carro quando era bem jovem — e era, coincidentemente, um Fusca. “Fico feliz pois meu filho realizou o mesmo três anos mais novo”, ele diz.
Para tal, Thiago guardou todo o dinheiro que ganhou do pai e dos familiares por três anos — Valdir até abriu uma conta poupança para que o filho depositasse suas economias., Thiago revelou sua estratégia:
Sempre que meu pai saía da loja, sobravam moedas no bolso ele me dava, meus primos, primas, todo mundo me ajudou. Minha avó me dava notas de R$ 10 ou R$ 20 e falava ‘compra o que você quiser’, mas eu colocava tudo no banco.”
Mas não era só isso: ele dizia aos amigos que não queria presentes em seu aniversário, porque o dinheiro da compra seria mais bem aproveitado em sua poupança. Garoto esperto.
O resultado, em três anos, ele conseguiu juntar uma boa quantia. Boa quanto? Digamos que o suficiente para comprar um Fusca 1976 bege urano, até que bem conservado, por R$ 2.500. Foi o pai de Thiago quem comprou o carro e surpreendeu o filho.
“Meu pai pegou o dinheiro quando eu estava na escola e comprou o Fusca. Quando cheguei ele falou ‘olha que fusca bonito do outro lado da rua, vamos lá ver?’”, contou Thiago. “Quando chegamos perto ele me entregou a chave e disse que era meu”. A expressão do garoto nas fotos dá uma ideia de como ele deve ter se sentido na hora, não é?
Naturalmente, será o pai quem ficará ao volante do carro pelos próximos oito anos. “vamos usar o Fusca para ir pescar”. Mas ele já adianta que vai continuar juntando dinheiro até lá — para garantir a manutenção e, no futuro, transformar um Fusca em um jipe de trilha. Temos aqui um jovem gearhead com prioridades bem definidas!
[ Fotos: Portal Assis e arquivo pessoal ]