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Zero a 300

Hamilton na Ferrari, a Porschificação do Mustang, Mazda dobra a aposta nos Wankel e mais!

Bom dia, FlatOuters! Bem-vindos a mais uma edição do Zero a 300, nossa seleção diária com tudo o que está rolando de mais importante no universo automobilístico para você não ficar rodando por aí atrás do que interessa de verdade. Gire a chave e acelere com a gente!

 

Lewis Hamilton na Ferrari em 2025

Lewis Hamilton deixará a Mercedes e irá para a Ferrari na temporada de 2025. O anúncio foi feito nesta última quinta-feira (1) pelo piloto e pelas duas equipes nas redes sociais.

Em um comunicado no X/Twitter,  a Mercedes disse que Hamilton, que tinha contrato com a equipe até o final de 2025, “ativou uma opção de liberação no contrato anunciado no ano passado”. Logo em seguida, a Ferrari anunciou que o britânico havia fechado com a equipe um “contrato plurianual”.

Em um comunicado no site da Mercedes, Hamilton disse: “Tive 11 anos incríveis com esta equipe e estou muito orgulhoso do que conquistamos juntos. A Mercedes faz parte da minha vida desde os 13 anos de idade. É um lugar onde cresci, então tomar a decisão de sair foi uma das decisões mais difíceis que já tive que tomar. Mas chegou a hora certa para eu dar esse passo e estou animado para enfrentar um novo desafio”.

Do lado da Mercedes, Toto Wolff disse que “sabia que a parceria chegaria naturalmente ao fim em algum momento”.

A Mercedes terminou em segundo lugar na classificação de construtores da temporada passada, três pontos à frente da Ferrari em terceiro, mas ambas as equipes ficaram bem atrás de uma equipe superior da Red Bull.

Hamilton terá como companheiro de equipe Charles Leclerc, substituindo Carlos Sainz, que também usou as redes sociais para anunciar que deixará a Ferrari no final de 2024, e também fará um anúncio sobre seu futuro “em breve”.

Um dos motivos pela decisão pode ter a ver com a falta de perspectivas de Hamilton na Mercedes, uma vez que ele passou as últimas duas temporadas sem vencer uma corrida, algo que nunca aconteceu em sua carreira. Agora, com 39 anos recém-completados, ele certamente vê esta transferência para a Ferrari como sua última grande chance de quebrar o recorde de títulos, de voltar a vencer e — por que não? — de pilotar para a Ferrari.

A Mercedes ainda não anunciou quem será o substituto de Hamilton na equipe, mas há especulações em torno de seis pilotos: o próprio Carlos Sainz, Sergio Perez (o que envolveria o retorno de Sainz para a Red Bull, aparentemente), Lando Norris (o que também poderia colocar Sainz de novo na McLaren), Alex Albon e, quem sabe, Mick Schumacher – o que parece menos provável dado o histórico do piloto na Haas.

 

Europa irá apostar no metanol “verde” para transporte de cargas

Uma notícia interessante publicada no site Chemichal Week, voltado à indústria química, revela que, paralelamente ao banimento dos motores de combustão interna em automóveis novos a partir de 2035, a União Europeia está trabalhando em uma saída “limpa” para o transporte de cargas em navios e trens.

Há , visto que a União Europeia também impôs metas de emissões para o transporte marítimo e ferroviário. Para isso, a Cepsa pretende construir e operar uma usina de metanol verde naquele porto.

A instalação tem potencial para ser a maior fábrica de metanol verde da Europa, com uma capacidade produtiva de 300.000 toneladas por ano, que poderiam evitar a emissão de até 1 milhão de toneladas de CO2. A operação está prevista para iniciar em 2025 e irá atender a indústria química, marítima e de transporte aéreo nessa substituição dos combustíveis fósseis pelos renováveis.

O metanol também é chamado de “wood alcohol” (álcool de madeira) pois foi produzido originalmente a pela destilação da madeira, e pode ser obtido a partir de resíduos agrícolas e florestais — daí a origem do nome “metanol verde”. A produção deriva da gaseificação de biomassa, processada para ser transformada em metanol.

Considerando que a Europa terá uma produção bastante significativa de metanol, será que até 2035 não dá pra usar nos carros não?

