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GD T70: a experiência de pilotar um carro de corrida clássico com mecânica e tecnologia modernas

Os britânicos gostam de tratar seus carros como obras de arte – talvez até mais do que os italianos, que são conhecidos por seu senso estético. A diferença é que os britânicos parecem querer valorizar ainda mais o fato de seus esportivos serem feitos à mão, e colocam muito do esforço na missão de transformar seus carros em máquinas de devorar curvas. É por isto que existem tantas companhias britânicas especializadas em kit cars esportivos.

São empresas pequenas, porém muito competentes, que fabricam esportivos à moda antiga: artesanalmente, com componentes mecânicos de outras fabricantes e um foco muito grande na experiência ao volante. Nós somos grandes apreciadores deste tipo de carro: eles são alternativas originais a nomes consagrados, têm o visual exótico dos fora-de-série e são capazes de oferecer níveis absurdos de diversão ao volante. Caterham Seven e Ariel Atom são só os primeiros e mais comuns exemplos. Há uma infinidade destes kit cars no mercado britânico, e um dos mais legais provavelmente é o GD T70.

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Pelo nome, você já deve ter sacado qual foi a inspiração. Sim, o Lola T70, protótipo criado e fabricado no Reino Unido que acabou fazendo sucesso de verdade nos EUA, vencendo as temporadas de 1966 e 1967 da CanAm – ainda que, em 1966, o tenha conseguido com um britânico ao volante. Aliás, este mesmo britânico parece ter gostado muito da réplica feita pela Gardner Douglas Sports Cars:

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Este é John Surtees, que nos deixou recentemente, examinando um exemplar do GD T70. Ele parece aprovar o que vê e, honestamente, não nos surpreendemos: o GD T70 traz o visual do clássico Lola T70 com alguns elementos mais modernos e tem potência de sobra para justificá-lo.

A Gardner Douglas Sports Cars, ou simplesment GD Cars, já existe desde 1990 e começou, como diversas outras companhias especializadas em kit cars, produzindo réplicas do Shelby Cobra. O GD T70 é um de seus lançamentos mais recentes, e acabou roubando a atenção por ser mais original e exclusivo. E também, claro, pela experiência que proporciona.

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O carro é feito sobre um chassi tubular reforçado com painéis de alumínio, sobre o qual repousa uma carroceria de fibra de carbono bastante fiel às linhas do T70 MK2 original. De acordo com a GD Cars, os painéis de alumínio garantem proteção contra impactos laterais, e o tanque de combustível revestido com espuma é resistente a perfurações.

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A suspensão, projetada especificamente para a réplica (se é que dá para chamá-lo assim, dados os aperfeiçoamentos ao projeto original), traz braços triangulares sobrepostos e amortecedores inboard reguláveis na dianteira e na traseira. Rodas e pneus podem ser instalados de acordo com as especificações do cliente mas, por padrão, utiliza-se rodas de liga leve de 17 polegadas calçadas com pneus de medidas 245/40 na dianteira e 335/35 na traseira. Sim, são bem bifudos e garantem um bom nível de aderência. Os freios são da AP Racing, com discos ventilados e pinças de quatro pistões na dianteira e na traseira.

Steve Sutcliffe, da Autocar, deu uma volta em um deles recentemente e elogiou a comunicatividade da direção, a agilidade nas curvas e até mesmo a tendência ao sobre-esterço (cortesia da calibragem da suspensão e do peso do motor V8 GM atrás dos bancos), que pode assustar os incautos mas, ao mesmo tempo, recompensa os mais experientes.

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O GD T70 vem equipado com motores V8 da família LS da General Motors, com potência que varia entre 450 cv (com o motor de 6,2 litros naturalmente aspirado encontrado no Chevrolet Camaro e em outros modelos da GM) e mais de 700 cv (com o V8 LS7 de sete litros, muito parecido com o usado pelo Corvette Z06 da geração passada). Com o motor de 450 cv, o GD T70 vai até os 100 km/h em 3,8 segundos. Já um exemplar dos mais potentes percorreu os mais de 20 km de Nürburgring Nordschleife em 7:29s recentemente, e sua volta é impressionante:

O câmbio, um transeixo de origem Porsche (instalado de forma invertida, pois o motor do GD T70 é central-traseiro), é sempre manual, de cinco ou seis marchas. A GD Cars oferece como opcional um diferencial de deslizamento limitado.

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Outros opcionais são para-brisa aquecido, rastreador e imobilizador, sistema de supressão de incêndio e cárter seco para uso em pista. Dito isto, o GD T70 também pode ser usado nas ruas, e a companhia garante que os amortecedores ajustáveis dão conta de proporcionar uma rodagem relativamente macio em vias públicas, ainda que sua verdadeira vocação sejam os autódromos.

Se você preferir os cupês, a GD Cars também oferece o GD T70 Moda, que tem um teto de acrílico reforçado com metal e portas que se abrem em dois níveis: a parte superior para cima e a parte inferior, da forma convencional. Todas as opções de conjunto mecânico e equipamentos do Spyder se aplicam também ao Moda.

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O valor dos carros é condizente com seu nível: por £ 50.000 (cerca de R$ 195.000 em conversão direta atualmente), você leva para casa todos os componentes necessários para montar seu próprio GD T70, exceto pelo motor, que é oferecido à parte. Se quiser um carro já pronto, o mais barato deles, equipado com o GM small block de 6,2 litros, sai por pelo menos £ 60.000 (R$ 234.000), já com câmbio incluso. Os valores aumentam de acordo com a potência e podem passar dos £ 80.000 (R$ 312 mil) por um exemplar com o motor de sete litros. Mas um GD T70 de 450 cv já seria bom o suficiente para nós…

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