 

A Porschificação do Mustang

Você talvez lembre de quando a Ford apresentou o Mustang GTD, em agosto passado. Em uma matéria que eu, Leo Contesini (sim, o Zero a 300 de hoje é do Leo, não do MAO) escrevi sobre o super-Mustang, eu sugeri que a Ford realmente estava Porschificando o Mustang. Na ocasião eu respondi uma pergunta que eu mesmo havia feito meses antes. Copio o trecho abaixo:

“A questão que perambulava pelos meus pensamentos era: para onde vai o Ford Mustang a partir de agora? Eu já estava suspeitando que ele fosse acabar transformado em uma espécie de “Porsche 911” da Ford — chegamos a falar sobre isso no FlatOut Podcast 86. Não é uma aposta: basta olhar com clareza para a realizada para se constatar. Ele vem mantendo um design evolutivo, com uma progressão sutil nos motores e um salto evolutivo no comportamento dinâmico.”

Adeus, muscle cars. Olá, supercarros! Este é o Mustang GTD

Agora, a Ford admitiu isso depois de colocar o Mustang nas 24 Horas de Daytona deste ano. Sim, o Mustang em vez do GT. A explicação foi dada pelo diretor de comunicação da Ford Performance, Jay Ward, ao site “The Drive”: “Aprendemos isso com outras marcas – e aprendemos isso com a Porsche e a maneira como eles criaram esse nível de oportunidade [com o 911] – é algo que podemos fazer e não há nada que nos impeça de fazê-lo”

Note que, mesmo que a Porsche faça carros elétricos e SUV, ela ainda tem no 911 o produto que reforça o valor da imagem da marca, o que permite obter uma boa lucratividade com estes produtos de grande volume, enquanto o 911 sobrevive. É uma estratégia desenvolvida logo após a recuperação financeira da Porsche no final dos anos 1990, e que curiosamente, demorou para ser copiada por alguém. Talvez pela falta de um produto marcante como o 911. Sendo o Mustang esse produto marcante, pareceu natural a Ford tomar essa decisão. Tanto que nós percebemos isso há mais de um ano.

“Se você pensar no número de pessoas que vão correr em um Mustang em qualquer fim de semana, seja uma corrida de clube ou uma pessoa participando de track days ou qualquer outra coisa, você tem que correr com um propósito, disse Ward. “Você não pode correr apenas por diversão, isso tem que servir a um propósito. E, particularmente com o novo Mustang, este é o tipo de oportunidade de negócio – colocar o GT3 e GT4, e Dark Horse R para correr. Com esse foco, você pode aumentar a receita e ao mesmo tempo agregar valor à marca.”

A participação do Mustang em Daytona foi a consolidação dessa estratégia: o carro terminou em quinto na sua categoria, correndo ao lado de Ferrari 296, Corvette Z06 GT3R, Porsche 911, Aston Martin Vantage AMR e Lamborghini Huracán. Melhor ir se acostumando com a ideia de um super-Mustang daqui para a frente.

 

Mazda dobra a aposta nos rotativos

Você deve ter visto há alguns dias que a Mazda formou uma nova equipe de engenharia para o desenvolvimento de motores rotativos. De acordo com Ichiro Hirose, diretor de tecnologia da Mazda, o objetivo é “criar carros atraentes que empolguem os consumidores”. Será que desta vez o “RX-9” sai?

Hirose sugere que a Mazda deseja desenvolver tecnologia rotativa além da usada pelo SUV MX-30 — que usa um motor Wankel como extensor de autonomia.E empresa deixa claro, porém, que o motor continuará a ser utilizado como gerador e está adequado para a tarefa. Os motores rotativos são conhecidos por seu tamanho pequeno, o que os torna mais fáceis de serem integrados em um veículo híbrido.

Apesar de ainda não haver detalhes deste plano da Mazda para o motor rotativo, tudo indica que ela pretende produzir um carro esportivo baseado  com esta tecnologia. Nós já vimos anteriormente um conceito da Mazda para aliviar o peso de um veículo elétrico, usando baterias menores e em módulos. Considerando que o Wankel será mantido como gerador, já podemos até vislumbrar um esportivo no qual o Wankel produz eletricidade para os motores elétricos que tracionam o carro — o chamado sistema híbrido “em série”.

Além disso, em outubro passado a Mazda apresentou no Japan Mobility Show o Iconic SP, um esportivo com “sistema rotativo de dois rotores”. Eles já apresentaram o sistema híbrido, as baterias e um carro. Agora estão anunciando o projeto. O que devemos pensar disso, dona Mazda?